Blazing Chrome
JoyMasher é um estúdio brasileiro conhecido pelos seus trabalhos a nível de jogos de estilo "Retro". Aliás, até no seu website se pode ler “We know Retro”. Nomes como Oniken e Odallus, ambos em estilo 8-bits, fazem parte desta ementa recheada de pixéis. Desta feita contamos com o seu último lançamento, de seu nome Blazing Chrome, uma carta de amor ao velhinho Contra.
Blazing Chrome é um shooter run-and-gun de trazer à memória a sensação do nível de tecnologia apresentado na SNES, mas até que ponto este é um género que se aguenta nos tempos que correm? Poderá não ser um upgrade de um clássico para algo novo, mas é na verdade um evocar de um tempo, um género e uma época.
A história em si tem pouca importância e tudo o que o
jogador necessita saber é explicado em jeito de cutscene no ínico do jogo. As
máquinas quase aniquilaram toda a humanidade e agora a Resistência vê-se obrigada
a avançar numa missão suicida, para tentar salvar o que resta da humanidade.
Ora o jogador faz parte desta rebelião ambientada no futuro distante de '21XX'.
Ao iniciar esta aventura é possível selecionar apenas duas personagens: Mavra e o robô Doyle. A jogabilidade é a mesmas com estas duas personagens, que contam com uma metralhadora padrão. No entanto, ao longo das fases é possível equipar outras três armas, além de 3 drones diferentes com habilidades “passivas”: um de ataque, outro que projeta um escudo à volta do jogador e por último o drone que aumenta a velocidade do jogador.
O objetivo da Resistência é atravessar um total de seis
fases cheias de robôs e criaturas biomecânicas. Estas decorrem em ambientes
de fundo diferentes e repartidos entre run-and-gun "normal", com veículos e
até com a ajuda de um jet pack, onde o sentido da ação é invertido.
Não existe uma linha que é preciso seguir, o que se pode
tornar bem vindo, uma vez que o jogo dá a possibilidade de saltar entre missões.
É possível começar logo na missão quatro e voltar para a missão 2 e por aí
adiante. Neste sentido pode até pode facilitar a adaptação às missões.
Ao completar todas as missões o jogador é presenteado com
diferentes modos de dificuldade e duas novas personagens, uma masculina e
uma feminina, que apresentam uma jogabilidade diferente das iniciais. Raijin, o ninja, e Suhalia, a guerreira com o braço biónico, são referências
claras a outros clássicos arcade, como por exemplo Ninja Gaiden, e adicionam uma
razão bastante plausível para repetir a aventura, pois não
usam armas mas sim ataques corpo a corpo, o que muda bastante a mecânica
evolvente no desenvincilhar dos inimigos. No entanto as diferentes armas que
antes era possível apanhar, não afetaram de todo estas personagens, o que poderá
ser um ponto menos bom pois eleva a dificuldade de um jogo já por si com alguma
dificuldade.
É um ótimo momento para voltar atrás no tempo e relembrar estas pérolas. Embora tenha inspiração nos clássicos da SNES, consegue evitar não ser apenas uma cópia do que já foi feito. Entrega desta maneira a sua própria experiência ao jogador enquanto transporta toda uma “vibe” extremamente fiel aos clássicos. Para os novatos a dificuldade poderá ser uma surpresa, mas a jogabilidade, o seu fantástico art style a jogabilidade bastante fluída e banda sonora manterão o jogador preso ao ecrã durante umas boas horas.