Townsmen: A Kingdom Rebuilt


Townsmen: A Kingdom Rebuilt é um jogo de gestão de recursos desenvolvido pela HandyGames, um estúdio germánico recentemente adquirido pela THQ Nordic. Uma versão melhorada do clássico Townsmen, esta é uma das muitas ofertas que o género em questão dispõe para PC. Sem uma história propriamente dita (se excluirmos a pequena narrativa presente nos tutoriais), Kingdom Rebuilt faz do gameplay a sua força maior.

Logo de início temos três modos de jogo disponíveis: Campaign, Scenario e Endless Mode. O primeiro é onde se encontra inserido o tutorial. Em seis capítulos de dificuldade variável, vão-nos ser ensinadas as manhas do jogo com recurso a uma narrativa que nos coloca na pele de um nobre em desgraça. Acusado de ter desviado fundos reais, este protagonista sem nome vê-se enviado para uma pequena vila, a qual deve fazer florescer para uma cidade, de forma a redimir-se aos olhos do seu monarca. Neste  modo, devemos completar múltiplos objectivos de forma a conseguir prosseguir para o capítulo seguinte. É um modo de cenários pré-definidos, onde os únicos pontos que transitam com o jogador para o próximo capítulo são os pontos de experiência deste e a pesquisa (Research) que o mesmo tenha efectuado. Mas sobre isto falarei mais adiante.

O segundo modo dispensa a história que embeleza o Campaign, colocando antes o jogador em diferentes cenários catastróficos nos quais ele deve servir-se dos conhecimentos obtidos no tutorial para dar a volta à situação. São um total de 26 cenários diferentes que podem ir da construção de cercas para impedir o ataque de ladrões, a questões ligadas a desastres naturais que afectem a nossa urbe.

O terceiro modo é na sua essência um sandbox, onde não existem quaisquer objectivos para cumprir e onde somos nós, o jogador, a decidir as condições nas quais levaremos a cabo a construção da nossa cidade. Também aqui temos inúmeros mapas para escolher, variando eles na local que escolhemos para a construção da cidade propriamente dita (ilha, planalto, pantâno, floresta, etc...), no mapa-mundo (se é grande ou pequeno) e se queremos presença militar ou não.


O ponto em comum destes estes modos é o gameplay, que é essencialmente o mesmo independentemente da escolha efectuada. A maioria dos mapas começa com o nosso castelo no centro e poucas habitações à volta do mesmo. O castelo é o local a partir do qual tomamos inúmeras decisões, que incluem o colectar das taxas a pagar pelos cidadãos, a verificação de objectivos, o estado moral da populaça, o total das matérias-primas disponíveis, assim como é onde são conduzidas as pesquisas, entre muitas outras coisas. De salientar que as referidas pesquisas são relativamente fáceis de fazer, sendo desbloqueadas à medida que o nosso nível de jogador for subindo e demorando apenas alguns minutos a serem concluídas (sem custos monetários ou de matérias). Quanto mais pesquisa fizermos, mais ferramentas teremos.

Contudo e embora seja relevante, o castelo não é a construção mais importante do jogo. Esse papel cabe à casa doméstica. Estas albergam os cidadãos que são nada mais, nada menos do que a mão-de-obra que faz crescer a nossa cidade. As casas iniciais são pequenas, não albergando mais de dois habitantes. Felizmente, podem ser melhoradas e ampliadas para ter mais. Quantos mais cidadãos tivermos, mais trabalhadores teremos para não só construir as outras estruturas do jogo, como também trabalhar nas mesmas. Essas estruturas vão desde moinhos de vento, minas, serralharias, padarias, até torres de água, guarnições e arenas. Se o primeiro tipo referido serve principalmente para criar matérias e alimentos, de forma a manter a cidade em bom estado e os seus cidadãos bem alimentados, o segundo tipo visa sobretudo proteger e divertir.

Por exemplo, as torres de água são uma medida que visa apagar fogos que possam ser gerados por tempestades, ao passo que as guarnições dão à cidade força militar para repelir eventuais ladrões que visem semear o caos. As arenas, nas quais se organizam as justas, são uma das formas de tentar aplacar a fúria deste ou daquele cidadão descontente.


Como em muitos jogos do género, é sempre importante estar atento às reclamações dos NPCs, a ataques inimigos ou a adversidades que a natureza possa colocar. De igual modo, atenção redobrada ao bom estado dos edifícios, que podem ruir se a sua manutenção for descorada.

Uma forma fácil de acelerar a construção passa por colocar um grande número de cidadãos a participar nas obras. Outra forma ainda mais fácil passa por gastar dinheiro dos impostos ou pontos de prestígio (obtidos via level up) para fazer uma edificação instantânea. Também é possível demolir construções que não precisamos ou debastar bosques para abrir caminho a mais espaço vital para os nossos cidadãos. O jogo conta ainda com a tradicional passagem das estações, embora sem a complexidade que esta tem noutros jogos do mesmo tipo.

A nível da sua apresentação, o seu design cartonesco retira-lhe alguma seriedade, estabelecendo o tom, juntamente com a banda-sonora, para uma aventura que será certamente mais relaxada para jogadores experientes neste género.


Apesar dos seus picos de dificuldade nos cenários mais avançados, que poderá desencorajar o jogador mais incauto, Kingdom Rebuilt não é de todo um jogo díficil. Com um modo Campaign que pode ser terminado facilmente em quatro horas ou menos, este é um jogo cuja longevidade se agarrará aos seus dois outros modos de jogo. Um título competente que serve sobretudo de ponte de partida para novatos, mas sem grande desafio  para jogadores mais calejados nas áreas de estratégia e gestão atenta de recursos.
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para PC via Steam, gentilmente cedido pela Dead Good Media.

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