Kill la Kill - IF


Faz tempo que queria ver este anime Kill la Kill mas, com o backlog que tenho foi-me impossível de o ver mais cedo, até que surgiu a oportunidade de escrever esta análise enquanto jogava e assistia ao anime finalmente. Será o jogo tão épico quanto o anime? Ainda por cima, tem mãos dos génios da Arc System Works, responsáveis pela série BlazBlue e o tão fantástico Dragon Ball FighterZ. Se o jogo está tão genial como esses? Isso vão ficar a saber esta análise aos seus pontos fortes e fracos.

Para os leitores que assistiram o anime, sabem muito bem que isto é mais um projeto dos responsáveis pelo excelente Tengen Toppa Gurren Lagan e, para meu espanto, a banda sonora é de Hiroyuki Sawano, responsável pela extraordinária banda sonora de Shingeki no Kyojin - conhecido por cá como Attack on Titan.

Embora o anime tenha um humor extremo meio perverso (talvez bastante) e muita japonesice com uma animação de topo, o jogo contém todos estes detalhes imprimidos, sim, a própria banda sonora do anime (ao contrário do jogo de Attack on Titan) está presente, isto causou-me logo um arrepio porque o jogador irá obter uma experiência bem mais recompensadora. Faz muita diferença, ainda por cima as músicas usadas estão exatamente sincronizadas com o próprio anime, o que quero dizer com isto é que todas as cenas em que surge a personagem X ou o combate Y, a música utilizada no anime é a mesma utilizada no jogo, isso é incrível e tem uma razão de o ser assim. O estúdio que produziu o anime fez a supervisão do jogo, logo adaptaram da forma mais fiel possível.


Sempre que se inicia o jogo a canção do primeiro opening rasga até chegar ao menu principal. Ao pressionar qualquer botão, o único modo de jogo disponível é o Story com a personagem Satsuki, será necessário completar os primeiros episódios com esta para desbloquear novos modos como o treino e pouco mais. Até mesmo o modo online se encontra bloqueado, obrigando o jogador a iniciar a aventura pela história. Isto significa que para os fãs da série e que já assistiram ao anime, poderão começar sem spoilers o Kill La Kill, no entanto quem ainda não viu irá ficar a conhecer a série a partir do oitavo episódio do anime, pois é a partir deste episódio que o jogo ocorre. De qualquer das formas, é necessário sublinhar que o jogo indica no próprio nome “IF”, sendo que os eventos para o final do jogo não são os mesmos, tendo assim um fim alternativo ao anime. É engraçado que o anime foi lançado em 2013 e apenas agora nes chega este título.

O jogo em si é um 3D arena fighting game, semelhante aos jogos da série Naruto: Ultimate Ninja Storm. O tutorial está inserido no modo história, os controlos básicos são apresentados para ultrapassar os obstáculos medianos do modo Story. Todas as personagens contam com um ataque de longo alcance e um de perto alcance tal como um botão para efetuar o breaker no caso do adversário estar a defender-se para que destrua a sua defesa. Os comandos não são complexos, dando a oportunidade de qualquer jogador aprender a jogar de imediato. O modo Story tem apenas duas campanhas que são relativamente curtas, uma é jogada com Satsuki e a outra com a nossa heroína Ryuko. Sem querer spoilar em nada, as vestimentas das personagens dão os poderes aos lutadores, Life Fiber chamam eles, vestimentas que sugam o sangue do possuidor para obter poderes surreais, no entanto as personagens estão quase despidas, diria, as duas personagens principais, tornando-as quase despidas e totalmente "sexy", já sabem como as coisas funcionam nos animes. Aconselho sinceramente a assistirem ao anime, é estupidamente cómico e louco.


O conteúdo não é abundante, o modo versus conta com o Free Battle para jogar contra um amigo ou o COM o que é o típico num videojogo do género, depois podem contar com o Player Match e Ranked Match, ambos para jogar online e tal como o nome indicam, é aqui que o jogador passará o tempo a jogar Kill la Kill - IF. No modo Practice podem encontrar algo mais para além do simples Training, Survival Challenge tem como objetivo derrotar o maior número de inimigos (contra o COM) e o Covers Challenge, que coloca o jogador a lutar contra uma carrada de inimgos em simultâneo. A Gallery apresenta o conteúdo bónus, o Digital Figure é a opção de apreciar os modelos das personagens, o Replay List é onde se encontram as lutas gravadas caso o jogador tenha decidido gravar os replays.

O Anime não é propriamente o anime da série mas sim as cutscenes que são apresentadas no jogo, que são totalmente em 3D e faz sentido assim ser, visto que na progressão do jogo a história é uma versão alternativa, embora ficasse melhor se tivessem sido criadas pelos estúdios responsáveis pelo anime. O Sound Test contém as músicas do jogo (que são as do anime), estes têm de ser desbloqueados com pontos que são obtidos como recompensa no modo Story ou em lutas online. O Voice Library apresenta as vozes das personagens que devem igualmente serem desbloqueadas da mesma forma, com os tais pontos. Por fim, Glossary, onde ficam a conhecer pequenos detalhes das personagens e a sua história, caso para dizer que tudo isto ficam a conhecer no anime por isso, esta vai para aqueles que não chegaram a ver o anime.


A falar no jogo em geral, o fan service é enorme, embora a seleção de personagens seja limitada com 8 personagens, no entanto quanto isto não é possível fazer muito mais, pois as personagens importantes e que realmente lutam na série estão todas disponíveis e jogáveis. Os pontos fortes são de longe o grafismo brilhante das personagens, os visuais são lindos, só não diria que estão equiparáveis ao anime porque a série é do outro mundo em termos de animação. Quando se executa algum ataque especial, a qualidade é realmente magnífica e o jogador aí mal diferencia o que é um jogo ou uma animação, está soberbo, juro! A música já foi comentado anteriormente, está disponível e até arrepia nos momentos críticos, colocando o jogador diretamente no centro da ação e com o coração a palpitar, como no momento da aparição da verdadeira vilã da série e a música Blumenkranz que é o seu tema, que arrepio. Sem esquecer de que as vozes originais (japonesas) estão todas presentes tal como sucede no anime, genial.

Os pontos negativos são cruciais infelizmente. O jogo é perfeitamente jogável sim, o problema é já se ter jogado 3D arena fighting games com melhor jogabilidade. Por vezes dá a entender que é um pouco lento, para além disso, combates contra múltiplos adversários na arena podem ser frustrantes, pois a câmara não é controlável e estará sempre a seguir a ação, o que pode criar dificuldades em certas situações. Para além dos espetaculares ataques especiais disponíveis, o jogador terá à sua disposição o modo “Bloody Valor” que é no fundo um jan-ken-po (pedra, papel e tesoura), o que não é de todo gratificante, mas só pelos momentos cinemáticos produzidos durante este modo com diálogos das personagens já tornam um pouco mais satisfatório, embora tudo dependerá da sorte como é evidente.


Pequenos detalhes de Kill la Kill – IF estragam um pouco a experiência, o conteúdo também não é especial apesar de ter uma boa carga de fanservice. Os combates são bons mas não excelentes, assim sendo, a série anime está melhor e o jogo acaba por ser limitado para os verdadeiros fãs, afastando pessoas que gostam deste género em vez de os cativar para a visualização da excelente série que é.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pela PQube.

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