Little Nightmares II


De volta ao ambiente bizarro e obscuro de Little Nightmares, chega uma sequela que tem tudo para agradar tanto aos fãs como novos jogadores.


Little Nightmares II é uma sequela direta, mas com uma narrativa completamente nova, pelo que todos os jogadores são bem vindos a experienciar este título sem qualquer conhecimento do original. Ainda assim, os fãs do anterior terão aqui bastantes referências e surpresas que irão adorar, mas não se preocupem: nada de spoilers nesta análise.

A fórmula mantém-se tal e qual, aqui nada foi alterado por isso mesmo podem contar com os comandos simples e intuitivos. Ainda assim, alguns problemas mantêm-se. Um dos aspetos que me deixava um tanto irritado era precisamente ao saltar de uma corda ou de uma parede para o lado oposto, este pequeno pormenor pode e faz algumas vezes, toda a diferença. Os comandos não são precisos nem muito bem responsivos em alguns momentos críticos, originando quedas desnecessárias da minha parte.


 
Ao longo da aventura, a personagem vai voltar a ter de se agachar para caminhar de forma lenta e furtiva, saltar para alcançar plataformas, agarrar e puxar/empurrar objetos, correr para fugir de ataques imprevistos e a grande novidade, utilizar uma lanterna apenas com o simples premir de um botão. Para além da lanterna, existe na verdade, um botão que será utilizado em certas situações, neste caso é, para chamar uma outra personagem que estará na jornada com o nosso novo protagonista de nome Mono.

No que diz respeito ao companheiro, este é totalmente controlado pela IA, logo não há possibilidade de estarem duas pessoas a jogar Little Nightmares II, sendo especificamente uma campanha a solo e sem qualquer conteúdo multijogador. Nem sempre se vai estar acompanhado e julgamos que precisamente por isso, não foi possível a criação de um modo multijogador local que fosse, embora pudesse apelar a mais jogadores. O papel do nosso companheiro é realizar tarefas “do outro lado”, como abrir portas, puxar alavancas, coisas do género que já tivemos a oportunidade de experienciar em tantos outros títulos além de que, por vezes, a IA só está ali para empatar, coisa que vai acontecer com todos os jogadores.

Um outro novo elemento introduzido é o uso de algumas armas, normalmente são machados ou canudos, que vão servir para quebrar portas e alguns inimigos do tamanho do nosso protagonista audaz, pois todas estas armas são maiores e o manuseio é lento tendo que realizar a ação com um pouco de antecedência devido ao seu peso.


Este é um jogo que consiste em fugir, esconder e solucionar puzzles, não será difícil entender alguns deles pois não são complexos exceptuando um ou outro que pode dar mais trabalho, fora isso, o jogador irá rapidamente compreender qual a ação a realizar. Já quando é para fugir, por vezes, é preciso cair no erro, este é um desses jogos, muitas das vezes o jogador só irá aprender com os erros e, daí para a frente, já se irá tornar bem mais simples de executar a ação pretendida, seja correr na direção certa ou puxar o objeto correto ou até mesmo correr e escorregar por debaixo de camas, só com os erros é que se aprende.

É um jogo de tentativa e erro, mas podem ficar descansados pois não se torna chato, os loadings são rápidos e por isso, como se costuma dizer e neste caso é a valer, é sempre a andar. Além de que não se corre tanto como no primeiro título, nesse os momentos de intensidade eram mais altos, não com isto querendo dizer que não existem neste título, algum tempo antes do fim, existe um momento bastante épico e arrepiante digno de um filme de cinema, esses são momentos que ficam marcados mas, ao contrário do original, os próprios bosses não têm tanto carisma e parece que falta algo mais e isso é, personagens aterradoras, que neste não estão ao mesmo nível exceptuando um que surge nas primeiras horas.



Quanto aos colecionáveis, existem vários chapéus diferentes para encontrar pela jornada a dentro e que podem sempre vir a ser utilizados a qualquer momento acedendo ao menu em modo pausa e selecionar o que desejarem. Por outro lado, existem personagens espalhados em várias secções dos níveis que podem ser encontrados em locais secretos. A banda sonora também passa um pouco despercebida e podia estar mais presente, já o grafismo está ao nível daquilo que nos habituaram antes e na longevidade também, sendo possível terminar num dia de uma bela jogatina duradoura.



Ficamos felizes por termos uma sequela de Little Nightmares, mas temos de confessar que estávamos à espera de algo mais trabalhado em todos os aspetos. Não está mau, longe disso, mas falta algo mais que o tornasse numa sequela ainda melhor que o original. Ainda assim, é uma boa experiência todos os jogadores que apreciem um bom ambiente sinistro para explorar.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Bandai Namco Ent.

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