Antevisão: O novo mundo de Pokémon Sword e Pokémon Shield
A convite da The Pokémon Company, o Meus Jogos teve recentemente a fantástica oportunidade de experimentar, durante 90 minutos, os novos títulos Pokémon Sword e Pokémon Shield. Sendo a primeira vez que uma nova geração da série chega à Nintendo Switch, havia muita expectativa já de antemão. Mas terá o jogo conseguido surpreender?
Com tantos trailers e revelações, apresentação de novas criaturas e mecânicas de jogo, há muito que os fãs de Pokémon estão habituados a começar um novo jogo já sabendo tudo de antemão. A um mês do seu lançamento, porém, esta primeira experiência com o jogo não poderia ter sido mais diferente, uma grande surpresa que nos obriga a dar uma recomendação:
Se és fã e já reservaste a tua cópia do novo Pokémon para a Nintendo Switch, não vejas mais trailers nem apresentações. Mas continua a ler, que explicamos porquê!
O jogo começa com a criação da personagem, que está em casa a assistir ao grande campeonato da liga de Pokémon. O grande vencedor é Leon, que além de ser um bom vizinho é também irmão de Hop, o melhor amigo do jogador. Uma forte inspiração para ambos e que, por isso mesmo, os irá incentivar a começarem as suas próprias aventuras no mundo de Pokémon.
O desenvolvimento de personagens, no entanto, é bastante superior ao habitual. Desde as falas às situações que vão ocorrendo, nota-se desde o início um bom cuidado em aprofundar a ligação entre as mais importantes, assim explicar a grande motivação em se ir explorar toda a região de Galar. Tudo começa com alguns mistérios ao nível local, aliado à grande febre e paixão que existe na região pelos combates de pokémon, capazes de encher estádios. Não fosse este mundo inspirado no Reino Unido!
A grande surpresa, é o facto de tudo isto envolver uma série de conteúdos completamente novos e ainda por revelar no momento em que estivemos a jogar. Chegar à típica "Route 1" e encontrar alguns pokémon nunca antes vistos, sem trailers nem spoilers... a sensação imediata de que, afinal, ainda há muito para descobrir. Curioso dizer-se isso, algo que se esperaria em qualquer jogo novo mas que com esta série rapidamente se perdeu - se não forem anúncios oficiais, serão os próprios fãs a publicar e partilhar assim que alguém consiga descobrir. Escolher um starter sem fazer ideia de como será a sua evolução, isso sim foi algo inédito a jogar Pokémon e soube mesmo, mesmo bem.
Para quem estiver curioso, neste caso o escolhido foi o tímido pokémon de água Sobble. A primeira batalha, como habitual, é contra o melhor amigo, mas muitas outras se seguirão. Assim que ficaram disponíveis as pokébolas para captura, uma boa parte do jogo foi gasta a dar voltas e voltas nas primeiras duas zonas do jogo em busca de novos pokémon.
À semelhança do que acontece em Pokémon Let's GO, os caminhos estão recheados de pokémon que vão aparecendo, completamente visíveis para o jogador. Os mais fortes ou agressivos irão aproximar-se para combater, outros tentarão fugir. Mas nem todos estarão à vista, podendo alguns estar escondidos na relva. Esses são indicados com um ponto de exclamação e, na maioria das vezes, os que apareciam escondidos eram de espécies diferentes dos que estavam visíveis. Só por isso, já aqui está uma desculpa para se ficar muito tempo num local a capturar pokémon atrás de pokémon.
Uma grande novidade do jogo é que, ao combater, toda a experiência será partilhada entre os pokémon presentes na equipa. Em jogos anteriores, isto era algo opcional que se adquiria na aventura, mas agora passa a ser obrigatório. Passa a ser mais rápido evoluir todos os pokémon, acabando-se com aquele clássico dos jogadores terem uma criatura fraquinha à frente da equipa para depois trocar por outro, só para que partilhassem a experiência de combate. Isso, e apanhar outros pokémon também conta para a experiência de toda a party.
Além disso, agora é muito mais fácil fazer a manutenção da equipa, graças a um novo gadget que permite aceder às tradicionais caixas de pokémon sem se ter de ir a um Poké Center.
O início do jogo tem como objetivo apresentar também as grandes novidades, por isso não podiam faltar os combates em modo Dynamax. Esta é a nova mecânica de jogo que permite, em combate, que um pokémon da equipa ganhe umas proporções colossais, ficando assim durante três turnos com uma elevadíssima força e resistência, assim como ataques especiais chamados "Max Move". Todos os pokémon podem ser submetidos a esse efeito, mas alguns deles terão a capacidade de fazer "Gigantamax", onde além de ficarem enormes também adquirem novas formas e ataques.
Assim que se chega à Wild Area, uma grande secção desta região em formato de exploração livre, e onde não faltam coisas para fazer, é possível encontrar alguns dos locais especiais para fazer batalhas com Dynamax nas chamadas "Max Raid Battles", que estivemos a experimentar. Estes combates fazem reunir 4 jogadores para lutar contra um pokémon, que estará constantemente em formato Dynamax. Como esta sessão de jogo se encontrava com o wireless da consola desligado, os companheiros de combate foram adicionados automaticamente pelo CPU. A ajuda foi boa, mas esta pretende claramente ser uma experiência de multijogador, tal como toda a área em redor.
Jogando sozinho, a área selvagem tem de facto um aspecto solitário, apesar de irem aparecendo vários pokémon um pouco por todo o lado. Depois da sessão de jogo, foi apresentado em vídeo o aspecto que será de se esperar quando o jogo sair, com vários jogadores a passear pelo mesmo local, quer seja online ou através de wireless local. Uma área realmente expansiva, mas com muito mais vida, onde é possível ver outros jogadores a acampar e interagir com eles. Não faz deste um jogo "open world", mas as reações dos jogadores a esta zona podem muito bem vir a influenciar o futuro da série.
Depois de explorar um pouco desta zona tão ampla, seguiu-se caminho até à cidade de Motostoke, de ruas enormes e visivelmente inspirada em Londres, mas eis que se acaba o tempo disponível para jogar.
A nível visual, todo o jogo se revelou bastante mais apelativo ao jogar na TV do que a maioria dos trailers davam a entender, principalmente ao caminhar tanto pela pequena vila do início como ao chegar à grande cidade. A câmara é fixa, mas com planos de imagem que se alteram de forma dinâmica conforme se vai avançando, as casas e os terrenos têm bons detalhes. O facto de haver vários pokémon à solta um pouco por todo o lado torna todo o ambiente credível.
Em contrapartida, os cenários ao fundo têm uma apresentação simplista, mas que encaixa bem graças ao estilo artístico escolhido. Há sempre o copo meio cheio ou meio vazio, e se visualmente este é sem qualquer dúvida um grande salto para a série, também se poderá considerar um pouco atrás de alguns grandes exclusivos da Nintendo Switch, especialmente no que diz respeito a ter a àrea selvagem um pouco vazia.
Como forma de conclusão, Pokémon Sword e Pokémon Shield oferecem um óptimo começo, tanto para novos jogadores como veteranos. Por aqui, ficamos com imensa vontade de jogar mais, muito mais, e pouca curiosidade em novos trailers oficiais.