Horizon Chase Turbo


E que tal voltar aos anos 80 ou 90? Àquela verdadeira experiência de arcade em que metíamos a moeda de 50, 100 escudos na máquina, e tínhamos à disposição uma experiência de condução única, não possível nas consolas ou PCs da altura? É esta a premissa de Horizon Chase Turbo, um jogo simples de corridas em que o sentimento retro acompanha rápidas corridas com o simples objetivo de ficar à frente de todos os nossos adversários.

Muitos de nós crescemos com clássicos como Daytona USA, Chase HQ ou Out Run e torna-se fácil ter uma bela sensação nostálgica enquanto conduzimos a alta velocidade neste novo jogo, sensação essa que surge poucos segundos depois da corrida começar e chegamos aos 200 km por hora! Não chega? Temos um botão turbo à disposição, que embora não pareça muito necessário no início este torna-se vital nas pistas mais tardias. São mais de 100 pistas por concluir, dezenas de locais diferentes para explorar e muitos carros para desbloquear.


A sensação retro é grande parte devido à direção artística do jogo, com gráficos extremamente simples em 3D com pouco uso de texturas, cenários praticamente livres de objetos, fora alguns elementos que parecem passar por nós à velocidade da luz, se bem que somos nós que estamos em movimento. Os cenários ao fundo lembram-nos bem dos clássicos de corrida, o modo como a inclinação da pista é feita e também os objetos que aparecem "do nada" são uma autêntica viagem no tempo, mas onde o aspeto visual do jogo brilha é no uso de cores berrantes muito à anos 90! A banda sonora também faz um bom trabalho nesta viagem, se bem que dei por mim a achá-la bastante repetitiva em poucas horas.

Admito que gosto imenso de todo o look retro do jogo, os cenários poligonais e até mesmo menus funcionam na perfeição mas muitos dos carros tinham um certo estilo "arredondado" que parecia um bocado estranho, no meio daquilo tudo. Às tantas estou a ser picuinhas, mas acabei por não usar muitos dos veículos porque simplesmente não gostava do desenho dos mesmos. Certo que este "problema" acaba por se tornar algo irrelevante quando estamos com a atenção toda na pista e a desviarmos-nos dos nossos adversários, apanhar gasolina ou medalhes (que nos permite ter o score máximo em cada uma das pistas) e concluir a pista no menor tempo possível.


Mas senti alguma falha de modos de jogo, mesmo sendo um jogo puramente arcade apenas o modo World Tour foi o que me cativou porque senti uma boa progressão em explorar os diferentes cantos do planeta e atravessar os muitos cenários distintos que o jogo oferece. Também é interessante ir desbloqueando e melhorando cada um dos diferentes carros que vão aparecendo, e há algumas surpresas entre os 31 veículos diferentes! Voltando aos modos tanto os de Tournament como Endurance cativaram-me pouco mas, em contrapartida, competir localmente até 4 jogadores (com o jogo sempre a correr fluidamente) ou enfrentar os ghosts de amigos, através da internet, foi algo que me puxou bastante! Há ainda o modo Playground com elementos aleatórios que vão desde o clima a nitros infinitos, mas apenas pareceu um remix do que o jogo já tinha noutros modos.


Os fãs de jogos de corrida têm aqui uma excelente aposta, mesmo sendo um jogo bastante simples mas que acaba por nos fazer dizer "ok, só mais uma corrida" vezes sem conta, mesmo com poucas opções de jogo. É uma bela homenagem aos anos 80 e 90 onde todas as corridas são uma viagem no tempo e que sabe tirar partido de algumas funções das consolas atuais.


Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Aquiris Game Studio.

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