Sense: A Cyberpunk Ghost Story


Desenvolvido pela Suzaku e publicado pela Top Hat Studios Inc, Sense: A Cyberpunk Ghost Story é um jogo de aventura e exploração, com uma grande incidência a ser dada na resolução de puzzles, de forma a progredirmos na história. A tudo isto, e como de resto está bem indicado no título do jogo, junta-se uma ambiência de suspense e horror, combinada com uma fragrância de steampunk. 

O jogo coloca-nos na pele de uma jovem cyborg chamada Mei-Lin Mak, enquanto estava viaja no metro rumo a um pseudo encontro amoroso num bar. É precisamente na carruagem que iremos ter um muito tênue gostinho de horror, com o aparecimento da primeira aparição fantasmagórica. Numa sociedade onde a tecnologia domina todas as facetas da vida dos seus cidadãos, a mera crença no sobrenatural está totalmente desacreditada.


Ainda assim, e após entrarmos no referido bar (depois de resolver um primeiro puzzle bastante básico), Mei acabará por se ver transportada para um prédio antigo (que fora demolido para dar lugar ao bar futurista), depois de uma breve ida à casa de banho. Recambiada para uma habitação estranha e para uma realidade tirada da segunda metade do século XX, Mei ver-se-á rodeada pelos diversos espíritos aprisionados lá. Alguns irão ajudá-la...outros nem por isso.

Os fantasmas, que aqui têm um aspecto visual bastante distinto (têm uma aparência holográfica), numa fase inicial do jogo, não podem ser combatidos. Ao jogador, totalmente desprovido de armas, resta-lhe correr e esconder-se. Tendo sempre atenção à barra de stamina de Mei. Apenas mais para a frente é que nos será dada a possibilidade de fazer stun e até mesmo banir os fantasmas. Ainda assim, não serão muitos os inimigos que iremos encontrar pela frente. É certo que teremos bosses para derrotar (fazendo uso a uma mecânica de luta que precisa de algum polimento), mas o "verdadeiro" desafio do jogo está na resolução dos seus inúmeros puzzles. Estes não são difíceis per se, mas exigem bastante backtracking e itens a serem recolhidos numa ordem específica , de forma a serem concluídos com éxito.


Com um gameplay bastante simplista na sua essência (e por vezes um pouco aborrecido), Sense prende o jogador pelo seu aspecto visual. A cidade inicial, muito reminisciente de Blade Runner e Ghost In the Shell, está incrivelmente detalhada e salta à vista. Os apartamentos, onde se passa grande parte da acção, conseguem transmitir uma sensação de suspense e dread, que nos remete para algo retirado de um filme pulp noir. A música, juntamente com umas cutscenes cartoonescas, ajudam-nos a manter esse espírito.

Contudo, e tirando a fase inicial (e final do jogo) e a aparência da personagem principal, Sense tem muito pouco de Steampunk, apoiando-se sobretudo em elementos do século XX, para o grosso da história.


Em suma, Sense é sobretudo uma ideia com algum potencial, que merece ser explorada numa eventual sequela, mas que devido ao seu gameplay simplista e alguns problemas técnicos (certos pontos já resolvidos com uma patch recente), surge-nos como uma experiência curta e insatisfatória.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC via Steam, gentilmente cedido pela Community Villa.

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