Até um dia, Filipe Duarte Pina…

É sempre difícil escolher palavras quando alguém com tanta relevância na nossa praça parte tão cedo. Os 46 anos de Filipe Duarte Pina já lhe concediam uma certa vivência mas em contexto de morte sabem a pouco e tornam o seu desaparecimento demasiado precoce.

Era um farol na comunidade de videojogos (e não só) do nosso país desde há muito tempo e a sua mente criativa, capacidade de liderança e sentido crítico deram-lhe a oportunidade de passar por vários tipos de media dentro da nossa indústria.

Portugal, país onde tanta coisa acaba por chegar sempre muito mais tarde, teve a sorte de ter o Filipe sempre na vanguarda e de assumir vários papéis ao longo da sua vida. Desde lecionar sobre videojogos, desenvolver videojogos, fazer banda desenhada ou ser podcaster, esteve sempre envolvido, sempre presente e sempre na linha da frente. Toda esta envolvência numa indústria ainda tão embrionária como é a do nosso país enaltece e confere ao Filipe um estatuto e uma importância histórica indiscutível e simbiótica.

Ficam os momentos, as memórias e a obra. Que sirva de inspiração a todos aqueles que procuram deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraram. O mundo precisa de mais Filipes, que criam, inspiram e fazem o nosso "pequeno" canto no mundo mexer, incentivando as futuras gerações a tentarem também inspirar o mundo.

Há palavras que nos surgem, mas que nos fogem por não parecerem o suficiente, restam-nos as emoções, um misto de tristeza e revolta, é injusto. Sempre foi alguém com quem nos cruzávamos, seja nos eventos a promover as suas criações, as trocas de ideias que fluíam ou até mesmo um simples olá, sempre foi uma presença que nos marcou.

Não podemos terminar, obviamente, sem dar as condolências à família e entes mais próximos do Filipe, estamos todos com vocês neste momento tão pesaroso.

Obrigado Filipe, por tudo o que nos deste, pelo legado que criaste.

Artigo escrito pelo Gonçalo e Nuno, em nome de todo o Meus Jogos.