Picross S3
Desde os tempos da Nintendo DS que o puzzle Picross tem vindo a marcar presença na rotina do Meus Jogos, ao longo de múltiplos lançamentos com as suas variações. Com a ascenção dos formatos digitais, a Jupiter começou a investir em lançamentos mais pequenos e económicos, o que se traduziu em 8 títulos "Picross e" descarregáveis na loja da Nintendo 3DS. Um aparente exagero, mas que parece ter dado bom resultado, pois a mesma estratégia continua na Nintendo Switch.
Depois de Picross S e Picross S2, chega-nos agora este Picross S3, trazendo como principal novidade o modo "Color Picross".
De forma muito resumida (afinal, já quantas vezes se explicou isso aqui?), o puzzle de Picross consiste numa espécie de cruzamento entre o Sudoku e as palavras cruzadas, onde o jogador terá de resolver o cruzamento entre as pistas fornecidas nas linhas e colunas de forma a desvendar uma figura na grelha de quadrados. Um conceito simples, mas desafiante, e que tira partido das funções de deixar uma cruz para marcar locais onde se tem a certeza que não serão para pintar ou deixar um losango como indicador de que as pistas apontam para se pintar ali mas ainda não há certeza.
Resolvido o puzzle, fica desvendada a imagem, uma espécie de pixel art em representação de alguma coisa que, se tudo correr bem, irá parecer familiar ao jogador.
Além de uma generosa série de puzzles normais de Picross, 150 ao todo, em grelhas de dimensões variáveis, há também dois modos alternativos que estão de regresso, como o Mega Picross, com 150 puzzles adicionais e o Clip Picross, com 5 puzzles gigantes que podem ser resolvidos aos pedaços enquanto se tenta decifrar a "big picture" da imagem.
A grande novidade, como acima referido, é mesmo o modo Color Picross, que oferece uma considerável mudança nas regras do puzzle. Nesta versão, os números apresentados nas linhas e colunas têm ainda uma cor associada, trazendo com isso um nível de complexidade bastante superior. Se em Picross normal é sabido que entre dois blocos representados pelos números terá de haver, pelo menos, um espaço, em Color Picross essa regra só se aplica entre dois números da mesma cor.
Aquilo que num puzzle normal poderia ser intuitivo, aqui torna-se bastante mais difícil de descortinar, sendo expectável que o jogador demore bastante mais tempo a resolver os puzzles coloridos. Por outro lado, mesmo sendo apresentado como principal ponto de venda deste Picross S3, o jogo inclui apenas 30 puzzles desta categoria, um número muito modesto em comparação com o dos restantes modos.
A maior falha, porém, é a total falta de suporte para o ecrã tátil da consola, considerando que é um estilo de jogo ideal para utilizar em modo portátil e não na TV.
Este Picross S3 poderia muito bem ser um DLC para o primeiro Picross S lançado na Nintendo Switch, sendo um título praticamente igual aos anteriores com um conjunto de cerca de 400 novos puzzles ao todo. Até poderia custar o mesmo valor, simplesmente não justifica a ocupação de uma nova slot no menu da consola para quem já tiver um dos anteriores.
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Jupiter.