Beat Cop


São muitos os jogos que tentam e até conseguem inserir o tema dos anos 80 com as suas cores loucas dos anos 80, néon forte, cor de rosa, música eletrónica boa etc… Mas, e criar um jogo como se fosse um filme policial (tal como o meu pai adora dizer) que retrata na perfeição todos aqueles filmes de detetives/polícias que se meteram em sarilhos, com chefes do departamento sempre irritados por tudo e por nada, colegas de profissão que passam a vida a gozarem uns com os outros, com donuts, café e pizza?

Beat Cop retrata como nenhum outro jogo conseguiu até agora, aquilo que eram esses filmes com o chamado “one man army” que resolve os casos todos como sempre vimos em clássicos como Dirty Harry, Polícia Academia, Arma Letal entre outros. Beat Cop é a perfeita homenagem, sem falar das dezenas de referências a outros filmes da mesma época mas de géneros diferentes.

Beat Cop é tudo aquilo que se viu num filme dos anos 80, retrata tão bem que é realmente direcionado para o público que assistiu a esse género clássico de filmes. Tudo começa com o nosso protagonista que perseguia alguém e enfiou a bala na pessoa errada, por isso mesmo acabou por ser despromovido, onde já vi isto? Após a despromoção, começa a sua nova vida como um polícia banal, com aquela rotina que já conhecemos, vigiar ruas, passar multas, ir aos estabelecimentos comerciais falar com as pessoas aos balcões, e assegurar que o bairro X está protegido e estar sempre de ouvidos bem abertos para qualquer ocorrência. Claro que o nosso protagonista quer subir no ranking e apanhar o verdadeiro vilão, para tal terá de passar por uma vida que não desejava, com o parceiro chato que se vai reformar e conhece o bairro inteiro, afinal de contas, isto também foi visto nesses filmes, não vale a pena repetir-me.

No que diz respeito à jogabilidade e grafismo, é um jogo em 2D com uma estética retro pixelizada mas perfeitamente visível, ao contrário do que foi feito em Riot: Civil Unrest que foi aqui analisado há uns tempos atrás. Além disso, a jogabilidade é boa e completa, o que quero dizer com isto é que o jogador irá fazer uso de todos os botões disponíveis no comando, o que me agrada imenso sempre que jogo seja qualquer for o jogo.


O que o jogador terá ao seu dispor é uma data de comandos, o botão para correr atrás dos ladrões, usar as algemas para os prender, passar multas em carros mal estacionados e comunicar via rádio o departamento Policial ou até mesmo colegas que dão o toque para efetuarem missões. Além disto, o jogador terá de obter informações recorrendo a mafiosos (gerente típico de um restaurante italiano), os negros com gangues como é referido (os nigguz) e claro as pessoas do bairro que sabem de tudo e como sempre, metem o nariz em tudo que é sítio. Muitas destas pessoas são encontradas na rua, outras têm de ser abordadas tocando a campainha do prédio onde vivem, aqui sim é possível assistir a algo de fenomenal no que diz respeito aos diálogos e ao próprio jogo no geral. Estas campainhas têm nomes e cada uma delas é uma referência a uma personagem de filmes dos anos 80/90. É possível ver o nome do Tony Montana (Scarface, o meu filme favorito), Ripley e Bishop (Alien) e até o Lecter (Hannibal) entre outros tantos. Os diálogos fazem como seria de esperar, referências aos próprios filmes, é realmente fascinante o trabalho que a equipa de Beat Cop criou aqui.

Com tudo isto, existe o Karma, onde o jogador poderá ser corrupto para obter as informações aceitando dinheiro sujo, chantagens e usando até a força. Tudo depende do jogador e isso terá consequências. Até uma simples multa pode mudar muita coisa na vida do nosso polícia. O mínimo que se tem de cumprir são os objetivos dados pelo nosso chefe de departamento. Estes objetivos são apresentados no bloco de notas e cada dia tem objetivos diferentes e com um relógio para terminar a tarefa exigida pelo nosso chefe. Depois disso, há espaço para tomar conta de outras ocorrências como simples roubos que fazem os cidadãos felizes e felicitarem pelo vosso trabalho. Por causa de tudo isto, é preciso ter noção de como realmente agir, ganhando assim, pontos positivos ou ter a possibilidade até de ser mal visto pelo bairro inteiro, seja por ser corrupto, como por seguir à risca a lei, está genial.
 

Beat Cop é um autêntico tributo a essa época dourada, a música faz lembrar um Beverly Hills, os diálogos entre os colegas no departamento ou na própria rua estão sempre cheios de referências, insultos e palavrões tal como vimos nestes filmes tão memoráveis, é realmente uma nostalgia pura. O jogo vale realmente a pena jogar não só por tudo aquilo que é possível fazer no próprio jogo como pela sua magnífica apresentação.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Xbox One, gentilmente cedido pela Evolve PR.

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