DELTARUNE Chapter 1


Caramba se o Toby Fox não é um génio do mal!

Lá fiquei com a árdua tarefa de escrever sobre o Deltarune. Árdua porque amei Undertale e receava que o que viesse a seguir não fizesse justiça ao jogo, mas foi tão bom que não fazem ideia.

Este texto não era para ser uma análise ao Deltarune, mas vai ser porque o capítulo é um jogo por inteiro. Aliás, É mesmo um jogo porque não existe continuação e se existir, poderá ser bem diferente. A história tem início – meio – e fim, com um belo, doce e arrepiante cliffhanger. Se forem como eu, estão a adiar este texto para ler as teorias e vão passar semanas no reddit a ler tudo enquanto abanam a cabeça ao ritmo da banda sonora.


Então, o que é este Deltarune? Deltarune é um anagrama de Undertale. Não é uma sequela ou prequela, mas passa-se num universo paralelo (achamos nós? Teorias, teorias!) com personagens semelhantes que arrancarão sorrisos a quem jogou Undertale.

Assim que criamos a nossa personagem e começa a primeira sequência, notamos que os valores de produção estão superiores ao primeiro jogo. Aqui o senhor Fox aumentou a parada e usou os seus lucros para formar uma equipa e criar uma experiência mais… profissional e bonita. O aspecto é o mesmo Undertale de sempre, a banda sonora tem temas novos, remisturas de músicas familiares e vocais, é boa, é melhor! A jogabilidade foi refinada, experimenta coisas novas, mas não varia muito do que estamos habituados. Deltarune/Undertale foca-se em contar uma história que não quer complicar o resto para afastar as pessoas. Não quero com isto dizer que o jogo é fácil, só que é acessível se ultrapassarmos a arte pixelizada.

O combate passou de “uma primeira pessoa” para um quadro à lá Final Fantasy I e é fantástico. Vemos os heróis de um lado, os inimigos do outro e começa a festa! Se ainda se lembram das batalhas de Undertale, nada mudou: aqui também matam ou poupam os habitantes de Dark World. Lutar é básico, seleccionam para atacar e está feito. Já poupar implica agir e as acções vêm de várias formas e feitios, podem elogiar, engatar, cantar ou conversar. Se resultar, o adversário vai-se embora, adormece ou fica apaixonado com resultados engraçados. Não ganham experiência, mas ganham a gratidão das pessoas.


E a história?! Claro que a deixei para o fim. Se Undertale fez-me sentir sentimentos, Deltarune levou-me a locais felizes.

O início é bastante plácido, com a apresentação de Kris, Susie e as restantes personagens. Conhecemos o conflicto que as move e depois de estas colunas estarem construídas, ouvimos a lenda de Delta Rune que conta a história de três heróis: um humano, um monstro e um príncipe da escuridão que irão tapar as fontes da escuridão para restabelecer o equilibro no reino. Ralsei guia-nos até ao castelo, e à fonte, ao passo que Lancer fará de tudo para nos travar. Isto é só o esqueleto do jogo.

A premissa é bastante simples, mas durante as três a quatro horas, Toby subverte algumas tropes do género e acontecem as coisas mais estranhas e hilariantes. O vilão é tolo, mas adorável, os heróis conseguem ser piores pessoas, mas no final… No final, tudo acaba bem quando está bem e a profecia é cumprida.

Se notarem semelhanças a outros jogos não estranhem. O símbolo real nem é parecido ao de um jogo famoso da Nintendo nem nada. E não pára por aí.


Deltarune é uma carta de amor aos jogos, um sonhar acordado por jogos que tardam em sair cá (pista: Mãe e Três), é uma vénia aos jogadores e o suor de trabalho, dedicação e profissionalismo. Não precisamos dos ditos AAA para termos uma boa experiência, às vezes A já é bom. Sugiro deixar esta nomenclatura de lado e jogarem. Ei, é grátis! E como o português gosta de coisas grátis, toca a aproveitar.

Dou com bom grado a nota máxima:
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, obtido gratuitamente na eShop.

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