Foregone


Após o enorme sucesso de Dead Cells, seria natural alguns produtores beberem um pouco da fonte de inspiração deste e tentar, de alguma forma, recriar, à sua imagem, algo semelhante. Um bom exemplo é este Foregone, que chegou recentemente às várias plataformas.


Foregone não esconde a sua fonte de inspiração. Este título tem um grafismo bastante similar, é algo que está genial em Dead Cells e aqui consegue também deixar uma excelente apresentação com os seus visuais. No entanto, é preciso manter o ritmo e, já nisso, há algumas quebras notáveis na sua fluidez, embora ocasionais, mas vão acontecendo de longe a longe enquanto progredimos.

A maior falha, porém, está na baixa quantidade e variedade de armas e os próprios upgrades serem de uma forma simples, que é precisamente a satisfação de outros títulos do género. Não são pontos que sejam negativos mas que, comparado com outros exemplos, Foregone podia ter sido mais ambicioso e apostar em trazer algo mais e melhor.


A narrativa não é de grande interesse pois o foco é a ação e progressão ativa, embora se pareça com um metroidvania e seja categorizado como tal, na verdade, não é um puro metroidvania, sendo até bastante linear e como tal, para aqueles que estão cansados de constantemente fazerem backtracking, este é de facto um bom jogo pois tem como objetivo correr, saltar, derrotar e seguir em frente até ao próximo nível.

Existem dois tipos de armas, uma de manejar e outra de fogo. No que diz respeito a manejo, normalmente são espadas ou foices, por exemplo, quanto às armas de fogo já podem encontrar caçadeiras e pistolas como uzis. Se podemos apontar algo que poderia ter sido evitado ou corrigido seria o facto do uso das armas de fogo terem uma mira automática, seria preferível utilizar o analógico direito para apontar e disparar visto que este botão não tem qualquer utilidade e seria perfeito para este tipo de ação porque o jogador tem de muitas vezes saltar ou chegar-se mais perto do alvo para poder obter uma mira automática e daí disparar.


O controlo da personagem em si é bastante responsivo e isso agradou-me imenso, podem realizar um duplo salto, esquivar pressionando um dos botões de ação (o qual deve ser utilizado de forma constante na luta contra os inimigos). A jogabilidade em si é positiva e o jogador terá liberdade total, o que é sempre necessário em jogos com maior ação instalada no ecrã.

A protagonista terá também poderes relevantes, desde o uso de um sprint que atravessa os inimigos e danifica-os, como soltar uma enorme explosão com um rasto devastador e até um para restauro de saúde. Estes poderes podem ser atualizados com um upgrade após colecionar cristais para tal efeito. Já o equipamento pode contar com acessórios para a proteger de danos e claro, armamento melhorado. Existe um local específico onde a personagem irá realizar todas as ações desejadas, desde os tais upgrades como a utilização de portais para teletransporte ou realizar salvage de armas ou acessórios recolhidos que sejam repetidos.


O mais espetacular são as lutas contra bosses, são desafiantes e originais, cada vez se torna melhor à medida que se vai avançando, é um dos pontos fortes de Foregone. Algo que podemos ter em conta são os cenários, daí uma vez mais realçar a sua arte que é no fundo o mais especial que este título faculta aos jogadores, desde o contacto com a natureza como os locais mais escuros no interior de fábricas, este é o forte de Foregone.

Os inimigos em si acabam por ser um tanto repetitivos após descobrirmos o padrão e poucas novidades surgirão a dada altura mas, a jogabilidade é refinada o suficiente no que diz respeito ao manejo da espada e os poderes, é algo que não é do outro mundo mas bastante satisfatório.



Como muitos jogos, Foregone é um indie bastante positivo e tem o pecado de ser curto, por volta de 5 horas termina-se este título. No entanto, o tempo dispensado é positivo e a experiência é sem dúvida boa. Algo que os fãs do género irão certamente apreciar, mesmo que não esteja entre os mais aclamados. 

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Popagenda.

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