Final Fantasy Crystal Chronicles Remastered


Charmoso e nostálgico, mas demasiado preso ao passado, eis um remaster de um spin-off de Final Fantasy que ficou pelo aspecto.

Final Fantasy Crystal Chronicles tem uma premissa simples: os cristais protegem as cidades e de modo a manter o cristal com energia as cidades fazem caravanas que vão pelo mundo a recolher a mirra de certos locais e voltam todos os anos à cidade de origem. Nós criamos o nosso personagem de 4 raças diferentes cada uma com a sua especialidade e começamos a aventura. As opções de criação limitam-se a masculino ou feminino, tendo cada raça no total 8 variações (4 por género e 1 em cada adicionadas ao remaster). Podemos ainda criar no total 8 personagens por save, com cada uma das suas famílias a preencher mais a nossa cidade de origem. Escolhemos também a profissão da nossa família, que todos os anos dá bónus diferentes (a família do ferreiro cada vez faz armas melhores, os pescadores cada ano dão mais peixes etc). O diálogo com as famílias é apenas uma linha, sendo a maioria da interacção feita através de cartas no fim de cada masmorra.


O caminho entre as masmorras e cidades é ocasionalmente parado por cutscenes com outras caravanas e personagens todos com as suas manias e com algo para ensinar (alguns também nos assaltam mas podemos pensar positivo e imaginar que foi uma lição em cautela). . As cidades também têm uma série de personagens que vão variando conforme os anos e algumas falam de assuntos diferentes podendo até levar a missões secundárias (que à bela moda dos anos 90 não aparecem registadas em lado algum). A história em si tem algumas nuances mas é bastante simples e não é de todo o foco.

A jogabilidade sim é o foco, foi conhecido quando saiu devido às idiossincrasias do multiplayer: um jogador jogava na gamecube enquanto os outros cada um com gameboy e cabo, e cada um via parte do mapa forçando a cooperação. Uma das (poucas) melhorias feitas é que todos os jogadores têm agora o mapa completo sendo mais fácil não escapar pormenores. O combate é simples e o tutorial explica o mínimo mas há muito que fica por explicar e que precisava (pormenores que antes vinham num manual físico de instruções e que hoje em dia raramente existe). A nível do combate está exactamente como estava no original e infelizmente não é um elogio. Não é fluido, fazemos quase tudo com um botão e raramente há vantagens em fazer mais do que spammar o 1-2-3 no botão de ataque. O jogo faz algum esforço para obrigar a usar magia contra certos inimigos, mas é meramente trocar de botão e ficar a carregar. As armas de cada raça têm especiais diferentes e há algumas magias diferentes, mas é um sistema claramente desactualizado e que se torna cansativo.


O outro foco, o multiplayer (ainda que prometido pela square enix que vai ser alvo de melhorias), não está particularmente bem conseguido. É complicado de perceber sequer como começar e o que acontece quando se começa e ainda mais complicado é perceber como se juntar a amigos as 1ªa vezes que o fazem. Depois das 1ªs tentativas torna-se mais simples mas é desnecessariamente complexo quando um dos grandes pilares deste jogo é jogar acompanhado. Tem a vantagem de se poder jogar com qualquer plataforma com crossplay em absoluto, por outro lado tem região trancada, ou seja se jogam na Europa só podem jogar com Europa, se queriam jogar com amigos americanos ou até nipónicos infelizmente não é opção.

O remaster a nível visual está muito bem conseguido, tanto os efeitos como os personagens em sim têm ainda mais charme e a banda sonora remasterizada é super relaxante. Temos músicas diferentes para as várias masmorras e cidades e cada uma captura muito bem a essência do que vemos no ecrã.


Um jogo com potencial para ter sido melhorado, mas que ao fim do dia não passa de uma camada de HD num jogo antigo, com algumas melhorias mas demasiada coisa ainda presa à nostalgia.

Análise efetuada com base na versão para a Nintendo Switch, adquirida pelo autor.

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