Spelunky 2
Spelunky 2 é o sucessor de Spelunky, produzido pelos estúdios Mossmouth e Bitworks que contém a mesma ideia de jogo, mas apresenta uma nova geração de exploradores em busca de tesouros e da família perdida. Sim, que isto de explorar cavernas cheias de inimigos tem que se lhe diga.
Spelunky 2 baseia-se totalmente em desafios únicos e aleatórios que tornaram o original um clássico dentro do género, oferecendo uma aventura projetada para satisfazer jogadores de todos os tipos. O que ao início parece ser uma tarefa bastante difícil, já que a linha de aprendizagem é mesmo demasiado elevada. Ainda assim, insistir e persistir levará a horas e horas de diversão, até mesmo quando se tem de voltar ao início da aventura.
O jogador começa com quatro corações de vida, que equivalem ao número de dano que poderá receber até ter de voltar a repetir a “Run”, quatro bombas, quatro cordas de escalada e um chicote, de curto alcance, que permite atacar os seus inimigos. A partir daí é um caminho em aberto através de níveis gerados aleatoriamente, construídos a partir de diferentes blocos, armadilhas e conjuntos de inimigos para cada nível.
A regra deste título é mesmo, há perigo em cada esquina, salto ou passo seguinte. A verdade é que existe um nível de risco-recompensa muito grande, mas a morte é quase sempre instantânea se a escolha do caminho não for a mais acertada. Por vezes chega a ser ridículo, um passo em falta e leva-se com uma seta que faz com que o personagem perca os sentidos por instantes e o que acontece a seguir é rezar para que não aparece nenhum inimigo. É como uma bola de neve de acontecimentos trágicos para a “Run”.
Existem dois pontos bastante importantes para ser bem-sucedido. Ter os reflexos em dia e a estratégia para escolher o caminho correto, ou por outras palavras, que seja menos tumultuoso. Nesta estratégia também cabe, claro está, a habilidade que o jogador tenha para derrubar todas as adversidades se escolher o caminho mais complicado, e com isto ser recompensado pelo seu esforço. É interessante ver o modo de abordagem de cada pessoa aos diferentes níveis e a verdade é que resulta. O objetivo é chegar ao final do nível, não importa muito bem como.
Todo o ambiente pode parecer bastante caótico ao princípio. Algumas peças têm armadilhas explosivas, ou armadilhas que atiram flechas conforme o jogador salta na linha de visão da mesma. Alguns vasos, se partidos, podem conter tesouros ou invocar fantasmas que seguem o jogador até este chegar ao fim do nível, ou ainda alguns contêm inimigos como cobras, aranhas, etc. Como se pode contornar esta situação? Pois bem, para acionar as armadilhas é possível atirar objetos para a sua linha de contato, ou seja, é possível agarrar em vasos, setas que já estejam pelo chão, pedras e até inimigos caídos. O importante é jogar e falhar, tentativa e erro, e quanto mais se joga mais se abre o livro de opções. Agora adicionem a toda esta panóplia de preocupações que advêm do ambiente, os diferentes tipos de inimigos que cada nível apresenta com os seus próprios tipos de ataque.
Nunca me imaginem a dizer isto, mas até voltar ao início do nível se torna divertido pelos erros cometidos. Existem momentos de riso e de pura adrenalina que desaguam em momentos de festa, frustração ou hilariantes pela maneira como se morreu.
A aventura principal é o modo base deste título, mas também é possível fazerem-se “Seeded Runs” de um nível específico, enfrentar o desafio diário da dungeon “Daily Run”, ou optar pelo modo de batalha de arena até quatro jogadores em modo local ou online.
Spelunky 2 é um título bastante apetecível para os amantes de plataformas que desejam um trabalho extra na sua tentativa de descobrir o final do nível. Os seus controlos super fluídos e precisos, o uso de níveis que se apresentam sempre de maneira diferente e um estilo de arte cativante fazem deste uma escolha inevitável do espetro dos Roguelike.
Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Playstation 4, gentilmente cedido pela SCEE.