The Evil Within 2


Está à porta o Halloween e nada melhor que jogar uns jogos alusivos a este dia festivo, por isso mesmo, decidi trazer aqui o jogo que terminei antes de ontem. Não foi a pensar no Halloween, pois não foi de todo propositado, mas era um dos jogos que mais queria jogar e comprei a bom preço precisamente na Madrid Games Week. Um jogo pela mente brilhante de Shinji Mikami, mestre na arte do survival horror.

The Evil Within, o primeiro capítulo, foi lançado em 2014 no dia 14 de outubro, já esta sequela teve o lançamento em 2017 do dia 13 do mesmo mês, curiosamente uma sexta-feira 13. Este é perfeitamente jogável sem ter conhecimento do primeiro jogo, mas aconselho a jogarem o título anterior visto que, em certos aspetos, era um pouco melhor. Por isso mesmo, irei fazer algumas comparações durante a minha apreciação final deste segundo jogo.

Se é de Shinji Mikami, significa que há desafio. Não apenas pela série Resident Evil, pois tem pérolas como Vanquish e God Hand, jogos de estilos diferentes e com dificuldades tremendas, o que faz de mim um fã incondicional deste senhor. The Evil Within 2 não é diferente. Jogamos com Sebastian Castellanos, uma personagem que não tem muito carisma mas da qual eu até gostei bastante. Se no título original Sebastian sofreu a nível psicológico, nesta segunda parte as coisas não mudaram, apenas pioraram.


Sebastian embarca numa missão em busca da sua suposta falecida filha num incêndio. A ex-colega de trabalho Kidman (que marca presença no primeiro jogo) revela que Lilly está viva e precisa da ajuda do pai. Uma vez mais, Sebastian regressa à máquina STEM que, por sua vez, é algo que se asemelha imenso ao Matrix, onde a nossa mente é transportada para uma dimensão paralela. É aqui que toda a ação do jogo se passa, onde tudo é distorcido e bizarro com monstros e muito sangue à mistura.

Verdade seja dita, no que diz respeito ao terror, é claro que tem boas doses, mas comparado com o primeiro, achei menos assustador. Este segundo capítulo é mais emocional, a narrativa é mais interessante, mas talvez por isso mesmo não seja tão focado no terror psicológico encontrado no jogo anterior. A sensação de WTF mantém-se, com momentos espetaculares e sórdidos tal como Shinji Mikami nos habituou ao longo destes anos. Não assusta aqueles que já jogam disto há muitos anos, mas os jogadores menos habituados ao género vão sentir-se claustrofóbicos.

A maior mudança neste novo título é o open world, em vez de um caminho linear. Mesmo assim, este open world é bastante pequeno, por isso ninguém terá dificuldades em caminhar e conhecer de trás para a frente a vila de Union. A nível de exploração não há muito a dizer, Sebastian tem um rádio que lhe informa de todos os pontos importantes para concluir tanto as missões principais como as secundárias, que também não são muitas pois quase que as consegui concluir todas num só playthrough.


A narrativa é de longe o mais interessante, com uma metade de jogo a criar questões e outra metade a apresentar respostas. Algo que me fascinou é o jogo ser semelhante a um filme, isto porque Sebastian não se encontra sozinho em Union, vai poder contar com uma data de aliados que vão encaminhar por assim dizer o nosso detetive ao final do jogo, com muitos acontecimentos que se tornam mais ao menos um cliché. Outro aspeto que senti falta foi a quantidade de bosses. Se no primeiro tínhamos vários, aqui sente-se a falta de lutar contra eles, até porque os existentes acabam por ser mais fáceis.

Por incrível que pareça, uma das missões secundárias tinha uma linha temporal, esta missão estava a valer o tempo gasto, no entanto falhei uma ou outra coisa e acabei por perder o fio à meada. Mas as missões que consegui concluir até foram mais stressantes que as principais. A exploração em busca de materiais para fazer upgrade às armas e fazer crafting para obter munições é necessária e, ainda assim, as munições são sempre escasas. Curioso que mais perto do fim do jogo já não sentia tanta falta das munições, devido à quantidade de upgrades efetuados, mas pelo meio sofri bastante e passei a vida a ouvir Sebastian dizer “No ammo?”.

É um survival horror e é assim que deve ser, sentir a sensação de que estamos totalmente indefesos, vulneráveis ao mínimo arranhão dos simples zombies/monstros que vagueiam por Union, The Evil Within é assim mesmo. A própria stamina do jogador é fraca, à medida que se vão eliminando estes monstros, recolhemos um líquido verde e viscoso que servirá para fazer upgrade às capacidades físicas do protagonista, seja a nível de saúde como de stamina e até a forma de eliminar e esquivar de inimigos que facilita imenso. No que diz respeito ao leque de armas, elas são praticamente as mesmas que estão no primeiro jogos, uma pistola, caçadeira, um arco misterioso que dispara flechas com bombas, gelo e harpas como a metralhadora e a típica sniper.


É um mundo perturbador, talvez não como no título original, mas a parte final do jogo é completamente memorável e isso ficará guardado na minha mente sem a menor dúvida. Para este Halloween, com cerca de 16 horas de jogo, The Evil Within 2 é uma excelente opção.

Nota: Esta análise foi efetuada com base numa cópia do jogo para a PlayStation 4, comprada pelo autor do artigo.

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