Persona 5 Strikers

 


Já se passaram alguns anos desde a nossa despedida ao gangue Phantom Thieves em Persona 5 lançado tanto na PS3 como na PS4. No meu caso em específico, até a edição especial comprei deste maravilhoso título e não me arrependo de um cêntimo e por muitas vezes senti-me tentado a recomeçar a aventura após as 150 horas gastas e bem, nesse excelente JRPG, mas mal sabia que ainda havia muito para contar! Eis que surgiu uma sequela direta de nome Persona 5 Strikers, uma aventura tão fenomenal como a original.


Persona 5 Strikers é uma sequela direta de Persona 5. Embora seja perfeitamente jogável sem se ter conhecimento do original, tudo faz muito mais sentido para quem já conhecer o mundo e as personagens do original. O jogo passa-se nas férias grandes e quentes de Verão, após o protagonista ter regressado a casa, os seus amigos convidam-no para passarem as férias juntos em Tóquio, assim sendo, o nosso herói agarra nas malas e no seu fiel felino Morgana para aquilo que viria ser, uma nova aventura para o famoso grupo Phantom Thieves.

Após a chegada e o encontro entre os amigos, uma nova ameaça surge em Tóquio, ao contrário dos Palaces (um mundo paralelo), desta vez são as Jails que, no fundo, apenas mudam o nome e isto deve-se ao facto de se tratar de um género de jogo diferente.

Sendo produzido pela Omega Force, responsáveis de todos os títulos Warriors que muitas vezes dividem os jogadores entre adorarem e odiarem pela forma como são adaptados, este P5S tem tudo para que os fãs do PS o adorem. Pode até dizer-se que é o menos “Warriors” de sempre, tanto em termos de jogabilidade, níveis como história. Esta sequela respira RPG, um verdadeiro RPG de ação.



Em termos de história, podemos praticamente dizer que é um copy paste do jogo original, tudo está igual, os fãs do primeiro título vão sentir-se tão em casa que até pode chegar a escorrer uma lágrima de alegria pelo regresso destas personagens e da bela cidade de Tóquio e as suas ruas, embora a cidade tenha sido reduzida e só é possível caminhar no próprio centro e nas ruas estreitas onde se encontra situado o Café Leblanc, esconderijo dos Phantom Thieves. A narrativa, como referido no início do artigo, é uma sequela direta de P5 e após uns acontecimentos, a equipa anula os planos que tinham para umas férias divertidas em troca do auxílio das pessoas que vêm os seus desejos “arrancados” por um novo vilão e claro, uma nova aventura começa.

O grafismo está igual ao que assistiram antes na PS3/PS4, animado e com cut-scenes maioritariamente em anime, outras em 3D. Seja como for, todos os locais continuam a ser bem representados e desta vez a aventura não se foca apenas em Tóquio mas sim em outros locais e há uma diversidade de cenários, não existe um metaverse como antes mas apenas as Jail que quando exploradas, contam com várias secções diferentes e isto acaba por descartar algo que os jogos Warriors têm como tradição, um só mapa enorme sem qualquer quadro de loading, no entanto isto possibilita a variedade de cenários e torna-se até, mais interessante do que percorrer um mapa enorme de um lado para o outro, o que faz mais sentido ainda quando se trata de um jogo Persona tal como a série já nos habituou desde o terceiro título.

A banda sonora é facilmente uma das melhores do ano quiçá a melhor do ano e este ainda vai no começo, para se ter uma ideia, o jogo inclui talvez 85 por cento das composições de Shoji Meguro no título original e ainda foram acrescentadas novas faixas de elevadíssima qualidade que fazem arrepiar qualquer jogador familiarizado com o Groovy Jazz que o quinto jogo nos proporcionou. Desde os combates à exploração, a música preenche-nos o coração, facilmente candidato a ost do ano, a própria intro do jogo é daquelas que os fãs possivelmente nunca vão passar à frente, é assim tão bom e quem tem jogado esta série ao longo dos anos já está habituado.



O que se pode fazer em Strikers que antes não se podia? O jogador pode fazer quase tudo que fazia antes e até cozinhar para fortalecer os companheiros com belos cozinhados para aumentar a saúde ou o SP. Os Requests estão de volta e com objetivos que rondam mais ou menos o mesmo que se viu antes mas, são missões secundarias e são sempre bem vindas e além disso até que são divertidas pois andam à volta dos nossos protagonistas que se ajudam uns aos outros e assim sendo, a barra de Bond (afinidade) aumenta, com isso há uma opção no menu para desbloquear habilidades conforme o jogador acumular mais pontos de Bond, desde o aumento à força, defesa, mais loot nos mapas entre muitos mas mesmo muitos outros atributos a serem desbloqueados.

O jogador estará com 15 horas de jogo e ainda a desbloquear novas opções e características que estavam desbloqueadas, é um jogo que conforme o progresso, mais conteúdo acrescenta, nada que não se esperava do lado de Persona no entanto batemos palmas à Omega Force por criar um jogo mais Persona que Warriors que muda apenas a jogabilidade nos combates e de resto, tudo se mantém, até o facto de usar as armas de fogo que estão igualmente disponíveis e claro, o Baton Pass que é uma ação de troca de personagem durante o combate, há por vezes durante as lutas, uma sugestão de troca de personagem para um ataque rápido, no entanto o jogador pode trocar de personagem a qualquer momento sem quaisquer restrições.

Falando no combate, é isso, ao contrário dos turnos, desta vez o jogador irá ter um botão de ataque médio, um forte e o mais interessante e inesperado, a possibilidade de chamar qualquer dos Persona que o nosso Herói tenha em sua posse que aí sim, o tempo congela e dá-podemos então escolher o mais adequado para derrotar os inimigos. Atingindo os pontos fracos, o grupo (somente 4 podem estar na party) podem atacar em simultâneo e cheia de estilo como sempre. Há mid bosses e bosses, estes são sempre mais complicados e o jogo não facilita na dificuldade, o jogador deve estar sempre preparado para os enfrentar, como dito antes, não é um simples Warriors em que se carrega nos botões todos e se elimina os adversários num piscar de olhos, é necessário muita técnica, esquivar e ter força suficiente como escolher as personagens certas para as lutas grandes e uma enorme ajuda, a barra do Show Time estar preenchida, que executará um ataque único de grande show como o nome indica, para tirar uma grande porção de dano ao adversário e, cada personagem tem o seu Show Time característico.


Os níveis estão repletos de inimigos que podem e devem ser atacados pelas costas para um ataque rápido em simultâneo, além disso, podem fazer uso dos automóveis que se encontram espalhados para fazê-los explodir e eliminar uma data de inimigos, há também momentos em que estão pelo cenário picos de gelo ou até umas espadas que podem ser utilizadas para atirar aos inimigos, o que ajuda imenso nos combates e pode fazer a diferença. Também pelos cenários estão espalhados tesouros com itens preciosos para equipar o grupo da melhor forma possível.

Se os itens que vão encontrando não são o suficiente, o melhor será mesmo fazer as compras online com uma personagem nova que será apresentada ao contrário do Tanaka. Esta personagem será introduzida pouco depois de começarem a jogar, ela tem à venda as armas, armaduras e acessórios para equipar a malta, o que desde já se aconselha a ter em atenção porque vão certamente precisar.


Há realmente muito a explorar em Persona 5 Strikers que, com uma duração de cerca de 30 horas de jogo sem contar com missões paralelas, surge como uma maravilhosa surpresa e que apanhou-nos desprevenidos, sabíamos que podia ser bom devido ao facto de estar ligado a Persona 5, no entanto temos de confessar que estávamos às escuras e P5S apresenta-se como um sério candidato a jogo do ano e a Omega Force fez aquilo que ninguém estava sequer a imaginar ser possível, um Warriors que não é bem um Warriors mas sim um novo Persona 5, a oportunidade perfeita para trazer o gangue Phantom Thieves de volta a brilhar e a recordar todos que eles fazem parte do nosso coração, eles voltam assim, a roubar-nos o coração.

Nota: Análise efetuada com base numa cópia adquirida pelo autor do artigo, para a Nintendo Switch.

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