Super Mario 3D All Stars


35 anos. Passaram 35 anos desde o lançamento do primeiro Super Mario Bros. no Japão, o jogo que lançou o canalizador da Nintendo para o mundo da fama, e muitas vezes com um estrondoso impacto em toda a indústria dos videojogos. Para celebrar a ocasião, a Nintendo preparou uma série de eventos e lançamentos especiais, entre os quais se encontra este Super Mario 3D All Stars para a Nintendo Switch!

Esta é uma compilação de grandes clássicos do Super Mario em "3D" para a Nintendo Switch: Super Mario 64 (Nintendo 64, 1997), Super Mario Sunshine (Nintendo GameCube, 2002) e Super Mario Galaxy (Wii, 2007). Não esperem, porém, aquilo a que habitualmente se chama de "remaster", pois todos eles são o mais próximo possível da experiência original, mas agora a correr em alta definição e com os controlos adaptados à Nintendo Switch.

Em termos técnicos, Super Mario 64 apresenta uma resolução de 960x720px tanto em modo portátil como na TV, mantendo o rácio 4:3 da versão original. Já os mais recentes Sunshine e Galaxy passaram a widescreen, com 1280x720px em modo portátil e FullHD em Modo TV. Houve ainda o cuidado de, jogo a jogo, voltarem a renderizar as cutscenes e adaptarem o texto relativo a botões dos comandos para os controlos da Nintendo Switch. À parte disto, a experiência é mesmo algo que um autocolante na caixa poderia dizer: reviver os clássicos!

Seja um mar de nostalgia, ou um mundo de descobertas, é inegável a amplitude de sentimentos que esta coleção trará para todos os jogadores. Quer se recordem perfeitamente do primeiro "100%" do Templo dos Jogos, ou nunca tenham sequer ouvido falar de tal coisa (será algum streamer?), há aqui três fantásticos jogos, tanto para recordar como para quem os vá agora experimentar.



Super Mario 64

Esta foi, na altura, uma revolução sem igual no mundo dos videojogos. O primeiro jogo de plataformas 3D com total liberdade de movimentos graças ao direcional analógico que vinha integrado no comando da Nintendo 64. Mas o que seria dos controlos, se não fosse tudo o resto? O jogo conta com uma enorme diversidade, tanto em termos dos vários níveis a explorar, como os diferentes desafios que se encontram no interior. Tão depressa Mario está a saltar, como a nadar, voar... ou até mesmo a fazer surf em cima de uma carapaça!

23 anos depois, um jogo que tanto marcou a indústria na altura, facilmente mostra agora a sua idade, mas continua a impressionar. Hoje podemos estar habituados a gráficos detalhados, maior liberdade de câmara, e mesmo assim poucos jogos de plataformas fora do universo Mario conseguem ter uma jogabilidade tão variada e, ao mesmo tempo, intuitiva. Sem dúvida, um marco histórico que todos devem visitar.



Super Mario Sunshine

Custa a acreditar, mas o jogo chegou apenas 5 anos depois de Mario 64 ter sido lançado na Europa. As consolas davam, então, um enorme salto em termos de capacidade gráfica, de entre as quais a GameCube se demarcava como líder em termos de tecnologia - algo que na realidade não se traduziu a nível de vendas. Uma das caraterísticas mais impressionantes da consola, nessa altura, era a capacidade que tinha de representar a água em termos visuais, e quem melhor do que o Mario para o demonstrar?

Depois dos eventos de Mario 64, a Princesa Peach decide passar umas férias numa ilha tropical e, para celebrar, convida o heróico canalizador para acompanhar. Podia ser o começo de um belo romance, mas quando chegam à ilha encontram-na cheia de uma misteriosa tinta que, alegadamente, foi espalhada pelo Mario. Felizmente, acaba de ser lançada uma nova tecnologia F.L.U.D.D., com a qual o protagonista terá de limpar toda a ilha... e descobrir quem a sujou!


Para quem esperava uma mera sequela, tal nunca chegou a acontecer. Embora haja alguns momentos do jogo onde Mario perde temporariamente o seu equipamento, o grande foco da jogabilidade está no FLUDD, que tanto serve como uma mangueira, como uma hoverboard aquática (bem à frente do seu tempo), entre outras funcionalidades. Parecendo à primeira vista que tudo isto torna o jogo mais fácil, na verdade Sunshine acaba por ser um dos mais difíceis da série em 3D, especialmente para quem queira apanhar todos os "shines" e completar a 100%.

Ao jogar na Nintendo Switch, o principal impacto que se sente é ao nível dos controlos, que pareciam melhores no tempo da GameCube. Depois da Wii e até mesmo jogos como Splatoon, que curiosamente parece bastante inspirado no Sunshine, este é um jogo que ganharia imenso com uma adaptação aos controlos com movimentos, especialmente quando se quer mandar água contra os inimigos. Já em termos visuais, embora apresente a sua idade, consegue manter-se bastante bonito em HD.



Super Mario Galaxy

Lançado em 2007 para a já popular consola Wii, entrou diretamente para a lista dos jogos mais memoráveis de sempre. Destruindo por completo todo o conceito de gravidade, passando a fazer desta mais uma mecânica de jogo, Mario levou os jogadores consigo até algo nunca antes visto. Trocando a exploração dos cenários em jogos anteriores por níveis e experiências mais lineares, cada galáxia é uma nova descoberta, um mundo diferente dos anteriores com novas mecânicas e desafios a experimentar. Mais do que a diversidade, o jogo surpreendeu pela sua criatividade!

Para acompanhar, uma magnífica banda sonora, pela primeira vez gravada por orquestra num jogo deste canalizador, com músicas realmente épicas a acompanhar toda a aventura. Enquanto jogo da Wii, tirava também partido do novo comando em algumas mecânicas, mas nunca foi esse o foco principal da experiência, apenas a tornou ainda mais intuitiva. É sempre gratificante agitar o comando e ver o que acontece a seguir.


O mais impressionante de tudo, porém, é vê-lo agora a correr na Nintendo Switch em HD. Graças ao seu estilo artístico, o jogo simplesmente parece ter sido sempre assim. Se não fosse por algumas texturas dos cenários, que apenas são pouco detalhadas, muito facilmente o jogo poderia ser lançado nos dias de hoje como algo totalmente original. Super Mario Galaxy poderia ser "remasterizado" e rapidamente tornar-se um dos mais belos títulos da consola!

Ao jogar em modo TV, todos os controlos foram facilmente adaptados à Nintendo Switch, com tanto os Joy-Con como o Pro Controller a usarem os sensores de movimento para controlar o ponteiro das estrelinhas, sem a necessidade de se apontar em direção à TV. Já em modo portátil, em vez de movimentos, o jogo utiliza o touch screen tanto para os menus como o ponteiro das estrelas.

Com três jogos magníficos à disposição, pode até parecer ingrato dizê-lo, mas é estranho faltar um quarto título na coleção: Super Mario Galaxy 2 foi muito mais do que uma sequela, foi tão bom ou até melhor que o primeiro e deveria ter sido incluído.

Dito isto, além dos três jogos, esta compilação inclui ainda as respectivas bandas sonoras, selecionáveis a partir do menu principal. Seja em modo aleatório de todas as faixas, ou à escolha do utilizador, são músicas ideais para ouvir em qualquer lado, contando ainda com a opção de desligar o ecrã em modo portátil, de forma a poupar bateria.


Disponível em formato limitado, Super Mario 3D All Stars só poderá ser adquirido até ao final de março do próximo ano, mesmo em formato digital através da eShop. Depois de o comprar, no caso digital, o utilizador poderá apagar e voltar a descarregar conforme lhe apeteça, apenas não estará acessível a quem não o tenha adquirido. Uma decisão estranha, que faz deste um título exclusivo para celebrar o 35º aniversário, não podendo ser comprado depois.

Quer tenham jogado todos, alguns, ou nenhum destes jogos, esta é uma compilação que tanto oferece nostalgia como descoberta. Três fantásticos jogos, todos eles recheados de aventuras, descobertas e muitas, muitas estrelas! 

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.


Latest in Sports