The Signifier
Para aqueles que adoram mistério, crimes por resolver, exploração, The Signifier é um jogo verdadeiramente interessante. Se tiverem paciência e gostam deste género com muitos puzzles e poucas pistas, este jogo será uma escolha acertada.
Um jogo na primeira pessoa, jogamos na pele de Frederick Russel, um psicólogo que inventou uma máquina de nome “Dreamwalker”. Esta máquina permite entrar no encéfalo de qualquer pessoa e navegar pelas suas memórias. O jogo começa com um pedido a Frederick duma agência a qual lhe permite realizar estes processos, mas que em troca, pede favores quando necessita. Este favor é realizar uma investigação criminal, uma mulher assassinada, o qual Frederick terá de entrar no seu cérebro e vasculhar as suas últimas memórias em busca de respostas. A vítima era alguém importante, como tal, o governo pede uma investigação a fundo pois não acredita com o relatório que indica suicídio, assim sendo, Frederick tem de desvendar este mistério.
No início há algum diálogo, mas, após a chamada telefónica da agência, o protagonista tem de dar uma vista de olhos a uma caixa que fora enviada pela agência para obter alguns detalhes antes de realizar a investigação no subconsciente da vítima. Como um detetive, é também necessário visitar o local onde ocorreu o crime, neste primeiro caso, o jogador terá de sair do laboratório em direção à casa da vítima. Haverá um mapa com indicações lineares, seja laboratório para casa de vítima ou casa para laboratório e assim sucessivamente já que o jogo tem ação em espaços fechados. No entanto, enquanto se vai progredindo, o próprio Frederick terá sonhos bizarros e que inicialmente não fazem muito sentido o qual o próprio protagonista comenta não andar a descansar o suficiente e que talvez seja essa a razão pelas constantes visões/sonhos durante o sono.
Embora o mais interessante seja a própria narrativa, no que diz respeito à jogabilidade, existem várias mecânicas que inicialmente podem ser esquisitas e de difícil compreensão, mas que com um bocado de exploração o jogador conseguirá realizar os objetivos. Podia de facto ser mais simples, no entanto a experiência requer mesmo que o jogador realize uma investigação e como tal, a própria forma de realizar as investigações, não são de todo fáceis.
O grafismo é realmente bom para um jogo indie, tudo se encontra de forma detalhada no mundo real, os pormenores são imensos e o protagonista comenta com tudo aquilo que interagir, não deixando o jogo num “vazio” e aborrecimento. Já no outro mundo, no interior da cabeça de alguém, muitas das memórias têm de ser reconstruídas, a recuperação é feita à medida que exploramos e, assim sendo, o jogador vai visualizar cenários sem cor, deformados, sons arrepiantes, algo que dá sensação do bloqueio da mente da pessoa que é exatamente o que acontece, ou seja, não é fácil investigar a mente de alguém perturbado e com medo.
O jogo não vai facilitar em nada, não existem tutoriais, apenas um objetivo e a partir daí, explorar aquilo que pode ser possível. É um jogo muito interessante, com um grafismo bastante bom, um grande voice acting, tudo para ter um grande sucesso que no entanto, o entrave da dificuldade na investigação pode atrapalhar aqueles que preferem algo um pouco mais linear. A narrativa é sem dúvida o impulsionador do jogo, com uma investigação de um crime e a relação existente entre Frederick e a sua filha, esta é uma história que alguns vão querer conhecer.
Nota: análise efetuada com base em código final do jogo para PC via Steam, gentilmente cedido pela Raw Fury