Tom Clancy's The Division 2


Depois do sucesso de Tom Clancy's The Division, um título lançado em 2016 e focado principalmente na vertente multiplayer, a Ubisoft traz-nos agora a sequela com um novo cenário e uma data de outras novidades.

Devo começar por admitir que este Tom Clancy's The Division 2 era um dos meus jogos mais aguardados do ano, especialmente depois de o ter experimentado na beta privada a propósito da nossa antevisão do jogo. Agora, e após ter jogado a versão final, será que correspondeu às expectativas?

O jogo começa com a criação da nossa personagem, género, roupas e acessórios, tom de pele e estilos de cabelo, etc. Não que ofereça muita variedade, mas a suficiente para algo bem personalizado, mas de qualquer forma é sempre possível criar um avatar de forma aleatória. Logo de seguida, o jogador é empurrado para a ação! No meio do caos, e sem qualquer explicação do que se está a passar em nosso redor, nem tutorial de como disparar ou proceder a uma zona segura com cobertura de todo o tiroteio. Uma espécie de introdução jogável, no fim da qual somos finalmente apresentados aos acontecimentos ocorridos que levaram a toda esta confusão.

Um vírus epidémico espalhou-se pelos Estados Unidos e, em poucas semanas, a sociedade colapsou. Agentes do grupo The Division, composto por pessoas vulgares, preparam-se para o confronto entre a organização responsável pelos acontecimentos. O jogador é um destes agentes e, juntamente com os seus companheiros terá como objetivo defender a capital destes terroristas. Para tal, será preciso todo o apoio na esperança de sobreviver e salvar a América desta terrível ameaça. O apoio não será apenas do grupo Division, mas também dos civis que lutam e vão providenciar ao jogador armas e instrumentos para o combate nas ruas de Washington DC.


Não será novidade para quem experimentou uma das betas do jogo, mas a Casa Branca é onde fica o HQ principal da Division e ali, mal o jogador começa a sua jornada, terá ao seu dispor todas as Skill Platforms disponíveis, habilidades que podemos atribuir à nossa personagem. Desta vez, para além da turret, estão disponíveis um drone (chamado "firefly"), escudo, seeker mine, entre outros. Existem ainda os "perks", melhorias para a personagem que podem, por exemplo, dar mais espaço ao inventário tal como uma maior capacidade de munições, granadas, slot para arma secundária, etc. Tudo isto vai sendo desbloqueado à medida que se sobe de nível, tal como se de um RPG tratasse.

Qualquer jogador tem a liberdade de enfrentar estes terroristas a solo, sendo o multiplayer opcional, mas o jogo quase que obriga a ter no mínimo um companheiro na sua jornada. Inicialmente, tudo parece relativamente fácil e, com cuidado, consegue-se sobreviver bem às primeiras ondas de inimigos, mas pouco a pouco as coisas complicam-se e subir de nível ainda leva algum tempo. Tanto para objetivos primários, como os secundários, será conveniente um reforço a ajudar o jogador. O complicado, como de costume, é ter alguém que nos acompanhe diretamente ou então, juntarmo-nos a um grupo e concluir missões para também ganhar experiência. Nem sempre estamos dispostos a seguir um leader, por vezes queremos só jogar ao nosso ritmo e decidir que missões pretendemos finalizar, ao contrário de jogar aleatoriamente e ajudar quem está a progredir de forma diferente e noutro nível seja ele superior ou inferior.

De qualquer modo, o jogo incentiva imenso a explorar as ruas de Washington DC, muito para além das missões principais, e isso é bastante positivo. Dei por mim a seguir um caminho através do GPS e acabar por explorar outras zonas que surgiam e me afastavam do trajeto que outrora tinha em mente. Zonas que estão ocupadas pelos terroristas, por exemplo, o jogador vai de certeza querer derrubar e conquistar para os aliados pois a recompensa é boa. Sempre que se conquista uma zona dessas, haverá uma recompensa tanto para o jogador como para os aliados e a afinidade com os civis que tentam ajudar a Division vão ganhar mais confiança e retribuir o favor. Nestas zonas, o jogador deve sempre disparar um sinal de apoio ao combate destas fações hostis e reclamar a zona. Há zonas em que é necessário salvar civis que se encontram reféns dos terroristas e o problema é, se levarem tempo a salvar, os terroristas não irão hesitar em assassinar todos os reféns.

A Casa Branca será sempre o HQ, a base de operações. É evidente que o jogador vai encontrar-se afastado da Casa Branca e terá de voltar para fazer upgrades ou seguir com as missões principais e, para tal, existe um fast travel que irá ajudar a chegar rapidamente ao HQ em vez de se caminhar quilómetros para lá chegar. A partir de cada settlement, o jogador terá a possibilidade de apoiar os cidadãos e até fazer donativos como missões secundárias para ajudar a crescer e a fortalecer estas fortalezas, quanto mais ajudar, maior será a recompensa. O recrutamento de pessoal irá também desenvolver equipamento da mais alta qualidade e, isto sim ajuda imenso pois conforme se progride no jogo, mais difícil se torna de derrubar esta ameaça. Existem certas missões em que o jogador tem mesmo de estar preparado, não adianta tentar recomeçar a missão ou por vezes ter certo apoio, o nível do jogador e o seu equipamento terão de estar em alta mesmo com 3 colegas na equipa que possuam as mesmas características, não adianta insistir tal como me aconteceu com certas missões.


Os adversários geralmente não são difíceis de derrubar mas, quando se aproxima um mid boss, já dará uma enorme dor de cabeça e é quase impossível de derrotar a solo. Por isso mesmo, The Division 2 foca-se no multiplayer e quase exige que assim seja jogado. É de notar que apesar de se jogar bem a solo (certas missões), a diversão está concentrada no multiplayer e nisso, o jogo está mesmo muito bom. Se um jogador sofrer danos e ficar de cócoras, o aliado que estive na equipa tem a possibilidade o reviver. A camaradagem é importante, a luta contra o mal tem de ser reforçada e o povo unido jamais será vencido.

Algo fascinante são as mudanças climatéricas, onde da noite para o dia tudo pode mudar no jogo. Principalmente quando chove imenso, pode chover tanto que o jogador terá dificuldades em visualizar o perímetro, como quando começa a escurecer, a escassez da luz pode ser um problema e o jogador terá de caminhar com mais cautela porque a qualquer momento pode deparar-se com uma patrulha de inimigos.

Após o modo campanha ser terminado, o jogador terá acesso ao End Game. Para tal, será preciso ter a personagem em nível 30, o que em média levará por volta de umas 30 horas para atingir. No End Game, são desbloqueados vários modos tais como World Events, Invaded Missions, Replayable missions, Occupied Dark Zones e Priority Target System. Todos estes modos expandem a experiência de The Division 2 o que significa que o conteúdo do jogo é super extenso. A principal diferença em relação a outros jogos do género é que, em The Division 2, não é preciso chegar a esta fase para o jogo começar a ser divertido. Apenas fica ainda melhor!

Quanto a problemas em The Division 2, talvez o único a ser apontado é a renderização que por vezes não está no ponto, confesso que para um jogo com um mapa tão grande e até detalhado, é normal que isso aconteça e sinceramente não é algo que me faça confusão ao jogar numa Xbox One S. Simplesmente, penso que teria uma melhor experiência com uma Xbox One X ligada a um ecrã 4K. A ligação à internet também não apresentou praticamente qualquer problema, embora tenha falhado uma ou no máximo duas vezes, típicas de grandes lançamentos mas nada de muito importante. Fora isso, o jogo está com um óptimo aspeto, boa banda sonora nos momentos intensos no campo de batalha e as armas com uma boa resposta tal como a sua jogabilidade.



The Division 2 está muito bom, dá prazer e incentiva o jogador a estar preparado para o pior, mesmo quando se encontra acompanhado e totalmente equipado. O conteúdo que oferece é enorme, para não falar em tudo o que já foi anunciado como planeado para o primeiro ano do jogo no mercado. Os jogadores podem estar descansados, que terão aqui horas e horas de jogo e exploração numa selva urbana repleta de lixo, cadáveres e animais perdidos... Tudo isto nas ruas de Washington DC, que agora se tornaram num verdadeiro campo de batalha. Compete à Division salvar o que resta da cidade!
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Xbox One, gentilmente cedido pela Ubisoft.

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