Elden: Path of the Forgotten
Tudo começa quando Elden, a personagem principal, vê a sua mãe entrar num portal negro depois de realizar um ritual sombrio. Elden vê-se assim na obrigação de perceber o que aconteceu e tentar salvar a sua mãe.
Contar histórias contextualmente sem qualquer tipo de narrativa onde o enredo é apresentado através do próprio mundo é uma ideia aliciante para alguns, mas difícil de realizar. Por muito que queira dar crédito a este título por ter corrido os riscos dessa tomada de decisão é difícil apontar algo de bom à narrativa. Após a cutscene inicial onde vemos a mãe de Elden a entrar pelo portal sombrio, o jogo não conta absolutamente nada. Cada porta ou área apresentam pequenas frases ou nomes numa linguagem impercetível, o que torna a navegação e as novas áreas descobertas bastante confusas.
Ao início o jogador tem apenas ao seu dispor uma espada, no entanto, é possível encontrar diferentes armas e até desbloquear algumas habilidades mágicas. O sistema de combate é difícil e por vezes meio desajeitado, já que por vezes os ataques não produzem qualquer tipo de dano, não pelos inimigos terem algum tipo de armadura, mas sim porque o próprio jogo não regista o dano. É realmente um aspeto que se torna frustrante, principalmente contra os inimigos mais fortes.
Ainda assim é possível esquivar aos ataques inimigos, fazer parry, enquanto se tenta sobreviver às hordes inimigas. É apresentado no ecrã três barras de cores diferentes que indicam a vida da personagem, a roxo, a stamina, a verde e a barra de mana, a azul. É importante ter em atenção estas barras, porque cada ataque corpo a corpo, bem como a habilidade de esquivar aos ataques inimigos, usam a barra de stamina e quando esta chega ao fim é quase impossível escapar-se a levar dano. Para recuperar vida é possível consumir elementos como maçãs ou então encontrar pontos aleatórios no mapa ao jeito de um portal roxo. O mesmo acontece com os pontos de save, desta feita com uma cor amarela.
Ao seu dispor o jogador poderá contar com três armas diferentes. A espada, com um tipo de ataque normal e sem gastar muita stamina, o machado é bastante lento mas poderoso e a lança que tem um alcance considerável mas com o ataque mais fraco das três opções.
A premissa do jogo passa muito pela exploração de todo o ambiente envolto em mistério, mas com o movimento da personagem bastante lento torna as coisas bastante aborrecidas. É realmente possível andar um pouco mais rápido quando se usa a habilidade de esquivar, mas como os combates acontecem de maneira tão aleatória, por vezes somos apanhados desprevenidos e sem barra de stamina.
A repetição da fórmula torna toda a experiência enfadonha. O jogador necessita de encontrar uma chave para abrir uma porta da localização onde se encontra para depois combater contra o boss. Após derrotar o Boss é transportado para uma área diferente com a mesma ideia, encontrar chave e confronto contra o Boss. Sem qualquer tipo de missões secundárias ou história associada a cada nova área é realmente uma experiência que deixa muito a desejar.
A nível gráfico Elden bebe muita da inspiração de títulos da geração da SNES, ao estilo dos clássicos 16-bits e 8-bits. Enquanto o ambiente parece bastante linear e sem grande substância os inimigos apresentam um certo charme à ventura.
Posto isto, a aventura Elden Path of the Forgotten começa bem, mas rapidamente desce de nível em todos os aspetos. Com o foco principal no nível de “clunkiness” no modo de combate que deixa qualquer um à beira de um ataque de nervos. Com uma premissa interessante, mas que não consegue chegar ao nível de satisfação de exploração necessário para manter o jogador envolto na sua “história”.
Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Another Indie Studio