Lapis x Labyrinth


Desenvolvido pela Nippon Ichi Software e editado pela NIS America, Lapis X Labyrinth chega pela primeira vez ao continente europeu este mês (isto depois de ter sido lançado a Novembro de 2018 por outras paragens). Uma mistura de diferentes géneros, LxL tem tanto de RPG de acção e dungeon crawler, como de jogo de plataformas.

No entanto e antes de deambularmos pelas questões do gameplay de Lapis x Labyrinth, convém darmos uma vista de olhos na história que motiva as acções do protagonista. Esta não é a mais épica das aventuras, é certo, uma vez que gira em volta de uma aldeia cujos habitantes vivem aterrorizados pelos seus monstruosos vizinhos. Estes últimos provêm de um conjunto de labirintos extremamente perigosos, mas que ocultam numerosos tesouros. É precisamente essa promessa de fortuna que atraí o nosso protagonista customisável à dita aldeia, até então desprovida de qualquer tipo de guerreiro.

A aldeia funcionará como o quartel general do nosso herói ou heroína, quando este voltar das suas missões. Inicilamente, as coisas que podemos fazer na aldeia serão deveras limitadas, com o jogador a cingir-se a rever tutoriais (se necessário), consultar a lista de inimigos capturados, alterar a sua voz e cor de cabelo, recrutar mais companheiros para o ajudar nas batalhas ou e o mais importante, seleccionar a missão seguinte. Com o avançar do jogo e com a conquista da primeira àrea (o labirinto da floresta), novas lojas irão aparecer na aldeia, incluindo um restaurante japonés e uma lojista, assim com npcs com os quais poderemos interagir.


Como referi anteriormente, podemos recrutar aliados, contudo apenas quatro (jogador inclusive) podem ser usados nas missões. Temos até oito classes distintas, nomeadamente: a Maid (capaz de enfraquecer os inimigos), o Gunner (perfeito para combate à distância), a Witch (detentora da magia mais poderosa do jogo), o Destroyer (com um ataque avassalador, mas demasiado lento nos seus movimentos), a Hunter (perfeita para a batalha corpo a corpo), a Bishop (muito versátil no uso de magia, uma vez que cura e ataca), a Necromancer (que afasta temporarimente os inimigos da party) e o Shielder (o tanque do grupo).

Cada personagem da equipa pode ser equipada com melhor equipamento à medida que o jogador vai progredindo na aventura em questão. Novos itens podem ser obtidos nas numerosas arcas de tesouro encontadas nos níveis (a cor das mesmas vai determinar a sua raridade) ou como prémio pela conclusão bem sucedida dos mesmos. Para além disto, a experiência das personagens irá aumentar mesmo que a missão seja mal sucedida, permitindo ao jogador ir ficando progressivamente mais forte e capaz de usar equipamente mais poderosos, uma vez que cada objecto encontrado tem um peso e este não pode ultrapassar o peso geral da bagagem da party.

Um pormenor curioso reside no facto do nosso grupo de quatro se apresentar encavalitado nas costas um dos outros ao contrário de lado a lado, como noutros RPGs de acção mais tradicionais.


Cada personagem tem a sua própria barra de energia e o quarteto pode mesmo efectuar, para além dos ataques singulares, um ataque em conjunto. Ao jogador é permitido ir alternando livremente entre as quatro. Para além disso, e como este é um jogo que embora seja rápido, consegue ter um nível de dificuldade acentuado devido à natureza caótica das batalhas com os monstros, ao jogador é concedida volta e meia uma espécie de modo invencível. O Fever Mode é curto, mas aumenta drasticamente a força do grupo e transforma os oponentes em blocos ao estilo de jogos de casino.

Os níveis vão ficando progresivamente maiores e mais confusos à medida que o jogador for progredindo na aventura, o que faz com que a memorização dos mesmos seja fundamental. O ponto chave para ser bem sucedido na conclusão do nível passa por encontrar o portal de saída do mesmo (atenção a portais falsos ou que nos possam fazer regredir na área) e a vitória sobre os bosses que surgiram no final. Para além disso, os níveis estarão repletos de paredes a bloquear o nosso percurso, espinhos, àreas nas quais é preciso derrotar todos os monstros e um limite de tempo. Este último será o nosso verdadeiro adversário no decorrer do jogo, uma vez que terminando faz com que surjam uns espectros que nada mais são do que morte súbdita para a nossa party.

A apresentação do jogo é bem colorida, o tipo de adversários é também ele variado, indo desde insectos, a armaduras vivas e fantasmas, entre outros. A música adequa-se bem ao estilo caótico que o jogo traz consigo.


Em suma, Lapis tem um gameplay sólido e variado, com muitos estilos a combinar. É frenético, mas curto para jogadores mais experientes. Tem uma dose de chaos que poderá tornar certas alturas do nível demasiado caóticas. Peca um pouco pela repetição, mas tal já seria de se esperar dado a sua natureza de dungeon crawler. Uma aventura simpática e cumpridora, embora não seja propriamente um "must have" para a Switch.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela NIS America.

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