The Princess Guide


Aqui temos mais um jogo desenvolvido pela NIS, com o género a ser uma amálgama entre um RPG de acção e um dungeon crawler. Contudo, e ao contrário de Lapis x Labyrinth, The Princess Guide tem uma forte componente de "date sim" e de RPG de estratégia, embora não seja verdadeiramente nem um, nem outro, como iremos ver já de seguida.

Mas antes de mais, vamos dar uma vista de olhos na história e nas múltiplas protagonistas da mesma. Numa trend normal nos jogos de fantasia medieval/steampunk, temos quatro reinos que estão a ser ameaçados por uma onda de maldade nunca antes vista. Monstros surgem por todos os lados e rebeliões estão prestes a eclodir a qualquer momento. Cada um desses quatro reinos é governado por uma princessa inexperiente, e é precisamente aqui que entra o jogador.


O papel do jogador, para além de participar directamente na acção do combate, é o de guiar cada uma dessas princesas, ensinando-lhes de forma a torná-las mais fortes e independentes. A personagem que o jogador encarna é customizável, mas somente no género, face, voz e temperamento, pois a armadura com que se apresenta é sempre a mesma. Isto, sendo que o jogador é um guerreiro veterano que abdicou da vida militar para ensinar, sendo portanto um professor e como tal pode repreender ou elogiar a sua aluna caso esta faça algo de mau ou bom.

O Appraise e o Scold são duas das mecânicas mais relevantes do jogo, pois permitem que a princessa escolhida melhore o seu status, via as lições que aprende no campo de batalha ou que, ocasionalmente, podem surgir no mapa mundo. Essas duas "armas" que o jogador possui têm ainda o condão de melhorar temporariamente certos status da princessa durante as batalhas. Desde restaurar a sua barra de energia e aumentar o seu poder de ataque, até ressuscitar um dos soldados que a acompanha ou elevar a rapidez da mesma (entre muitas outras). Estes efeitos são, contudo, de natureza aleatória. O jogador nunca sabe com o que será presenteado.

O Appraise e o Scold podem ser usados três vezes durante a batalha e ocasionalmente em alguns plot points, todavia são exclusivos das princessas, não podendo ser usados pelos mercenários que podem ser contratados para ajudar ou na própria personagem do jogador. Este último evolui via a experiência normal obtida no campo de batalha e pelo sucesso que as suas lições estiverem a ter.


Um pormenor importante reside ainda no facto do level-up do jogador e da princessa apenas poder ser feito no Quartel-General, nunca durante as missões ou quando as unidades estiverem a percorrer o mapa-mundo. Os mercenários não gozam de qualquer tipo de level-up, podendo apenas ser melhorados através de uma atribuição de uma arma.

Eventualmente, e com o evoluir das lições podem ser desbloqueados pequenos mini-jogos em 8 Bits, que são diferentes para cada uma das princessas. Meras curiosidades que passam por destruição de um objecto no ecrã ou apanhar todos os pedaços de carne, evitando os devastadores halteres. A conclusão bem sucedida destes dá direito a certos prémios que permitem melhorar a personagem, obter itens ou moeda.

Todas as personagens, incluindo os mercenários contratados, podem fazer-se acompanhar até três unidades, que funcionaram como o nosso exército e nos auxiliaram e muito no campo de batalha. Embora sejam relactivamente fracas no início, novas unidades podem ser desbloqueadas à medida que o jogos for progredindo, com a personagem do professor a ser aquele a ser bafejado com o maior número de alternativas bélicas.

Entre os muitos tipos de tropas com status e habilidades únicas temos: bruxos, feiticeiras, soldados, arqueiros, homens-pássaro, guerreiros blindados e até mesmo monstros que encontremos no campo de batalha (guerreiros cebola, Ents, formas protoplásmáticas, etc...). Essas unidades também fazem level-up nas batalhas e podem morrer nas mesmas. Se for esse o caso, o jogador deve regressar ao QG para adquirir mais.


Contudo e antes de avançarmos mais rumo ao gameplay do jogo, vamos primeiro falar das quatro princessas de Guide. Elas são: a governante da guilda da magia Veronica, a fortemente religiosa dragona Alpana, a cavaleira steampunk Monomaria e a rápida, mas glutona Liliartie. Cada uma delas começa o seu próprio tipo de unidade e tem habilidades únicas. As suas histórias e adversários também são bastante únicos com Alpana a ter que lidar com infiéis, Veronica a ter que enfrentar uma feiticeira rival, Monomaria a deparar-se com uma rebelião e a pequena Liliartie a ter nas mãos um dantesco dragão liberto por um grupo rival.

De salientar que cada uma das princessas pode ser tornada mais forte via a atribuição de uma arma e que tanto estas como os itens podem ser melhorados e criados apenas no QG. Ao contrário das armas, que não podem ser equipadas fora do QG, os itens apenas podem ser usados no mapa-mundo antes do ínicio das missões principais, secundárias ou dos encontros com os monstros errantes.

O mapa-mundo será o local onde podemos ver todo o reino, onde se encontram as missões, tesouros escondidos e adversários, assim com as nossas próprias unidades que nunca podem exceder as quatro. Sempre que uma das unidade estiver com energia baixa, existe a possibilidade de fazer Withdraw, o que permite o regresso imediato ao QG para encher a dita energia. Contudo, essa unidade apenas poderá ser usada após um período de espera em horas de jogo. Esse limite de horas de jogo também pode ser aplicado a certas sub-missões, com estas a desaparecerem se deixarmos passar o prazo.


Os níveis propriamente ditos alternam entre pequenas arenas ou labirintos relactivamente simples nos quais o principio é o mesmo, derrotar todos os adversários antes que o tempo termine ou que a nossa barra de energia fique vazia. Ocasionalmente temos missões nas quais temos que proteger uma muralha dos ataques adversários, mas essas são excepções. Os níveis estão repletos de adversários para enfrentar e volta e meia um ou outro Boss (estes são realmente grandes, mas facilmente evitáveis). A maioria dos adversários não é muito difícil de se abater, se bem que é necessário ter cautela com os feiticeiros, dragões ou adversários com muita defesa.

Para além dos inimigos temos ainda as Relics, que para todos os efeitos são armadilhas existentes no jogo. Estas podem ser conquistadas pelo jogador e usado em seu benefício um número de vezes. Temos canhões, machados, arcos, serras, vinhas, tomos amaldiçoados, estátuas que restauram a nossa barra vital ou aumentam a nossa magia, entre muitas outras. Saber usar as Relics, assim como evitar ajuntamentos de adversários é essencial para conseguirmos obter a vitória, num jogo onde a dificuldade é mediana baixa. Por último, nesses mesmos níveis temos baus, que guardam inúmeros power-ups, armas, itens ou dinheiro. O dinheiro também pode ser obtido ao derrotarmos os monstros e é usado na aquisição de mercenários, batalhões, melhoria de armas e criação de itens. É portanto, muito importante.

A nível da sua apresentação, Princess Guide é maravilhosamente ilustrado, contendo uma grande variedade de inimigos e personagens. Os níveis seguem os temas da floresta, tempo, cemitério e pouco mais, pecando por escassos. A música não varia muito, não ficando presa na cabeça do jogador, mas também não destoando em nada com a acção propriamente dita.


Um RPG acessível e um pouco repetitivo nas lutas (que conseguem ser um pouco caóticas por vezes), mas com um charme muito próprio. Esperamos por um futuro The Princess Guide 2 que tenha um foco real no "date sim" e com estratégia que nos faça lembrar velhas pérolas da SEGA como Dragon Force. Um bom esforço, ainda assim.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela NIS America.

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