Bloodstained: Curse of the Moon 2


Um pequeno videojogo que começou por ser apenas um "bónus", acabou de receber uma sequela! Bloodstained: Curse of the Moon era, afinal, uma espécie de sidekick de Bloodstained: Ritual of the Night, sucessor espiritual de Castlevania vindo do mesmo produtor. Enquanto homenagem aos grandes clássicos de 8-bits, foi tão bem recebido, que acabou por conquistar o seu próprio espaço. Agora, a homenagem continua em Curse of the Moon 2.

Para quem tiver jogado o anterior, facilmente se perceberá que a nível de conteúdos este tem mais e melhor de um pouco de tudo, incluindo três novas personagens jogáveis que se juntam ao elenco original. A história é simples, como em qualquer jogo antigo do género: o protagonista, de espada na mão, continua a odiar demónios, e pelo caminho vai encontrando outros... com o mesmo ódio em comum.


Este é um jogo de ação dividido em vários sectores de exploração linear, onde todo o tipo de monstros e plataformas vão desafiando os jogadores, com uma intensidade crescente até culminar na batalha conta o boss. Se ao começar o jogo tudo parece relativamente básico, à medida que se juntam novas personagens, cada uma com as suas habilidades, também se vão decobrindo caminhos alternativos e outros segredos, que enriquecem a experiência.

Para primeira experiência, a jogabilidade pode parecer bastante restritiva, já que os movimentos de cada personagem são bastante limitados. Depois de se habituar, porém, é aqui que se sentem as diferenças entre cada uma, com as suas forças e fraquezas. Sequências de plataformas mais complicadas irão pedir personagens mais ágeis, por exemplo, mas se logo a seguir surge um demónio mais forte será melhor escolher um também mais resistente. A troca de personagens está ao mero pressionar de um botão, e é quando se começa naturalmente a alternar entre elas que o fluxo do jogo se torna intuitivo, sem que isso signifique "fácil".

O jogo conta com dois modos de dificuldade, sendo um deles considerado "casual", havendo apenas duas diferenças entre eles. A primeira mexe diretamente com a jogabilidade. Cada vez que a personagem leve dano, automaticamente irá ter um recuo, o que por vezes a levará a cair abaixo de plataformas e precipícios, o que não acontece no modo casual. A outra é mais uma questão de frustração em relação à derrota. Quando uma das personagens sofre demasiado dano e morre, o jogo continua com as restantes, até que todas tenham morrido. O modo casual torna tudo isso mais acessível e menos frustrante, permitindo recomeçar do último checkpoint e com todas as personagens, vezes sem conta.


Fazendo justiça ao nome, Curse of the Moon 2 permite jogar em modo cooperativo local para dois jogadores, podendo o segundo juntar-se a qualquer momento. Ao entrar, o segundo jogador controla imediatamente um segundo Zangetsu (a personagem inicial, mas com roupa azul), mas é mantida a possibilidade de trocar com qualquer uma das outras, desde que não esteja a ser usada nesse momento pelo outro jogador. Isto abre uma série de novas possibilidades, como por exemplo um jogador ir avançando contra os inimigos, enquanto outro vai disparando com armas de longo alcance, ou tratando de curar.

Visualmente, o jogo é bastante fiel ao estilo retro que pretende recriar. Tanto a nível de personagens como inimigos, os sprites são bastante coloridos, além de bem detalhados. Os cenários variam bastante de nível para nível, mas o grande destaque vai sempre para os bosses no final de cada um deles. Já em termos de banda sonora, infelizmente, não tem nada de propriamente memorável, mesmo que esteja adequada ao jogo em si.

Quanto à longevidade, mesmo sendo uma aventura relativamente curta à volta de uma hora, mas também facilmente prolongada consoante a dificuldade sentida por cada jogador. Em contrapartida, conta com uma óptima rejogabilidade, seja pelas personagens novas que se vai desbloqueando, seja pelo modo cooperativo.


Bloodstained: Curse of the Moon 2 é um bom exemplo de sequela, que não só aproveita o melhor do primeiro título, como o expande sem perder o que tanto agradou os fãs do primeiro. Sem qualquer dúvida, uma boa homenagem aos clássicos.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela INTI CREATES.

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