RAGE 2


RAGE 2 reúne dois estúdios que não necessitam de qualquer tipo de apresentações: Avalanche Studios, mestres no que toca a ambientes de mundo aberto e id Software, produtores de jogos FPS como o DOOM. De facto se dissermos que o RAGE 2 parece o filho de DOOM e o Bulletstorm no ninho de amor (ambiente) de Mad Max, não fugimos muito da verdade.

Mesmo sendo este o segundo título do universo RAGE, não é necessário jogar o primeiro título para perceber a trama do mesmo. Tudo é resumido logo numa das primeiras cutscenes do jogo, pelo mau da fita, General Cross, líder da Autoridade. RAGE 2 conta a história de uma sociedade desprovida de qualquer tipo de lei e ordem que fora quase toda ela aniquilada pelo embate de um asteroide.

A liderar as forças da Autoridade está o dito General Cross que, depois de aparentemente ter sido morto no final do primeiro jogo, retorna com um novo corpo robótico pronto para libertar as suas tropas de mutantes e destruir tudo o que se tentar opor ao seu caminho.

Tendo sido destruída pelo asteroide 99942 Apophis no ano de 2029, cerca de 136 anos depois, a civilização começou a reconstruir-se e a tentar reinventar-se. As regiões estão divididas em seis territórios distintos, dando a possibilidade ao jogador de explorar cidades que foram tomadas pela vegetação, pântanos de Sekreto, ambientes inspirados em selva, entrar no abismo mortal conhecido como o “The Crack” ou até mesmo aventurar-se pelos esgotos infestados de mutantes e laboratórios de alta tecnologia da Autoridade.


O mapa por vezes é bastante básico e desprovido de ação, com a obrigatoriedade de se ter de usar um veículo. Isto, se o jogador quiser chegar a algum lado em tempo útil. É precisamente neste ponto que RAGE 2 realmente brilha, na combinação entre tiroteio e condução do veículo em si. A ação (quando existe) está realmente bem retratada, desde as armas pesadas que combinam com movimentos especiais baseados em cooldown ao headshot que é demarcado com um som que não pode deixar de chamar a atenção de nenhum jogador.

É apresentado ao jogador a possibilidade de escolher o seu Ranger, de nome Walker (masculino ou feminino), no entanto sem nenhum tipo de customização disponível. Desde o início fica bastante claro que a história não é o ponto forte do jogo. Apesar de alguns designs interessantes e certas linhas de voice acting com alguma piada, os personagens são apresentados um pouco sem vida e sem possibilidade de se desenvolverem ao longo do tempo.

O melhor companheiro de aventura será Phoenix, o veículo principal de combate e locomoção oferecido a Walker. Juntamente com alguns upgrades mecânicos, este carro todo o terreno torna cada aventura num verdadeiro episódio do Knight Rider, veloz e armado até aos pneus. A condução deste veículo é de facto bastante divertida com a inclusão de boost e a particularidade de ser recuperado de qualquer tipo de dano, com a habilidade presente na luva da personagem principal. Isto tudo sem a necessidade de abastecer o carro, o que convenhamos, é um ponto a favor. Dentro dos veículos é possível a condução até de uma mota voadora, de seu nome Ícarus, que o torna no meio de locomoção mais eficaz, isto se a principal ideia for a de chegar o mais rapidamente do ponto A ao ponto B.


As side missions, embora não estejam ligadas directamente à história, ajudam na captura de mantimentos e items para upgrades tanto ao nível do carro como às armas e habilidades disponíveis. Outro aspecto importante nas missões secundárias são as actividades Ark.

As Arks são, nada mais nada menos, que bunkers usados pela civilização humana para preservar a espécie. Estes bunkers estão abandonados e ao dispor dos mais corajosos e audazes para desbloquear novas habilidades usadas em combate. Ao todo existem cerca de 14 Arks espalhadas pelo mapa, o que equivale a 11 habilidades e 3 habilidades/armas secretas. Dentro destas habilidades é essencial destacar o Grav-Jump que facilita a mobilidade da personagem mesmo em situações mais complicadas de combate, o dash que permite deslizar/esquivar de ataques, o overdrive que permite o uso por breves instantes de uma espécie de “rage” tornando os ataques da personagem mais fortes e o desfibrilador que como o nome indica permite estender um pouco mais a barra de vida.

Relativamente ao armamento disponível o jogador tem ao seu dispor uma Assault Rifle, a arma básica usada pelos Rangers, a Combat Shotgun de longe a arma que mais prazer dá para derrotar os inimigos, e alguns tipos de pistola. Todos estes são upgradables e podem mudar o aspeto físico apenas em termos de pintura.


Existe uma elegância mortal e deliciosa no combate de RAGE 2, mas apesar de toda a fluidez frenética que é possível receber entre confrontos, simplesmente não há ação suficiente a acontecer fora da campanha para manter o jogador devidamente envolvido. A sua história curta e as suas missões sem qualquer tipo de relação com a história principal, deixam espaço para o eventual aparecimento de um DLC. O ponto principal deste título é, sem sombra de dúvidas, a sua ação e os efeitos sonoros soberbos que combinados com a física criam o caos audiovisual de alto nível.

 
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation4, gentilmente cedido pela Ecoplay.

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