Superliminal


A perspectiva é realidade. Esta é a premissa de Superliminal, um fascinante jogo de puzzles. Fascinante e ao mesmo tempo perturbante, é um jogo que nos mantém constantemente a pensar.

Começa com uma premissa simples, somos um paciente de uma clínica que usa terapia com sonhos "acordados" (também conhecidos como lúcidos) para tratar os pacientes. O mundo dos sonhos é um fascínio da humanidade desde a sua existência e está realisticamente bem explorado.

É-nos explicado como controlar o personagem e certos objectos e somos deixado à nossa mercê. Iniciamos então o nosso percurso pré definido pelos nossos médicos à procura de um bem estar mental... Mas sonhos são um reflexo da nossa psique e rapidamente tudo vira do avesso. Ficamos presos dentro do nosso sonho e vamos avançando à procura de uma saída com a ajuda do programa terapêutico e do médico do nosso caso. Parece bizarro? É. Relembra várias vezes o estilo Portal, pela escrita sarcástica e perturbante mas num setting de anos 90 muito bem conseguido.


O gameplay é ao mesmo tempo do mais simples que existe (para além do movimento há um botão para interagir com objectos e dois para os rodar) o que torna a premissa do jogo ainda mais interessante. Os puzzles com uso de manipulação de perspectiva, para escalar uma parede temos que usar um cubo do tamanho de uma bola de ténis... Mas se nos aproximarmos do cubo ele parece gigante principalmente posta em perspectiva com a parede. E ao largarmos o cubo ele torna-se de facto gigante.

E é assim que vamos avançando no nosso tratamento: utilizando a nossa perspectiva para alterar o tamanho (incluindo o nosso) de objectos e ambientes. Está muito bem executado e deixa-nos mais do que muitas vezes a coçar a cabeça à procura da perspectiva certa. Uma boa emulação da nossa psique.
Como tal tem alguns momentos de mais tensão e stress que representam na perfeição a frustração e receio de alguém que quer acordar e não consegue.

O jogo tem alguns segredos escondidos e objectos que para além dos puzzles podemos interagir com algum efeito cómico. A banda sonora está muito bem pensada para o setting clínica dos anos 90 , incluindo a clássica música de elevador.


Um jogo com uma premissa fascinante e gameplay correspondente. Todo o conjunto de banda sonora e art style estão enquadrados na perfeição. Uma óptima distracção do mundo real e forma de exercício mental que nos faz pensar no quão a perspectiva é importante.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Evolve PR.

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