Inspector Zé e Robot Palhaço em: Crime no Hotel Lisboa


Cum catano! Quase dois anos depois de ter sido anunciado, o "Mais Tuga™" de todos os indie feitos em Portugal chega finalmente à Nintendo Switch! Senhores e Senhoras... eis o Inspector Zé e Robot Palhaço em: Crime no Hotel Lisboa!! *aplausos*

Lançado originalmente para PC em 2013, quando chegou ao Steam no ano seguinte este jogo já era bem conhecido por uns poucos em Portugal. Com um mercado indie nacional a milhas daquilo que já então se via no estrangeiro, o pequeno estúdio Nerd Monkeys chegou à ribalta com aquilo que se pode considerar "de Tuga para Tuga". Algo que pode não ter sido propriamente um fenómeno a nível mundial, mas ainda assim mereceu toda uma sequela, com O Assassino do Intercidades, em 2018. Mas quem é, afinal, o Inspector Zé e o seu Robot Palhaço?


O inspector Zé é um (alegadamente) brilhante agente de investigação, sempre em cima do acontecimento, capaz de fazer as perguntas certas... no momento errado. O robot Palhaço foi uma herança da família, ninguém sabe bem do que é feito, mas é bastante objectivo, atento... e sabe que está alguém a jogar e a mandar fazer coisas. Como passatempo, adora mandar piadas secas - tanto, que a partir do menu principal está um minijogo onde ele faz um espetáculo de stand-up comedy. Mas voltando ao trabalho...

Como o próprio título do jogo indica, ocorreu um crime no Hotel Lisboa, um crime tão misterioso que a polícia veio logo pedir ajuda ao inspector. Então não é que um hóspede se suicidou com 14 facadas nas costas enquanto bebia o seu café?! Cum catano! Que comece a investigação!

Esta é uma tradicional aventura gráfica na qual controlamos um cursor circular, de forma a interagir com as pessoas e objectos e assim se tentar resolver este mistério. O desafio está, então, em recolher todas as pistas e provas, de forma a conseguir interrogar as pessoas e fazê-las dar novas informações que permitam assim avançar na história.


Ao jogar com comando, é possível movimentar o inspector com o analógico esquerdo, enquanto o direito permite controlar o cursor. Com a consola em modo portátil, há ainda a vantagem de se poder utilizar o ecrã tátil, o que torna toda a experiência mais natural. Mesmo assim, há uma vantagem de controlar o cursor via analógico: ao passar por cima de um objecto suspeito, mesmo sem ter reparado nele, o objeto fica iluminado para chamar a atenção do jogador.

Graficamente, o estilo pixelizado não é muito amigo de um grande televisor, mas em modo portátil fica impecável. Os cenários são simplesmente deliciosos, pois mesmo que à primeira vista pareçam simples, estão carregados de referências à cultura nacional e pormenores caraterísticos de Lisboa. Andar nas ruas, por exemplo, é acompanhado pelas sombras de carros e elétricos que vão passando... e um pouco por todo o lado há detalhes e referências a descobrir, numa Lisboa antiga mas bastante "tuga", que ainda não tinha sido assoberbada pelo turismo.


Portugal pode não caber todo dentro de um videojogo, mas há muito aqui que nos representa, os jeitos e trejeitos que vão desde o shôr agente da polícia, ao engraxador de sapatos, sem esquecer claro, a senhora da vida... Por outro lado, há incontáveis detalhes "geek" cujas piadas conseguem chegar a qualquer jogador. Ao mesmo tempo, consegue trazer uma certa nostalgia de outros tempos, de uma cidade que aos poucos tem perdido a sua identidade...

Acima de tudo, é um jogo realmente divertido, recheado de caricaturas e diálogos hilariantes, que agora chega à Nintendo Switch por apenas 9,99€, cum catano! Recomendado!

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nerd Monkeys

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