Nightslink


Antes de mais queremos referir que este é um jogo feito em Portugal, e temos sempre muito gosto em falar do que se vai fazendo por cá. Nightslink é algo inesperado, é mistério, noir e receio, é um jogo na primeira pessoa com uma duração curta, mas que vale pela experiência que este nos oferece.

Da criação de Abel Neto, durante a terrível pandemia que ainda hoje vivemos, este é um jogo que nos conta a história de um estafeta que está encarregado de gravar e transportar cassetes de áudio a um prédio misterioso habitado por indivíduos cujo nome ou aparência nem sequer são revelados, apenas uma voz distorcida que caracteriza cada um dos habitantes.

É um pouco difícil de descrever a experiência em si, no entanto tudo começa nesse prédio, onde começamos com a entrega de 3 cassetes de áudio a 3 portas especificadas num envelope para efetuar a entrega das cassetes.



À medida que as vamos entregando, voltamos a uma sala igualmente misteriosa para efetuar as gravações tão desejadas por esses habitantes do tal prédio. É como se tratasse de uma droga, uma dependência, quase como uma nova forma de sobreviver ao ambiente pós apocalíptico nas ruas, no qual o jogador tem a oportunidade de conduzir a sua moto de forma linear e apreciar os altíssimos prédios e o cenário noir.

Dá quase a entender que é um herói que faz estas entregas para que as pessoas possam viver na sua ilusão da felicidade, diria que Abel inspirou-se completamente na situação que o mundo viveu em 2020 no confinamento onde as ruas se encontravam vazias e a nossa forma de manter contacto com as pessoas foi através do telemóvel, aqui a diferença são as cassetes de áudio que misteriosamente não sabemos o que elas transmitem aos ouvintes mas, que é bom, é certamente.

Todas as entregas contam com diálogos específicos, um dos habitantes tem até um bebé consigo, ouvimos a criança a chorar. Estes habitantes acabam por colocar questões ao nosso protagonista que nunca lhes responde, eles contam aquilo que estão a viver e informam sobre o que se passa, é quase como um filme.



O jogo é extremamente curto mas o conceito aqui é viver uma experiência no qual nos podemos identificar em certos aspetos referidos. Acontece tudo muito rápido e o próprio jogo revela logo no início que não há qualquer ponto de gravação pois deve ser jogado de uma só vez, coisa que deve demorar cerca de 15 minutos mais ou menos.

O ambiente é, como tinha dito anteriormente, sombrio, os gráficos são da era da PS One intencionalmente, e na verdade há um certo charme e uma certa nostalgia. Não há muito a falar sobre a jogabilidade, sendo apenas focada em gravar as cassetes e realizar a sua entrega no mesmo prédio de sempre, o que difere é que em cada acto, vão aumentando os consumidores das cassetes. Não há propriamente uma banda sonora, sendo jogado apenas com som ambiente que também fica bem no estilo de jogo apresentado.



Nightslink é curto, é extremamente misterioso e diria até meio bizarro, mas foi intencionalmente criado desta forma. O que conta, no fundo, é a experiência e cada um retira daqui a sua conclusão. Uma boa experiência e, embora pudesse ser um pouco mais longa e com mais variedade, é sem dúvida algo diferente daquilo que costumam jogar.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC via Steam, gentilmente cedido pela Noiseminded.

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