Iberanime 2019


O Iberanime diz ser o maior evento de cultura Pop Japonesa e Gaming de Portugal, mas depois destes anos todos e mudanças de espaço, o Iberanime continua a ser o evento mais frio.

Marcas, algumas polémicas de segurança e fecho de bancas, e uma (des)organização em piloto automático são detalhes que já esperamos todos os anos, mas como parece que ninguém se importa, nada é feito para melhorar a qualidade do evento – pelo menos o de Lisboa, já que falam maravilhas do Norte. Apostaram na quantidade, mudaram-se para um espaço novo, alguns metros ao lado, mas a desorganização era tanta que parecia que tinham regredido às primeiras edições, com áreas mal aproveitadas e pouco pessoal a fazer as entradas, criando filas de horas. Depois, ainda que custasse entrar, sair também era outra aventura porque quem saísse já não podia entrar tal qual a Hotel California, dos Eagles.

O Iberanime está mais preocupado em vender entradas e a forçar publicidade gargantas abaixo do que com os visitantes. Vi mais pessoas sentadas na rua, enfiadas nos telemóveis, a jogar nas suas consolas ou a fazerem a festa sozinhas do que a interagir com o evento em si. Também os talentosos artistas foram um pensamento de última hora e relegados para um canto - agradeço as horas paradas da minha visita porque deixou-me ver as bancas todas e ainda comprar alguma arte fofa.


E quando um Lisbon Games Week ou Comic Con começam a comer o caldo na cabeça de um Iberanime, o passo natural é buscar o que faz sucesso. Neste caso, os jogos. A oferta era semelhante aos eventos mencionados, com a Nintendo a marcar presença com o seu palco enorme. Smash, Tennis, Party, etc, tudo ao molho na diversão. A Sony tinha o stand mais bem decorado, onde podíamos experimentar alguns exclusivos e dar uns toques no Mortal Kombat 11. Já a Microsoft com a Xbox One, subtil, chamava alguns curiosos. Os eSports também marcaram presença, atraindo jogadores, streamers e muitos fãs para os apoiar.

Depois, se nada disto interessar, o que nos puxa a eventos do género? O Cosplay. Não é mentira nenhuma quando digo que estes eventos existem para acomodar o Cosplay. E não há problema nenhum se admitirmos esse facto. Aliás, se houver um evento cujo foco seja só o Cosplay, talvez seja o melhor evento de sempre porque concentra-se só numa coisa. Apesar de não vestir um fato há anos, reconheço que os cosplayers enchem os eventos de cor e festa. É fantástico ver o que conseguem fazer, alguns bem novos, mas com uma experiência incrível para a costura, construção de adereços ou representação. E mesmo aqueles que não são profissionais, enchem o evento com os amigos e divertem-se a valer porque os eventos são para isso: para nos divertirmos. E se um evento é aborrecido, então cabe às pessoas divertirem-se à sua maneira. Só tenho pena que tenham de pagar os olhos da cara para isso, mas há jardins, outros eventos e iniciativas e melhores.


E vamos aos vencedores dos vários concursos de Cosplay:

Cosplay World Masters
  • 1.º lugar: Bárbara Vaz (Cherry Heeyzer) – Alessa, de Silent Hill – Brasil
  • 2.º lugar: Joanna Kamelska (The Cosplayer Engineer) – Senua, de Hellblade: Senua's Sacrifice – Polónia
  • 3.º lugar: Melissa Ven den Berg (Mirai) – Major Motoko Kusanagi, de Ghost in the Shell – Holanda
Cosplay de Grupo
  • 1.º lugar: Miss Bakemono e Kurobaka
    • Rogério Hortêncio e Eva Duarte – Catherine e Otose, de Gintama
  • 2.º lugar: The Twelveth Five
    • Laura Rosa, Tomás M, Guilherme F, Artur R, Inês G – Yomotsu Hirasaka e quatro membros do culto, de Future Diary
  • 3.º lugar: As Pituxas
    • Catarina Cavaquinho e Mário Matos – Daedra e Lord Harkon, de The Elder Scrolls V: Skyrim
 European Cosplay Gathering
  • Individual: Dora Figueiredo (Dorothy Dare) – Cinderella
  • Grupo: Fábio Pimenta (Arisato), Catarina Monteiro (Super D. Rina) e Sérgio Teixeira (Akbal) – Anne Wheeler, Phillip Carlyle e Phineas Barnum, de "The Greatest Showman"
Parabéns a todos!


Já eu, se tiver de avaliar o Iberanime de 2019 como se fosse um jogo, falaria bem dos gráficos e da banda sonora. Gostei do que vi e os concertos, apesar de um artista repetente, assegurou a qualidade. A jogabilidade ficou aquém do esperado e não puxa à repetição. Até poderia dizer que as sequelas iriam melhorar, mas não acredito que melhore nesta altura do campeonato. O enredo era mediano, as personagens eram interessantes, mas… como primeiro evento (grande) do ano, serviu como aperitivo para o que vem aí.

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