PES 2019: Levar o Vitória Sport Clube ao estrelato!


Quando o PES 2019 me chegou às mãos, foi-me colocado um pequeno desafio. Conseguiria levar o Vitória Sport Clube, o clube do meu coração, à glória máxima neste jogo?

A minha “escalada” à conquista de uma Taça com o meu VSC foi praticamente uma tarefa impossível, especialmente porque joguei online para ter uma sensação mais realista de competividade. Isto tornou-se extremamente difícil pois, enquanto se joga contra uma outra pessoa sem ser a inteligência artificial, a disputa será sempre superior, a não ser que estivesse a jogar com alguém sem experiência neste género.

Neste desafio, iniciei o myClub e joguei todas as taças disponíveis independentemente do seu nível de competitividade. Uma das equipas com que me deparei foi o Marselha, que ainda na época passada o VSC conseguiu derrotar num jogo da Liga Europa, ou seja, estão relativamente ao mesmo nível. Aliás, diria que o plantel do VSC deste ano é bastante superior ao de Marselha em termos de qualidade. No entanto jogar online contra um Marselha no qual o jogador contratou jogadores como Neymar, Ronaldo e Tévez, contra um VSC cuja grande estrela que contratei era Levandowski, o resultado foi pobre, não por não jogar bem mas sim pela diferença que os jogadores fazem em campo, é completamente evidente.

Uma das Taças organiza as partidas não aleatoriamente, mas sim contra jogadores com o meu nível de experiência, que é baixo comparado com o de muitos outros mais dedicados ao PES. A lógica seria uma partida renhida no mínimo, mas o que sucedeu foi jogar com o meu VSC contra um Bayern, por exemplo. Como já seria de esperar, foi outra derrota! É impossível competir num clube pequeno com equipas que marcam anualmente presença na Liga dos Campeões, tornando a derrota inevitável mesmo jogando bem e tendo uma boa posse de bola. Neste caso o adversário até parecia meio perdido no campo, mas bastou aproximar-se da grande área e efetuar um remate que o golo foi certeiro, mesmo tendo o grande Douglas de Jesus na baliza do branquinhos.


Vencer uma Taça no modo online com a equipa do nosso coração não é nada fácil, mesmo que se jogue uma Taça onde os jogadores online se equiparam ao nosso nível. Com uma equipa como Juventus, Real Madrid, Liverpool, Bayern etc… aí sim é mais fácil conquistar a vitoria. A única forma para ver um clube como o Vitória Sport Clube ou um Moreirense ganhar uma Taça terá de ser no modo offline, ou então ter muita sorte e apanhar jogadores fracos com uma equipa que também seja de baixo perfil.

Talvez seja mais fácil ver o VSC um dia ser campeão Nacional na vida real do que vencer com ele no PES... *cough cough*. Mas dito isto, vamos lá ver que tal está o jogo propriamente dito!

A tradição mantém-se: mais um ano, mais uma época, mais um PES. Desta vez PES 2019 não teve lançamento algum em consolas da geração anterior, o que significa que houve margem para fazer algo em específico sem pensar no passado. Como sempre, a série continua a perder por não conseguir obter as mesmas licenças conseguidas pelo FIFA. Perde e muito, não é a mesma coisa jogar uma Liga inventada ou baseada num clube português com nomes falsos. Sendo adepto ferrenho do meu Vitória Sport Clube, custou-me enfrentar o desafio que me foi proposto com uma equipa chamada "Vitória de Guimarães".

Aliás, isto sempre foi algo que me fez perder o interesse em jogar PES, mas este ano as coisas mudaram bastante para melhor. Se o jogo perdeu a licença da Liga dos Campeões, por outro lado a nacional LIGA NOS faz a sua estreia num jogo PES, totalmente licenciada, excetuando algumas fotos de jogadores menos conhecidos. Ainda assim consegue estar minimamente completo e as próprias faces durante o gameplay estão relativamente idênticas às dos jogadores na vida real.

Este ponto é de extrema importância para mim, primeiro por ter o meu clube, embora com nome alterado, segundo por ter a própria LIGA NOS presente, porque nem toda a gente é (nem tem de ser) adepta dos 3 grandes, embora o único estádio português existente no jogo seja o de Alvalade. Sabe-se bem que o FIFA tem dominado o mercado durante uns bons anos, mas também é sabido que o PES conquistou muitos portugueses no passado e ainda nos dias de hoje há quem o prefira devido à jogabilidade. Com isto, os portugueses têm agora um motivo para regressar a esta série. Para além disso, os comentadores estão em português, contando com a presença do famoso comentador Luís de Freitas Lobo.


Algo importante de referir é o reconhecimento dos jogadores mais famosos de cada um dos clubes mais pequenos, isso é de se tirar o chapéu. Estar a jogar com um dos meus jogadores favoritos no meu clube, neste caso o André André, ouvir o Luís de Freitas Lobo falar no seu nome é algo que me fez esboçar um sorriso e olhar para o trabalho conseguido com bons olhos. Isto era muito importante de referir pois tal como muitos jogadores portugueses, faz toda a diferença. E curiosamente, nos comentários, ele fala do meu clube corretamente como "Vitória Sport Clube"!

As animações nos PES estão razoáveis, sinceramente esperava de um pouco melhor. Assim que joguei com a Seleção, ou seja, com jogadores famosos como o nosso CR7, no cantar do hino notei que as bocas dos jogadores estão com animações muito esquisitas, parece que mal abrem a boca, não se sente o realismo desejado. Os próprios festejos estão bons mas não são tão efusivos como gostaria.

Quanto à jogabilidade, gostei e está bem viciante. É verdade que os movimentos continuam menos realistas, a Konami parece compreender que nenhum jogador no mundo corre e vira para o lado de forma tão irrealista e isso está patente desde sempre. Quanto a outros movimentos quando o jogador tem posse de bola, nada a apontar. Mas é possível entender bem que existe diferença entre jogar com uma equipa como a do VSC (ou até mesmo um F.C.P.) e jogar com qualquer seleção seja ela qual for, pois os jogadores são normalmente, os melhores de cada país e isso faz todo sentido, o ritmo de jogo altera por completo. Isto, como está visto, afeta bastante a dinâmica de jogo entre equipas de diferentes níveis.

As físicas da bola estão bastante boas e mais realistas que antes, o que contribui para momentos mais exaltantes para qualquer fã do desporto rei. Além de que os guarda-redes já não fazem figuras como antes, há mais esforço e as defesas estão do melhor. Os níveis de dificuldade estão no ponto, sendo que o intermédio serviu perfeitamente para eu ter alguma competitividade, pois após anos sem jogar PES mas a jogar FIFA, consegui lidar facilmente com os comandos e a sua jogabilidade, embora possam ser alterados sem qualquer problema. A verdade é que alguém que queira dar uns toques depois de passar horas no FIFA e entender minimamente de futebol, consegue encontrar equilíbrio no intermédio.


O jogo inclui modos interessantes, mas com tutoriais que mais parecem vindos de um jogo de smartphone, embora agradeça que expliquem tudo, há formas mais intuitivas de apresentar informação. De qualquer das formas, irei mencionar de seguida todos estes modos de jogo existentes.

Assim que se inicia PES 2019, é apresentada a aba “Em Casa”, onde é possível encontrar todas as novidades e actualizações. Entretanto temos o clássico “Pontapé de Saída”, onde se podem jogar partidas amigáveis tanto online como offline e além disso uma aba com alguns extras e estatísticas do jogo. Mas sem espaço para dúvidas, o mais interessante é o modo myClub, onde antes de tudo começar é necessário seleccionar uma equipa com a qual nos identificamos e queremos fazer história.

Seguindo o desafio que me foi proposto, escolhi o meu Vitória Sport Clube, claro. Na aba “Casa do Clube” é onde se tem acesso ao mais importante, desde treinos como a gestão de equipa. A questão da gestão de equipa é o mais interessante. Para começar com a criação de uma equipa é preciso contratar um treinador, um olheiro, agentes e como é evidente, jogadores. Inicialmente os jogadores nunca são muito experientes e para tal é necessário treinar e jogar jogos oficiais para que eles possam evoluir e subir de nível. Algo que me fascinou foi a possibilidade de até contratar por empréstimo alguns jogadores. As primeiras partidas até que correram bem, mas como referi em relação ao desafio de levar o clube ao topo, os jogadores que pegam em clubes de alto gabarito, com outros orçamentos, terão sempre mais facilidade em atingir o topo. É a vida! Mas o importante é continuar a jogar. Caso as coisas não corram bem, temos o total controlo da nossa equipa, é sempre possível despedir/vender olheiros, jogadores, treinadores etc…


PES 2019 veio em força para competir com o FIFA. Fui apanhado de surpresa pela sua qualidade, pois confesso que as minhas expectativas nem estavam assim altas, o que ajudou imenso a ganhar interesse e a jogar por um bom tempo este novo jogo da série da Konami. Ao escrever isto, não sei ainda se leva a "taça" ao seu concorrente direto, mas é uma óptima proposta para quem gosta de futebol. Embora não exista a Liga dos Campeões, os portugueses têm boas razões para jogar PES com a inclusão da Liga NOS que, para adeptos do futebol como eu, faz toda a diferença.

Nota: esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pela Ecoplay.

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