Control - Ultimate Edition

Lançado originalmente para PC, PS4 e Xbox One, Control foi um dos títulos mais aclamados pela crítica em 2019, incluindo aqui no Meus Jogos. Agora, o jogo acaba de chegar à nova geração de consolas, com esta Ultimate Edition para a PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

Este é o mais recente título da Remedy Entertainment, criadores de êxitos como Max Payne e Alan Wake, trazendo consigo uma misteriosa aventura num ambiente corporativo e paranormal, na pele de uma protagonista a quem todos tratam como Diretora - mas como assim, se ela acabou de lá chegar?


Tudo começa no interior da Federal Bureau of Control, uma agência secreta que lida com eventos ainda mais secretos e que, no presente, se encontra enclausurada devo a um... incidente. A protagonista, ou melhor, a Diretora, tem agora nas mãos o dever de proteger a agência na qual acabou de se infiltrar, ao mesmo tempo que tenta desvendar o que realmente se está a passar. Mas afinal, que agência ultra secreta aceitaria assim a chegada de uma nova diretora? Uma entidade adversária, conhecida como Hiss, começou a deturpar a realidade no interior da própria agência, mas se todos estão vulneráveis à invasão, a protagonista parece resistir.

Se a história é, no mínimo, surreal, o grande impacto do jogo está em toda a sua estética, tanto a nível visual como em efeitos e banda sonora. Os cenários, inspirados em arquitectura brutalista, conseguem ter tanto de imponentes, frios e distantes, como de misteriosos, incentivando a exploração. Tudo isto, conjugado com efeitos de iluminação, a própria decoração e efeitos de sobreposição, ajudam a criar ambientes que não escondem a sua homenagem a grandes cineastas como Stanley Kubrick e David Lynch. Estando longe de ser um jogo de terror, a sensação de que nem tudo é o que parece está sempre presente.


Toda esta construção traz ao jogo o ambiente ideal para uma experiência "metroidvania". À medida que se vai avançando na história, o mapa de áreas acessíveis vai também expandindo com novos sectores e também vários atalhos, assim como vão sendo adquiridas novas habilidades que afectam a própria jogabilidade. Felizmente, apesar da complexidade, o mapa permite perceber facilmente para onde a missão escolhida pede para a Diretora se dirigir, seja esta uma missão principal ou não. Por vezes, porém, a aventura prossegue noutra dimensão.

Pelo caminho, tudo pode acontecer. Desde as criaturas vindas da misteriosa pirâmide negra, aos objectos aparentemente banais que possuem poderes especiais, passando por uma série de relatos e vídeos "confidenciais" que vão revelando diversos mistérios, ou só deixar tudo ainda mais misterioso.

Sendo este um jogo que desafia as próprias leis da física, seria um desperdício revelar-se como apenas um jogo de tiros e exploração. Por isso mesmo, uma das principais mecânicas está na capacidade de colocar objetos a flutuar e atirá-los contra os inimigos, algo que após alguns upgrades permite até arremessar uns inimigos contra os outros. Da mesma forma, é graças a este poder que diversos puzzles podem ser resolvidos, de forma a abrir novos caminhos. E se a protagonista pudesse flutuar?



Apesar de Control ter sido desenvolvido com o objetivo de ser algo desafiante, o jogo conta com uma imensidão de opções que permitem ajustar a sua dificuldade, do mais tradicional até ao mais ocasional. Os jogadores podem livremente aumentar a saúde ou defesa da protagonista, ligar ou desligar a mira automática, até mesmo tornar a personagem imortal se apenas pretendem uma experiência cinemática interativa. Ainda assim, o próprio jogo recomenda que se experimente primeiro no modo "normal", pois toda a jogabilidade de disparar, desviar e arremessar consegue ser mesmo gratificante.

Nesta "Ultimate Edition", além de todo o jogo principal, os jogadores poderão contar também com os conteúdos DLC já incluídos: as expansões "The Foundation" e "AWE", cujos conteúdos ficam, na sua maioria, disponíveis depois dos créditos finais, adicionando ao que o original já tinha em termos de exploração depois da história principal.

Se o jogo, no PC, já servia de demonstração técnica de placas gráficas topo de gama com ray-tracing, agora pretende fazer o mesmo nas consolas de nova geração. Tanto para a PlayStation 5 como a Xbox Series X, Control conta com duas opções em termos de gráficos: o modo Performance, que corre a 1440p com 60fps, ou o modo Graphics, também a 1440p mas com ray-tracing ligado, a 30 fps. Já na Xbox Series S, conta apenas com um modo Performance a 900p e 60fps.


   

Para esta análise, foi utilizada uma PlayStation 5, onde foi possível comparar as diferenças entre os dois modos disponíveis. Como se pode ver nas imagens acima, a opção com ray-tracing mostra um detalhe bastante superior em termos de reflexos e transparências. O que não se vê, porém, é um ligeiro desfasamento entre o movimento da câmara e a atualização dos reflexos que acaba por desviar a atenção do jogador. Com uma fluidez muito superior de 60fps, mesmo sem os reflexos tão detalhados, o modo Performance acaba por ser a melhor opção a jogar. Ainda assim, não faltarão os momentos de jogo onde se irá querer utilizar o Photo Mode, e para isso vale mesmo a pena ir aos settings mudar para o modo Graphics!

A versão PS5 conta, ainda, com algumas funcionalidades específicas da consola, a primeira das quais está no gatilho adaptativo que faz mesmo sentir o premir de uma arma. Além disso, ao aceder ao menu da consola, as cartas de atividades irão mostrar o progresso das missões principais do jogo, assim como vídeos para a funcionalidade de ajuda do membros do serviço PlayStation Plus. Também por isso, convém recordar que Control - Ultimate Edition se encontra atualmente disponível nas ofertas do serviço, durante o mês de fevereiro.


Se por vezes um jogo só precisa de uma caraterística particular para se destacar, Control tem três que o tornam especial. Mais do que os gráficos, as escolhas de cores, cenários... toda a estética, do primeiro ao último minuto, nunca deixa de impressionar. Depois, a jogabilidade que, a cada nova funcionalidade, torna toda a experiência mais intuitiva e divertida. O melhor de tudo, porém, está na narrativa que, em momento algum, se preocupa em parar para explicar seja o que for, dando asas à imaginação do jogador.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 5, gentilmente cedido pela 505 Games.

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