Final Fantasy XIV: Retrospectiva - Heavensward e Stormblood


Depois do grande fiasco que foi o lançamento de Final Fantasy XIV, o mesmo lá conseguiu encontrar um ótimo rumo e chamar cada vez mais jogadores para o mundo de Eorzea, como podem ver na primeira parte desta restrospectiva [link]. Com o passar do tempo e uma ótima quantidade de jogadores surgem boas notícias, o lançamento da primeira expansão do jogo, Heavensward! É certo que não é fora do comum ver expansões a serem lançadas em MMOs, mas atendendo o desastre em que o jogo se havia encontrado, este surge como um novo objetivo cumprido.

Com ele chegava o típico conteúdo de uma expansão, como o level cap até nível 60 e três novos Jobs: Dark Knight, Astrologian e Machinist. Viajamos para o norte de Eorzea, a região de Coerthas e principalmente Ishgard, que já desde os longos tempos do lançamento de FFXIV havia sido mostrado mas sem nunca lá poder entrar. Um região fria, coberta de neve, mas também que a possibilidade de voar pela primeira vez nos levou a ilhas flutuantes, ruínas antigas ou cenários que pareciam retirados da ficção científica, com um toque muito forte de Final Fantasy VI. Mas no meio de tanta nova coisa para explorar, um dos pontos mais fortes desta primeira expansão foi a sua história.


A Realm Reborn pode ter sido uma boa revolução, mas no meio de muitos momentos memoráveis da sua narrativa (muitos deles ainda são dos meus favoritos do jogo) a progressão encontrava-se cheia de quests onde andávamos em ping-pong de um lado para o outro a entregar itens, um problema que ainda hoje é comentado e que não parece ter solução imediata à vista. Já Heavensward teve uma narrativa mais fluída, com missões que nos encaminhavam bem pela progressão do jogo levando-nos até ao seu "final" com poucos soluços. A história foca-se primeiro nas personagens e só depois no mundo em si, um leque de indivíduos próximos do jogador que, embora não pudéssemos jogar com eles, é como se estivessem na nossa equipa enquanto explorávamos as dungeons.

Não houve mudanças significativas na estrutura do jogo em si, sendo no entanto acrescentados 3 novos Jobs (Dark Knight, Astrologian e Machinist), enquanto que as restantes classes já disponíveis recebiam novas habilidades. Foram 2 anos de conteúdos, a cada novo patch principal era acrescentada mais história, novas dungeons e duas novas raids: numa enfrentávamos Alexander, numa história muito contida em si, distanciando-se no que havia sido feito com Bahamut anteriormente. A outra raid denominada de Void Ark levava 24 jogadores a explorar as ruínas da civilização perdida de Mhach, bastante importante para a lore de Final Fantasy XIV como um todo. Foram dois pontos que vieram enriquecer a história já existente, mas pelo meio ainda tivemos o aparecimento dos Three Fiends de Final Fantasy VI que vinham dar algo extra aos fãs da série. Os momentos finais de Heavensward foram incríveis, tal como em A Realm Reborn nos havia "habituado", subindo bastante a fasquia para o que seriam os próximos capítulos.


Na segunda expansão Stormblood viajamos para Ala Mhigo, zona de conflito cuja história remonta para as origens de FFXIV, mas esta expansão chegava com uma outra surpresa: uma viagem ao oriente para um novo continente e a região de Doma, também ela com problemas face à invasão do Império de Garlemald, os principais inimigos do jogo. Deste modo a atenção dividia-se em duas partes: explorar Doma e Othard com a sua temática mais japonesa/oriental, enquanto no ocidente encontrava-mos uma região mais medieval com um toque de tecnologia futurista à mistura.


Nesta expansão experimentaram imensas coisas, para além de chegarem ao nível 70 foram acrescentados 2 Jobs (Red Mage e Samurai) mas todas as restantes classes tiveram uma reformulação bastante forte, com uma redução de habilidades secundárias ao aparecimento de uma "Job Gauge", criando uma mecânica única a cada uma das classes com resultados interessantes. Mais tarde surgia Blue Mage, uma Limited Job com todo um ecossistema separado das restantes classes, uma espécie de mini jogo onde colecionamos habilidades usadas pelos monstros, adição esta que não foi propriamente bem recebida principalmente por não ser possível usar a classe na maioria do jogo.

Já outros pontos da expansão tiveram melhores resultados: começando pela raid de Omega, este levou-nos a combates contra inimigos de Final Fantasy I, V e VI, estes que tanto foram do agrado de muitos fãs ou vistos como demasiado forçados por outros. Outros jogos da série que viriam a ter destaque foram Final Fantasy XII e Tactics, com toda uma raid dedicada ao mundo de Ivalice que se integrava em si no mapa do mundo de FFXIV, com personagens como Ramza e Fran a terem destaque e combates contra Espers e ainda alguns inimigos novos. Houve muito fanservice para os fãs da série, misturados com outros combates e tivemos personagens novos como 4 bosses inspirados na cultura oriental, enriquecendo a mitologia por detrás do jogo.


A história viria acompanhar o espírito "maduro" de Heavensward, onde o mundo é um palco de guerra e aqui várias táticas militares eram postas em ação, acompanhados por muita fantasia e criaturas místicas. Grande parte dos personagens já conhecidos viriam a ter um bom desenvolvimento e, pelo meio, novos personagens seriam bem desenvolvidos, enquanto outros parecem ter caído no esquecimento (mas provavelmente serão usados no futuro). A expansão teve um início bastante bom, com uma história empolgante que nos deixavam ansiosos por saber o que ia acontecer, mas pelo caminho as pontas soltas tal como um final de expansão "sem sal" deixou algo a desejar, ou talvez estávamos mal habituados face às duas conclusões anteriores. Pelo meio ainda tivemos algumas colaborações bem interessantes como o cross-over com Monster Hunter (resultando numa batalha algo diferente do que estávamos habituados), mas outros conteúdos como Eureka, um local inspirado em Final Fantasy XI, deixaram muito a desejar por ser focado pura e simplesmente em grind.

Se há algo que as expansões vieram fazer foi dar cada vez mais conteúdo para explorar-mos, desde mini-jogos a quests diárias ou semanais que nos fazem voltar para fazer muito do seu conteúdo. Mantem-se o espírito que é denominado pelas equipa de desenvolvimento como uma "feira popular", onde entramos no jogo e temos várias coisas para fazer com o intuito de nos divertir-mos, mas sem nos sentirmos obrigados a fazer tudo. Sensivelmente a cada 3 meses há sempre uma atualização importante com mais conteúdo, eventos constantes e toda uma comunidade pronta a jogar conteúdo, mesmo aquele que parece já "dispensável".



Neste espaço de 4 anos houve um interesse cada vez maior por parte do público em ver, afinal, o porquê de ser um MMO bastante (bem) falado. Foram feitas alterações na própria estrutura do jogo de modo a acompanhar a subida do número de jogadores e preparar Shadowbringers, a mais recente expansão que irei falar posteriormente. Termino assim esta retrospetiva em 2 partes com um convite: experimentem Final Fantasy XIV! A trial é totalmente gratuita e têm muito para explorar até ao nível 35, mesmo que estejam limitados a todo um conjunto de coisas, mas há muitos motivos para que este seja dos RPGs online mais populares do momento, e neste momento, a população do jogo ativa continua a aumentar.

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