Super Mario 3D World + Bowser's Fury


O primeiro grande lançamento do ano para a Nintendo Switch não se trata de apenas um jogo... Super Mario 3D World + Bowser's Fury é, literalmente, um pack de dois jogos numa só edição, como se de uma promoção se tratasse. Será este um irresistível "Leve 2, Pague 1"?

Como o próprio nome indica, este título conta com dois jogos: Super Mario 3D World, originalmente lançado em 2013 para a consola Wii U, e Bowser's Fury, um jogo completamente novo. Por isso mesmo, ao abrir a aplicação, a primeira escolha será qual dos dois se pretende jogar. São jogos bastante diferentes, pelo que o melhor é falar deles em separado.



Super Mario 3D World

Este é, para todos os efeitos, o sucessor de Super Mario 3D Land, lançado em 2011 para a Nintendo 3DS. Na altura, partiu de um conceito simples, que foi o de acrescentar uma nova camada de profundidade aos tradicionais jogos de Super Mario em duas dimensões, passando assim a ser um jogo 3D e, com isso, tirar partido dos ecrãs da Nintendo 3D. Dois anos depois, foi a vez de Super Mario 3D World chegar à Wii U, fiel à experiência original mas com níveis maiores e a principal novidade: multiplayer até 4 jogadores! 

Apesar do jogo ser totalmente em 3D, conta com muita da experiência 2D de qualquer jogo de plataformas tradicional. Os níveis são bastante lineares e contam com uma câmara fixa que vai acompanhando o avanço da personagem. A câmara pode ser mexida pelo jogador, mas longe do que seria habitual num jogo 3D - a principal utilidade é, ao mudar o ângulo, perceber melhor a posição de alguns objetos ou até itens secretos. Isto porque, apesar dos níveis serem lineares até se chegar à bandeira final, o que não falta é todo o tipo de segredos, desde moedas e power-ups até estrelas e carimbos!


Este jogo permite que até 4 jogadores se reúnam, desde o primeiro até ao último nível, exigindo a colaboração entre todos até chegar à bandeira. Ao mesmo tempo, também estimula a competição entre eles, atribuindo uma coroa à personagem que tenha tido o melhor desempenho. Tudo conta, desde derrotar inimigos até apanhar moedas, mas há que ter cuidado para não deixar acabar o tempo ou, pior, morrerem todos ao mesmo tempo. Sim, que nem todas as plataformas são suficientemente largas para que avancem todos de uma só vez.

Ao todo, há 5 personagens à disposição, cada uma com caraterísticas ligeiramente diferentes do Mario: o Luigi salta mais alto, a Peach consegue flutuar depois de saltar e o Toad é o mais rápido de todos. Já a Rosalina, desbloqueável mais lá para o final, tem direito a um segundo salto com o qual rodopia e ataca os adversários. Além disso, há todo um conjunto de power-ups à disposição, que acrescentam uma boa diversidade em termos de gameplay, com o grande destaque a ir, naturalmente, para o fato de Gato que (além de ser adorável) permite correr, trepar e atacar.

A grande novidade desta adaptação para a Nintendo Switch está mesmo no multiplayer que, agora, oferece várias possibilidades. Em modo local, com uma só consola, podem juntar-se até 4 jogadores, bastando no mínimo ter 4 Joy-Con no modo horizontal. Mas se por acaso houver mais do que uma consola com o jogo, podem também reunir-se em modo local, seja cada um na sua, ou alguém a partilhar os comandos.


Da mesma forma, é possível reunir com os amigos através da internet, desde que tenham a subscrição Nintendo Switch Online. O grande ponto positivo aqui é que, mesmo que haja duas (ou três) pessoas a jogar na mesma casa, partilhando a consola, podem convidar outros jogadores para se juntarem na mesma partida. O sistema de reunir jogadores, porém, requer combinação prévia com amigos e aguardar pela sua chegada antes de se poder continuar a jogar. Durante o tempo de review, foi possível experimentar o multiplayer online com outros reviewers e, da nossa experiência, não houve qualquer quebra em termos de fluidez, sendo na prática igual a jogar com todos numa só consola.

Graficamente, o jogo não apresenta grandes novidades em relação à sua versão da Wii U, mas algumas funcionalidades foram adaptadas à consola. A interação via touch-screen, que permite interagir com alguns objectos e revelar vários segredos, passa a também ser possível via um cursor controlado pelos movimentos do comando. Já os stickers colecionáveis são, agora, coloridos e podem ser inseridos nos cenários durante o modo de fotografia - mais uma das novidades desta versão.



Bowser's Fury

Se Super Mario 3D World tem tudo para saltar para os tops de jogos multiplayer mais populares da Nintendo Switch, Bowser's Fury traz, por sua vez, uma grande experiência para um jogador. Este é um jogo de plataformas 3D em mundo aberto no qual, afectado por uma misteriosa substância negra, Bowser ficou descontrolado e transformou-se num gigantesco Bowser Furioso. Mario sabe que a situação é negra quando, como aliado, terá Bowser Jr. sempre ao seu lado!

Este é um jogo com total liberdade de movimentos e exploração num cenário que se vai expandindo à medida que Mario for colecionando sóis felinos (as "estrelas" deste jogo). Só reunindo estas jóias será possível activar o Gigaguizo que, além de afastar a tinta negra, permitirá que Mario se torne no Giga Mario Gato, um gigantesco felino capaz de enfrentar o Furioso! Mas vamos por partes.


O jogo passa-se no Lago Felizgato, no qual se encontram múltiplas ilhas, cada uma com um farol que ilumina as suas redondezas. Problema? A tinta negra apagou até os faróis, e só com a recuperação dos respectivos sóis é que eles poderão voltar a brilhar. Para isso, Mario terá de explorar as várias ilhas e descobrir os seus segredos, com muitas plataformas e desafios pelo meio. Por outro lado, sendo este um jogo de mundo aberto, boa parte da diversão está em explorar só por si. As ilhas são, geralmente, áreas pequenas, mas muito bem recheadas de atividades.

Dito assim, parece bastante tranquilo, mas há um problema. De tempos a tempos, o Bowser aparece sem ter sido convidado, libertando toda a sua fúria. O céu escurece e, com ele, toda uma tempestade, recheada de meteoritos e bolas de fogo cuspidas pelo vilão. As suas aparições são um excelente momento de tensão, mas também criam novas possibilidades de exploração. Os rochedos caídos do céu podem, afinal, ser usados como escudo de proteção, ou como plataforma para facilitar o acesso a outro local. Por isso mesmo, há até vários sóis felinos que só poderão ser encontrados com uma ajudinha do adversário. Felizmente, basta encontrar apenas um Sol para que o seu brilho o mande ir dar uma volta...


Naturalmente, toda esta cadência entre tranquila exploração e momentos de tensão irá culminar com a aquisição do Gigaguizo, dando origem a uma impressionante batalha entre dois colossos, totalmente jogável, claro. Um combate que é, no mínimo, gratificante! Mas não se pense que bastará um confronto para resolver o problema: o jogo é maior do que, no início possa parecer, oferecendo cerca de 6 horas de exploração intensa até se ver os créditos, mais umas 4 ou 5 para tudo o resto.

Como standalone, este seria um jogo pequeno, pois até o facto de ser um "open world" acaba por cancelar a típica experiência de se escolher um nível e repetir só porque sim. Até a resolução de desafios, aqui, acaba por transformar a própria ilha. Nada impede, naturalmente, de começar tudo do início e jogar outra vez. Já quanto ao Bowser Jr., embora possa ser controlado por um segundo jogador para ajudar na aventura, acaba por funcionar melhor em modo automático. Isto porque, sendo um jogo 3D com muito movimento, é difícil manter o segundo jogador no enquadramento.

Bowser's Fury é, claramente, uma experiência dos criadores em busca de novas aventuras para o canalizador, misturando novos conceitos com o melhor do que já foi feito, incluindo pelo meio várias referências a outros jogos da série. O resultado é simplesmente delicioso, e facilmente irá incentivar os jogadores a tentar colecionar tudo o que há para encontrar. Até mesmo em termos visuais, consegue ser um pouco mais detalhado e, principalmente, reluzente, quando comparado com o 3D World.


Numa nota final, importa referir que tanto um jogo como o outro se encontram totalmente localizados em Português. Mais do que o facto de isso ser algo importante em termos de acessibilidade a mais jogadores, a Nintendo tem aqui um excelente trabalho, até mesmo na adaptação de trocadilhos, com alguns nomes e expressões realmente hilariantes! 

Para todos os efeitos, Super Mario 3D World é sem dúvida a experiência mais rica e com maior longevidade das duas, especialmente para se jogar em multijogador, seja modo local ou online. Se para muitos este será o regresso a um clássico do Mario, para muitos outros será toda uma nova aventura. Por outro lado, Bowser's Fury é ideal para jogar a solo, numa aventura que fará do canalizador um épico explorador!


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.


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