Marvel's Spider-Man: Miles Morales
O regresso de Spider-Man marca um momento de
viragem de geração, prestes a chegar tanto à PS4 como à nova PlayStation 5. Talvez por isso mesmo, conta com um grande salto em direção a novos horizontes, como uma abordagem nova à história de
Miles Morales, o grande protagonista desta aventura.
Após o seu trabalho fenomenal na adaptação do
universo do Peter Parker ao mundo das consolas, a panóplia de personagens abre-se
para abraçar a vida de um Spider Man jovem e com um background riquíssimo. Este
novo capítulo pode sem dúvida ser abordado sem se quer se ter jogado o título
anterior. É uma história nova com alguma conexão, mas é bastante simples e os
próprios caminhos que se vão desenrolando fazem por vezes essa ponte de ligação
ao passado.
Assim como aconteceu com o seu antecessor, o
jogo inicia-se com uma cutscene que prende logo o jogador pela atenção ao
detalhe. Uma uma cidade super viva e colorida e um céu do outro mundo. Não se
deixem iludir, já que a maior parte do tempo a cidade encontra-se debaixo de neve,
devido à época natalícia. No entanto, consegue demonstrar muita diversidade de
ambiente, o que agrada a qualquer um.
Miles tem como seu braço direito o seu amigo
Gankee Lee, que foi o primeiro a saber destes seus poderes. Por sorte Gankee é
super inteligente e “engenhocas”, de maneira que consegue ajudar o seu parceiro
na sua vida dupla, tanto a esconder a sua identidade, como na procura de novos “upgrades”
para o seu fato. Duas cabeças pensam sempre melhor que uma!
O jogo começa um ano após os eventos do
Spider-Man anterior e a história gira em torno de uma guerra entre a empresa de
energia Roxxon e uma nova organização chamada “Underground” que é liderada por
alguém chamado “The Tinkerer”. Um grupo com poderes invulgares e com fatos com
contornos roxos, que parecem retirados de um qualquer universo cyberpunk. É de
facto uma animação de cores, principalmente quando se anda literalmente à
chapada com um grupo enorme de membros deste grupo.
Para os mais interessados, também existe uma
organização chamada “Underground” nos quadradinhos da Marvel. Esta foi uma
coligação de super heróis e vilões construída por Hawkeye e liderada pelo
Capitão América, que tinha como principal objetivo opor-se à ditadura da Hydra.
Curiosamente Miles Morales fazia parte desta mesma organização.
Mas voltando ao ponto principal, este grupo
organizado “Underground” é apresentado de maneira completamente diferente neste
Universo. Até é apelidada de ser um grupo terrorista, visto que andava a
revirar tudo do avesso pelas ruas de Nova Yorque, Harlem e arredores.
Esta é sem dúvida a espinha dorsal deste
título que se apresenta algo curto. Um pouco como o que aconteceu com o “Uncharted:
O Legado Perdido”, que contou a história de Chloe Frazer, soube a pouco!
Neste caso, a história principal ronda as 6/7 horas, dependendo da destreza do próprio jogador e da dificuldade em que se joga. Continuamos a ter imenso conteúdo secundário, que troca a dificuldade pelo
tempo que é necessário até se limpar o mapa por completo. Felizmente não existe
nenhuma Screwball.
A adicionar a isto, é possível utilizar a app desenvolvida
por Gankee que permite a qualquer pessoa fazer um pedido de ajuda. Para isso
basta passar com o dedo para a esquerda sobre o touch pad do dualshock, para
abrir o telemóvel e consequente aplicativo. Uma espécie de uber em formato de
ajuda.
A jogabilidade continua perfeita. A diversão
que é possível retirar de cada batalha campal contra os bandidos pela rua é de
facto a cereja no topo do bolo. O sistema de combos é bastante rico e combinam
na perfeição com os novos poderes. Miles anda de mãos dados com poderes Venom. Não, não é o Venom personagem da Marvel, mas sim habilidades que giram à volta de electricidade. Entre
murros mais poderosos, até à possibilidade de criar uma onda de choque gigante
à sua volta a panóplia de escolha é bastante equilibrada.
Já a árvore de habilidades parece curta e
apresenta-se com três vertentes em específico. Uma referente ás habilidades
Venom, outra referente ao combate de estilo “stealth” e uma geral que permite
por exemplo aumentar o dano normal da personagem.
Uma especial atenção à banda sonora que acompanha
na perfeição toda a ação apresentada no ecrã.
Se gostaste de “Into the Spiderverse” e como
eu, achas que Spider-Man foi um dos jogos mais importantes desta geração, Miles
Morales não irá de todo desapontar. A barra estava de facto alta, mas este
título consegue estar lado a lado.
Infelizmente é bastante curto, seria de facto interessante ter mais
conteúdo e continuar a aventura de Miles pelas ruas de uma cidade super viva. Eu
cá vou continuar com o meu “guilty pleasure” de tirar fotografias às acrobacias
do aranha menos conhecido, mas que foi retratado aqui de uma maneira fenomenal.