Werewolf: The Apocalypse - Earthblood
Combinando ação visceral com furtividade, Earthblood conta-nos a história de um lobisomem e a sua batalha pelo mundo e pela sua própria redenção.
3 forças primordiais são responsáveis pela existência de tudo no universo: uma pela criação (Wyld), outra pela manutenção (Weaver) e outra pela destruição para posterior crescimento (Wyrm). O equilíbrio entre estas 3 é o que permite ao nosso mundo de Gaia sobreviver. No entanto, o balanço foi quebrado: com o avanço da tecnologia e da humanidade o Wyrm ganhou poder a mais e a sua influência ameaça destruir não só o equilíbrio como o planeta em si.
Entram aí os Garou, ou lobisomens, tribos e clãs ancestrais criados pelo planeta como guardiões da sua existência. Estas tribos encontram-se numa batalha à escala global com as corporações humanas que destroem o ambiente. Começamos assim, numa missão como tantas outras, para impedir uma operação da megalómana Erdron que iria continuar a destruição do ambiente. O tutorial introduz-nos à nossa tribo e ao nosso personagem, Cahal, e como as suas habilidades de lobisomem nos ajudam a levar a cabo a proteção do planeta.
Temos, no entanto, alguma margem de manobra quanto aos procedimentos, podemos usar os nossos dotes de conversa para evitar combate e/ou adquirir informação. As conversas também nos podem enfurecer e temos sempre a opção de perdermos a paciência e nos transformarmos em lobisomem, levando a mais sangue nas paredes e menos diálogo. No entanto também não é algo eximiamente conseguido e acaba por parecer acessório, principalmente dada a ausência de motivação para ouvir o que os personagens têm a dizer.
Em combate os efeitos visuais e banda sonora são remanescentes de um Devil May Cry: guitarradas a acompanhar efeitos de garras e sangue suficiente para sustentar um hospital durante um ano. Extra combate o jogo parece algo parco, em todos os aspetos. O voice acting é algo sem sal, com exceção de um ou outro personagem mas ainda assim inconsistente. Há um esforço pelo detalhe mas, com a exceção do personagem principal, perdem-se os detalhes e parece tudo algo genérico. Os espíritos têm detalhes mais interessantes, em particular os espíritos guardiões. No geral, tal como o resto do jogo, parece ter excelentes ideias mas cuja execução não traduz.
Demasiado ambicioso, Werewolf acaba por tentar fazer tudo um pouco sem conseguir fazer algo realmente bem. Um universo e lore interessantes que acabam por se diluir na mediocridade da execução.