World's End Club


Recordam-se das viagens de “estudo” que se realizavam nos tempos em que éramos todos adolescentes? Eram realmente divertidas, certo? World’s End Club começa com uma viagem do género, mas que acaba por correr mal, tanto para os jovens protagonistas, como para quem o está a jogar: uma autêntica desilusão.



Vindo dos criadores de Danganronpa e Zero Escape, quem é fã estava a aguardar este título com certa ansiedade, afinal de contas, os seus jogos anteriores são realmente muito bons, pelo que havia grande expectativa para este novo jogo. Infelizmente, ao fim de algumas horas já se consegue entender que ele não corresponde ao esperado, e não é por um problema em particular, são realmente múltiplas as razões para isso.

Tudo começa com uma viagem que o grupo extra curricular de nome Go-Getters Club realiza e que acaba num acidente em que todos acordam num local misterioso que fica nas profundezas de um oceano não identificado. Cada elemento deste grupo sai de uma cápsula desconhecendo as razões de como lá foram parar. Em conjunto, decidem investigar o local até que uma personagem misteriosa surge e explica-lhes que estão naquele momento a realizar um jogo de morte, no fundo, algo parecido com o Battle Royal, filme de enorme sucesso no Japão.

 
As personagens têm uma pulseira que indica o tempo em decréscimo para realizar uma tarefa, cada um deles com tarefas distintas, só um personagem pode escapar à morte, todos eles têm uma hora para concluir essa tarefa, o que significa que é cada um por si. O jogo começa com um tema interessante e com grande intensidade, mas no fundo, pouco depois, o jogador irá aperceber-se de que, independentemente das escolhas, tudo vai dar ao mesmo, muito ao contrário daquilo que a equipa de produção criou nos seus jogos anteriores.

Para começar, quer seja no inicio do jogo, ou conforme se vai avançado na história, os puzzles são extremamente básicos e são uma enorme desilusão. A jogabilidade é outro fator fraco que conta com apenas dois botões de interação para além do óbvio para mover a personagem, pois este é jogado como um 2D side scroller. No fundo, um dos únicos aspetos positivos e que ainda assim não é algo de fascinante são os gráficos coloridos em anime e a personalidade de cada personagem que os torna tão autênticos com os seus defeitos e gostos, apesar de uma história "dark" que claramente não é para os mais novos.

Um dos aspetos muito negativos são os checkpoints que, por alguma razão, parecem meio aleatórios. Deixar de jogar numa parte em que se supõe que o jogo tenha gravado, mas depois voltar ao jogo e este afinal ter ficado uns bons 10 minutos atrás daquilo que já se tinha feito, implicando que o jogador tenha de repetir tudo novamente, é mesmo chato.


A forma tão básica dos controlos, a imensidão de diálogos sem quase poder tomar decisões, é outro aspeto que afeta imenso World’s End Club, pode-se dizer que a maior parte do jogo é ler diálogos entre as personagens e entretanto correr para a direita que é caminho. Quando o jogador avança para outro nível, a narrativa dá uma reviravolta sem muito sentido e, além disso, os cenários são desinspirados, cada vez que nos movemos para outra localidade, há um vazio notável que preenche o dito “cenário” que está na verdade despido.

As personagens vão desenvolvendo habilidades únicas mas sem grande interesse, servem para certos momentos e mais tarde, quase que o jogador não irá dar uso, é realmente inexplicável e lamentável que assim o seja. O jogo é longo, e para que todos tenham uma habilidade leva tempo e esse tempo torna-se mesmo aborrecido, pior ainda quando nos apercebemos facilmente de quem possa ser o culpado de tudo aquilo que estes jovens estudantes estão a passar.



É um jogo que começa bem, dá-nos a entender que será super interessante, que vamos estar perante um jogo complexo, com ideias fascinantes e seguramente algo imprevisível mas, acabamos por dar com o nariz na porta quando a realidade é de se tratar de um jogo um pouco abaixo do mediano, com uma jogabilidade demasiado simples e linear. World’s End Club é, numa palavra, uma desilusão.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedida pela NIS America.

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