Oniken + Odallus: The Dark Call


Numa era em que existem muitos jogos de plataformas 2D a tentar utilizar a fórmula dos velhos clássicos NES, a verdade é que nem todos conseguem obter acertar naquele factor de nostalgia. Por isso mesmo, foi uma agradável surpresa receber de uma assentada logo duas pérolas repletas de referências e de qualidade capazes de deixar qualquer jogador na casa dos 30 com uma alegria intrínseca tão grande, mas tão grande...

O melhor é começar de imediato com a minha análise, em dose dupla, pois ambos os titulos são dos mesmos criadores e até do mesmo género, mas com temas distintos e até a própria jogabilidade.


A começar pelo futuro, Oniken é um jogo que transpira a frase “os anos 80” no seu esplendor, tanto por estar a 8 bits, como pelo tema em si e a forma como nos é apresentado. Só para dar uma ideia, vou começar por falar em algumas referências que tive a oportunidade de assistir com total agrado e que irão certamente agradar a muitos jogadores que rondam a minha faixa etária.

Todos aqueles que cresceram a assistir aos filmes explosivos dos anos 80 de atores como Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone vão reconhecer a narrativa básica, simples e eficaz, com filosofia barata como de costume, mas que mesmo assim ainda me encanta. Oniken tem até a referência à famosa cena do filme Terminator 2: Judgment Day, em que há um crânio a ser esmagado (isto na introdução do jogo). O protagonista já nada tem a ver com o T-100 mas sim com Kenshiro do anime Fist of the North Star, no entanto em vez dos seus punhos, o protagonista de nome Zaku, usa como arma uma espada.


Ao iniciar o jogo, as cut-scenes são as típicas de um jogo dos anos 80 lançado na NES, com diálogos e imagens fixas, apenas com movimentos de fundo, onde os figurantes têm aquele ar de guerreiros num futuro distante mas vestidos com as roupas dos filmes dos anos 80/90 e toda aquela rebeldia típica.

Quanto à jogabilidade, não podia ser mais simples. Um botão para saltar, outro para usar a espada e o ataque especial, que é utilizado juntamente com o botão de ataque mas pressionando o d-pad ou o analógico para cima, para atirar granadas. Existem caixas para serem destruídas que contêm granadas, pacotes de saúde ou até mesmo um upgrade para a espada que tem uma durabilidade sem limite, a não ser que o jogador sofra danos por duas vezes, aí perde a habilidade.

Sem deixar de referir que é mais um daqueles jogos com 3 vidas e alguma saúde, onde para terminar o jogador irá transpirar imenso, com bosses e mini bosses à mistura, a luta será dura. A música, tal como qualquer êxito dos anos 80/90, está formidável. Oniken é uma surpresa deslumbrante, fãs da era dourada dos 80/90 vão ficar apaixonados.


Mas então e falando no Odallus: The Dark Call, também é assim tão vibrante? Pois bem, verdade seja dita, é um outro título maravilhoso.

Este é o que se pode dizer de uma cópia descarada de Castlevania, mas atenção: cópia de excelência. Para os fãs da série, isto é o que se encontra mais perto possível de um novo Castlevania à moda antiga, podem crer! Desde cenários, grafismo, desafio, aqui os jogadores podem viver o verdadeiro sucessor espiritual. Chega a ser um pouco chocante de tão parecido, uma das únicas diferenças que salta à vista é a arma, ao contrário do chicote é uma espada. De resto, as semelhanças são, como se costuma dizer, "à cara podre"! Mas não é mau, de todo! Bem, a narrativa aqui não remonta ao conde Drácula, por isso pode-se dizer que ao menos a história é diferente.


A banda sonora é espetacular, as armas secundárias também contam com o seu limite, neste caso não se trata de colecionar corações mas sim tesouros que vão sendo encontrados pelos níveis. Até as paredes guardam segredos! A espada é a arma principal, mas também há aqui a possibilidade de fazer upgrade.

Algo que se pode destacar quando comparado com qualquer outro jogo Castlevania ou até mesmo o Oniken foi referido acima, Odallus é um jogo que se joga sem grande desafio. Existem as lojas para comprar saúde e upgrades entre os níveis e, no fim de cada um, existem caminhos alternativos que levam a níveis distintos, por isso é possível jogar e terminar Odallus mais que uma vez, tendo um bom replay value.


Tendo recebido ambos para a Nintendo Switch, esta dose dupla de jogos veio trazer mais vida à minha consola, tendo a possibilidade de jogar on-the-go ou na TV. Ambos têm o seu encanto, principalmente para aqueles que cresceram a jogar clássicos como Contra e Castlevania. Sinceramente, são obrigatórios para os jogadores que têm essa paixão pelo “old school” e gostam sempre de jogar algo que puxe pela nostalgia mas com uma nova roupagem.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final de ambos os jogos para a Nintendo Switch, gentilmente cedidos pela Digerati.

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