STORY OF SEASONS: Pioneers of Olive Town


Mais do que nunca, o ser humano anseia por razões que o permitam sair de dentro das suas casas, onde tanto tempo passamos no último ano. Infelizmente, enquanto que tal não é possível, os videojogos trouxeram o escape que a realidade ainda não permite e, com STORY OF SEASONS: Pioneers of Olive Town, podes cuidar da tua própria quinta e expandi-la grandiosamente sem te preocupares com absolutamente nada, sem nunca saíres do conforto da tua casa.

Pois bem, esta é então a premissa do jogo do estúdio Marvelous: inicialmente responsáveis por Harvest Moon, viram-se obrigados a fazer um rebrand à marca, já que a mesma pertencia à editora, culminando assim na criação deste jogo. Simuladores que envolvem quintas ou um determinado espaço que se pode manipular, aprimorar e preencher com determinados objetos não é algo inteiramente novo na indústria, com uma série de títulos mais ou menos semelhantes que vão desde o icónico Farmville até à saga super bem-sucedida Animal Crossing. Apesar de não ser o tipo de jogo para o qual, por norma, me costumo dirigir, percebo claramente o seu potencial e o porquê de serem tão populares com as massas. STORY OF SEASONS: Pioneers of Olive Town não deverá ser excepção.

O conceito base é bastante simples de entender. É-nos cedido um pequeno pedaço de terra na adorável Olive Town, local cujas origens remontam aos antepassados do protagonista, e o jogador precisa de, aos poucos e poucos, expandi-lo com novas construções e novas plantações. Como? Das mais variadas formas.

É possível plantar sementes de vários tipos (batatas, cebolas, rábanos, entre uma imensidade de outras espécies), comprar gado, pescar, cortar árvores, partir pedra, ceifar ervas, entre tantas outras possibilidades; com isto, será possível gerar dinheiro que, por sua vez, irá permitir comprar novos itens e fazer upgrade não só às ferramentas necessárias para executar todas as tarefas mencionadas anteriormente mas também às diversas estruturas que vamos construindo em todo o nosso território. Até porque, logo ao lado da nossa singela quinta, é possível visitar a “baixa" de Olive Town, onde se situam as mais diversas lojas, estabelecimentos e locais de lazer.

Há praticamente de tudo, como se de uma vila real se tratasse: não só existe uma câmara municipal, mas a pequena Olive Town conta também com uma loja de bens gerais (onde passei uma grande parte do meu tempo a comprar sementes e pés de plantas), uma loja de animais, florista, serralharia, museu, restaurante, entre tantas outras coisas. É realmente uma vila muito bela, bastante rupestre – o tipo de vila que, se existisse realmente, teria todo o gosto em visitar, dada a sua beleza e sensação de relaxamento!

Mas para além de Olive Town ser realmente um jogo agradável à vista (num estilo gráfico que, por razão alguma, me fez lembrar os jogos de Pokémon), existem realmente muitos sistemas em vigor, muitos deles em simultâneo. Apesar do jogo ter um loop muito específico – plantar para gerar dinheiro e, com esse dinheiro, comprar mais sementes para plantar – existem muitas outras coisas que que podemos fazer e mecânicas a que prestar atenção.

O tempo cronológico é uma delas. Apesar do tempo dentro do jogo não corresponder ao tempo real, é algo a que o jogador tem de prestar atenção, já que certas sementes apenas darão fruto após um determinado número de dias e certas lojas da vila estão fechadas em certos dias da semana, abrindo e fechando em horários muito específicos. A meteorologia irá também afectar o gameplay (em dias de chuva, por exemplo, já não é preciso regar!) e existe ainda um sistema de crafting que permite criar uma série de itens que poderão ser bem úteis na manutenção da quinta.

Claro que podia enumerar cada uma das mecânicas do jogo mas, se o fizesse, esta análise ficaria com páginas e páginas de conteúdo – ainda assim, existem duas outras que quero mencionar. Uma delas, trata-se de um sistema de níveis: por cada tarefa que fazemos, seja ela pescar, escavar, cortar árvores, o que quer que seja, o jogador vai subindo de nível, dando uma maior motivação para continuarmos a jornada. O nível de interação com os NPC é também muito elevado, havendo inclusive um separador no menu que contabiliza todas as personagens que conhecemos ao longo da nossa jornada e quão boa é a relação que temos com elas.


Em suma, Olive Town é o jogo indicado para os jogadores que pretendem experiências mais casuais, mais calmas, sem pressas. Terei de ser honesto: o jogo não me arrebatou; no entanto, a sua adorável aura, espírito descontraído e vastos sistemas implementados irão certamente fascinar e entreter muitos jogadores. Uma das minhas maiores críticas - os múltiplos e longos ecrãs de loading que aparecem sempre que mudas de uma área para a outra - vão felizmente ser melhorados com um patch no lançamento do jogo, agilizando muito mais a aventura.

Assim sendo, pega na enxada, no martelo e na ceifa e toca a trabalhar, já que há muita coisa para fazer em Olive Town!

Nota: Análise efetuada com base em código do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Marvelous Europe.

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