Gears Tactics


Já disponível para PC, tanto como aquisição independente como incluído no Xbox Game Pass, Gears Tactics é um jogo de estratégia por turnos baseado na série Gears of War, que agora se prepara para chegar às consolas Xbox One e Xbox Series X|S.

Por estranho que pareça, apesar da popularidade de séries como Fire Emblem ou XCOM, não existe ainda uma grande oferta e variedade de títulos do género no mercado. Também por isso, acaba por ser uma surpresa ver a série Gears of War a aventurar-se num jogo de estratégia por turnos, já que os principais são jogos de tiros e muita ação, na terceira pessoa.

Gears Tactics apresenta-se como uma prequela, ocorrendo bastante tempo antes do primeiro título da série principal, mas num mundo já invadido por criaturas monstruosas, aqui conhecidas como Locust. A ameaça é real, arrasando cidades por completo e perseguindo os poucos sobreviventes. É aqui que entra o soldado Gabe Diaz, um dos protagonistas do jogo que tem como principal objetivo ajudar as pessoas e, com isso, formar um exército para combater esta terrível ameaça.


Visto de cima, o jogo funciona como um tabuleiro no qual as personagens têm livre movimento, mas um número limitado de ações. Por exemplo, ao movimentar-se, cada personagem terá uma distância à disposição com o valor de uma acção. Se o destino for um pouco mais distante, já irá gastar duas acções. O mesmo se aplica ao atacar um inimigo, onde cada tiro irá gastar uma ação. Até ao fim do turno do lado do jogador, é possível comandar as personagens na ordem que bem se entender, de ação em ação, o que com uma boa estratégia poderá realmente optimizar o desempenho de todos os soldados. 

À medida que se vai avançando, cada personagem vai ganhando experiência e adquirindo novas habilidades, o que abre caminho às mais variadas estratégias ao longo do jogo. É aqui que se torna importante o conceito de "overwatch", com o qual cada personagem pode guardar as ações disponíveis para vigiar uma área de terreno à sua frente, atacando qualquer inimigo que por lá se mexa quando for o turno dos adversários. Tudo o que o jogador pode fazer, os monstros também podem, pelo que é importante ter em atenção as áreas que eles possam estar a vigiar.


O jogo está estruturado em diversas missões, algumas principais e outras secundárias, por vezes exigindo que se incluam ou excluam certas personagens na equipa. Além dos protagonistas, o jogo conta com vários aliados que se vão juntando e podem ser treinados e melhorados, assim como uma lista de aliados temporários que irão apenas participar numa missão e depois seguir com a sua vida. Com toda esta variedade, é importante ir percebendo quais os tipos de soldados mais adequados para cada missão.

É também aqui que se encontra o maior problema do jogo: os inimigos, com múltiplas classes e diferentes habilidades, têm todos um aspecto bastante genérico. Mesmo sendo fiéis ao conteúdo da série Gears, neste tipo de jogo isso é algo que dificulta a experiência e obriga a prestar atenção redobrada nas escolhas que vão sendo tomadas.

Já inconfundíveis, são os bosses. À medida que se vai avançando na história, criaturas gigantescas irão aparecer em missões inesquecíveis, que conseguem realmente mudar a experiência. Cada boss tem um comportamento distinto, exigindo uma boa análise das suas reações, uma boa estratégia e também alguma persistência. O jogo não é propriamente fácil, mas também não chega a ser frustrante.


Em termos visuais, o jogo acompanha toda a estética presente nos jogos Gears mais atuais, adaptada a cenários que funcionam como verdadeiros tabuleiros. Há bastante detalhe, e todo ele tem impacto na jogabilidade. Coisas como a altura de um caixote ou a altura de uma parede influenciam o grau de proteção de uma personagem, assim como certos obstáculos irão afetar a visibilidade de cada um em modo de "overwatch".

Em momento algum se sentiu a falta de jogar com rato e teclado. Os controlos são bastante simples e fáceis de aprender, com uma grande ajuda da interface que permite sempre saber o que se está a fazer, o número de acções de cada personagem, o custo dos movimentos, etc., deixando para o jogador aquilo com que realmente ele se deve preocupar: a estratégia. E assim se cria um jogo viciante!


De forma geral, Gears Tactics não é um jogo particularmente inovador, mas também não precisa de o ser. Uma óptima adaptação de uma série de acção a um mundo de estratégia que tanto exige planeamento como determinação. Disponível a 10 de Novembro para as consolas Xbox One e Xbox Series X|S.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Xbox Series S, gentilmente cedido pela Microsoft.

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