Once Upon a Katamari


São poucas as séries em que faço a real festa quando há um novo anunciado. Sim, há umas quantas que fico contente, mas felizmente são aquelas que regularmente recebem novos títulos. Agora, Katamari Damacy? É daqueles jogos em que nunca sei quando chega um novo lançamento, ou se é que chega, embora ultimamente nem tenho tido razões de queixa. Ainda assim, não deixei de celebrar agora mais um lançamento!


Chegou o momento de Once Upon a Katamari, isto após os recentes remakes como o do primeiro título e, mais recentemente, de We Love Katamari, eis que temos finalmente uma entrada nova na série da Bandai Namco! Esta que prima pela sua simplicidade: enrolar uma bola gigante (Katamari), apanhando objetos de modo a aumentar o seu tamanho para apanhar objetos ainda maiores! Tudo isto numa luta contra o tempo, ou através de diferentes desafios que trazem alguma diversidade ao jogo.

É um jogo simples, para mim curiosamente muito relaxante, sendo aquele jogo que pego quando quero apenas desligar um pouco e deixar-me ir com o que está a acontecer no ecrã, sem ter de pensar muito. A premissa da série e, em pouco nada muda agora em Once Upon a Katamari: foi um dia de limpezas que o King of All Cosmos encontrou um antigo rolo com muita história. Apto em fazer asneiras, este expoente máximo da realeza cria o caos, obrigando-nos então a andar a passear pelo tempo e repor a ordem na história, viajando entre eras, da pré-história aos tempos modernos.


Assim criada a desculpa para explorar novos cenários, temos então de andar a rebolar a nossa Katamari, apanhar tudo o que é item, criar uma enorme bola que se transforma num planeta, satélite ou estrelas, e temos assim o nosso objetivo bem traçado. Once Upon a Katamari não reinventa muito, adicionando algumas habilidades especiais como ir a toda a velocidade pelo mapa fora, um íman que puxa tudo o que é objeto possível de apanhar, ou até mesmo parar o tempo. Não é nada de extraordinário, mas foi o suficiente para ter uma boa novidade ao nível da jogabilidade, numa série estanque há muito tempo!

Toda a viagem no tempo é apenas um pretexto para explorar diferentes cenários, como o Egito ou a Grécia Antiga, embora que a era que mais vezes vamos percorrer é o Japão antigo, que é onde temos mais missões. Mesmo não sendo muito relevante, é pena que grande parte dos cenários levam-nos a muito poucos níveis e objetivos, podendo contar com os dedos de uma mão a quantidade de níveis disponíveis em alguns, que merecia muito mais atenção, até porque criaram aqueles cenários, itens e outras coisas mais, de propósito.

Falando em criar, pela primeira vez podemos personalizar o nosso Cousin! Ao que fiz mal pude, abandonando por completo o Prince of All Cosmos. Na prática, estamos na realidade a criar uma personagem do zero, mudando a sua aparência, cor, expressões e até mesmo o seu nome. Voltam os acessórios que podemos encontrar espalhados nos níveis, como sempre, tal como os vários Cousins que vamos encontrando que podemos depois usar. Acompanhando tudo o que é item colecionável, que mesmo não sendo obrigatórios leva-me a não descansar até ter encontrado tudo nos níveis, há agora coroas reais a apanhar pelos níveis, com algumas recompensas, e mais uma coisa que me faz continuar a jogar, até o conseguir concluir na sua totalidade.


O que acompanha na perfeição os diferentes níveis é a incrível banda sonora que acompanha o jogo, com músicas que me ficaram gravados na cabeça e ainda vou cantarolando. Possivelmente desde We Love Katamari que não tinha assim uma banda sonora marcante, diversificada e com vários hits. Podemos sempre escolher a nossa música favorita, entre usar músicas antigas que podemos também adquirir à parte, caso a nostalgia atinja-vos com força. Visualmente não há muito a apontar, continua a ser um jogo com uma direção artística bem própria, que adoro, com sequências todas elas ilustradas e narradas. Mesmo com todo o caos dos objetos espalhados no mapa, o jogo porta-se muito bem na PlayStation 5, o que não quer dizer muito porque não é propriamente um jogo assim tão pesado. Joguei também um pouco na Nintendo Switch, que cai para os 30 frames por segundo e com muitos pop-in, sendo um jogo merecia mais atenção e otimização, até porque não puxa assim tanto.

A história é, muito honestamente, do mais irrelevante que encontrei, mas apesar disso foi giro acompanhar os acontecimentos tanto do King of All Cosmos como da sua amada Queen, que vemos todo um conjunto de peripécias completamente paralelas ao nosso jogo, marcando uma espécie de ritmo até à grande conclusão. Este não é, de todo, um jogo longo, tendo-o terminado em menos de oito horas, o que me desconsola bastante, pois senti que este jogo soube-me a pouco. É certo que nunca foram jogos longos, mas talvez por estar constantemente a saltar entre eras e ver ali um bom grupo delas a ter um par de missões até nos atirar para a próxima, pareceu-me ser um jogo mais curto do que devia.


Até porque, fora os vários segredos em cada um dos níveis, pouco nos leva a repetir os mesmos, por muito que eu goste de jogar Katamari Damacy pela pura diversão que é enrolar aquela gigante bola, resultando numa melodia de caos sempre que apanhamos um objeto, aos berros em coro quando começamos a apanhar pessoas ou animais. Mas, queria mais, queria mais níveis ou missões na pré-história, por exemplo, ao invés de ficar reduzido a uma pequena área limitada. Queria mais níveis a explorar a Grécia antiga, até porque tínhamos aqui a oportunidade perfeita de ter cenários vastos, diferentes dos que estamos habituados em Katamari Damacy.

Felizmente há todo um leque de diferentes missões, totalmente novas, como enrolar o máximo número possível de ouro, entre outras missões para apanhar itens específicos ou alterar o terreno com o poder da nossa Katamari, até mesmo o regresso das missões onde temos de alimentar pessoas com comida, que gostei de ver regressar. Temos ainda missões onde enfrentamos outras personagens também a enrolar os seus Katamari, numa competição para ver quem conseguiu ter a maior! Queria ver mais destes tipos de níveis ou objetivos noutros cenários também, até porque são excelentes "corta-palatos" das missões básicas de enrolar até determinado tamanho, ou num curto espaço de tempo. Com ranks que nos desafiam a ter uma pontuação melhor, há um motivo superficial para repetir os níveis, ainda assim, sem nunca serem uma obrigação.


Once Upon a Katamari é um jogo que vou voltar por várias vezes, até ter apanhado todos os Cousins, presentes e coroas, mesmo depois de já ter feito as missões todas. Saí um pouco desconsolado, é um facto, por muito que continue a ser o meu jogo de conforto aonde volto de vez em quando, para me divertir e relaxar. Com a adição dos itens especiais com as suas habilidades, fico curioso com o que nos espera num próximo Katamari Damacy, quem sabe, talvez um remake de Beautiful Katamari ou Katamari Forever proximamente, com as novidades que foram acrescentadas neste?


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PlayStation 5, gentilmente cedido pela playnxt.

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