City of Gangsters


Um simulador de gestão da máfia do álcool nos anos 20. Um século depois, o tema continua a inspirar livros, filmes e séries de ficção, pelo que os videojogos não poderiam ficar de parte. E que tal aprender a gerir este negócio? É essa a proposta deste City of Gangsters, já disponível para PC via Steam.

O jogo coloca-nos na pele de um ambicioso aprendiz, que pretende começar o seu próprio negócio mas com vontade de se tornar o mais poderoso da cidade, seja em Chicago, Pittsburgh ou Detroit. E se é para aprender, nada como começar logo pelo tutorial que, passo a passo, explica como as coisas funcionam. Tudo começa com a abertura de um negócio perfeitamente normal, mas num edifício que tenha, vá, algum espaço adicional. Com o álcool oficialmente ilegal, será necessário arranjar não só o espaço, mas também os materiais para fabricar e, ainda, criar os "connects" para depois vender.

Gestão, gestão e gestão. O jogo não engana quando se apresenta como simulador de gestão, pois é tudo em que ele consiste: gestão de materiais, gestão do staff, gestão até do próprio tempo, num jogo que avança por turnos. Até o transporte dos produtos terá de ter isso em conta, pois se dois armazéns estiverem muito distantes, o avanço no jogo pode sofrer bastante, especialmente nas fases iniciais. Pelo meio, é também possível mandar o staff ir eliminar adversários, de forma a facilitar a expansão do negócio depois. No lado oposto, há toda uma série de favores que se podem fazer a pessoas importantes que, em troca, ficarão a dever outros favores, que depois irão ajudar a avançar com o negócio.


Na prática, porém, o jogo é muito mais complexo do que este resumo possa dar a entender. Demasiado complexo, até. Para todos os locais, personagens, atividades, há um enorme rol de menus e submenus para gerir tudo e mais alguma coisa. Quanto mais se avança, mais ícones e ícones vão surgindo por cima do mapa, acabando por se tornar absolutamente caótico. Até coisas simples como "vai falar com a pessoa X" acabam por se tornar um pesadelo, tendo de sobrepor o cursor em cima de vários ícones idênticos entre si, com as pessoas retratadas a preto e branco. Tudo isto, em cima de um cenário 3D maioritariamente em tons de sépia, ao longo do qual essas mesmas pessoas se vão deslocando.

A jogabilidade em si é extremamente complexa, devido a todas as camadas que é necessário gerir, embora seja precisamente essa a ideia de um jogo de gestão. Aqui, além do trabalho de produção, é muito importante ter em conta a reputação e a interação com os adversários, sendo possível fazer coisas como levar um rival à falência para depois o contratar como subordinado. É, literalmente, uma máfia.

Francamente, este é um dos casos que provam que, por vezes, menos é mais. A componente visual é um bom exemplo disso. Esteticamente, as cidades têm uma apresentação agradável, mesmo que não tenham nada de "especial". Sobrepondo uma chuva de ícones em carradas de edifícios, pessoas e viaturas, porém, a cidade em si torna-se apenas um enorme ruído visual. Para uma equipa pequena, como é o caso da SomaSim, que anteriormente desenvolveu o bem-sucedido Project Highrise, este parece ter sido um salto maior que a perna: um jogo de gangsters cujo principal confllito está na estética do mundo vs interface e jogabilidade.

Fica a esperança que, num futuro próximo, algumas atualizações o tornem mais apetecível.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC via Steam, gentilmente cedido pela Kasedo Games.

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