Bakugan: Champions of Vestroia
Um anime infantil convertido em jogo, simples em todos os sentidos.
Conversões de animes, comics e até filmes têm sempre alguma dificuldade. O mesmo problema que muitos livros encontram na passagem para o cinema, há dimensões que são difíceis de converter noutras.
Bakugan transmite o estilo da série, com os monstros já conhecidos pelos fãs e até com um tutorial dado pelo personagem principal da série. No entanto fica pelo estilo, o coração e a emoção de um anime infantil não estão muito presentes.
A história começa com o nosso jovem personagem (que podemos customizar e escolher versão masculina ou feminina) num ambiente escolar típico. Após um falhanço, como o penálti do Beckham contra a nossa seleção, os nossos amigos falam-nos de um evento estranho nas traseiras da escola que nos leva ao primeiro encontro com um Bakugan nosso.
A história começa com o nosso jovem personagem (que podemos customizar e escolher versão masculina ou feminina) num ambiente escolar típico. Após um falhanço, como o penálti do Beckham contra a nossa seleção, os nossos amigos falam-nos de um evento estranho nas traseiras da escola que nos leva ao primeiro encontro com um Bakugan nosso.
Aqui já notamos que não só é genérica a história, como mesmo as oportunidades para cenas entusiasmantes ficam por terra. A cena do primeiro encontro é um breve flash e depois escolhemos a cor/elemento do nosso bakugan de 5 possíveis. Os designs são um misto de monstro gigante com robô e são interessantes, até nos apercebermos que todos os disponíveis são basicamente versões de cor diferente do mesmo (há 15, com 5 variações cada um e mais 6 esses sim diferentes).
Os monstros sobem níveis e podemos equipar habilidades diferentes por elemento, cada um tendo as suas mecânicas específicas. Ao subir 10 níveis eles "evoluem" ganhando alguns pormenores diferentes de cor e de armadura. Tem imensas side quests mas aqui também se sente o genérico, em todas as zonas temos combates, encontrar coisas no mapa e/ou falar com um personagem específico. São simples para os miúdos que são claramente o alvo, mas tornam-se exaustivas.
Falando em exaustivo, o combate também aceita este adjetivo. Podemos levar 3 Bakugans diferentes e trocar entre eles, mas é o personagem que controlamos. O combate é um ciclo de recolher hexágonos energéticos para dar energia ao Bakugan e depois escolher o move. Ainda que com bastantes moves, no total cada elemento tem 6 que depois oferecem versões melhoradas, tornando o combate previsível e rapidamente repetitivo. Obtemos novos Bakugans e moves tanto ao investigar pontos no mapa como pela resolução de side quests, vitórias em combate e com o avançar da história.
Continuando com os sistemas, o tutorial é bastante completo e diz-nos tudo que precisamos de saber para vencermos os oponentes, que na realidade não é muito. Todos os mapas têm as mesmas 3 lojas, uma de habilidades, cabeleireiro e uma loja de roupa (ganhar sem estilo nunca). Os itens disponíveis variam de região para região e a nível de customização do personagem oferecem bastantes opções. O jogo oferece apenas no main menu, modo história e brawl online, nem sequer tendo opções de customização para a música ou rumble.
Por falar em música, houve muitas vezes que fiquei em dúvida se existia sequer para além do combate. Ou começava demasiado impercetível ou então era ausente, daí a ausência de opções ser ainda mais estranha. As animações dos ataques são decentemente variadas mas tanto os nomes dos moves como as animações muitas vezes não correspondem de todo ao que vemos. A nível de performance (na switch pelo menos) há muitas vezes frame drops e quebras de animações. O jogo é parco no geral, mesmo os ambientes são vazios fora o ocasional NPC na sua rotina de subir e descer a rua.
Uma conversão de anime que parece ter ficado a meio de desenvolvimento, que não convence ao fim do dia.
Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Upload Distribution.