Paper Mario: The Origami King
Paper Mario tem andado muito pelo caminho da amargura, desde o Sticker Star que foi para muitos uma enorme desilusão, passando por Color Splash que aprendeu alguns com alguns dos erros, mas manteve outros, Origami King deixou muitos cautelosos sobre com o rumo que o jogo ia tomar, não só pela jogabilidade como a história que têm para apresentar. Comecei o jogo com receios bem presentes como de não gostar do sistema de combate ou da completa ausência de elementos RPGs tradicionais como estatísticas e equipamento, mas ainda assim curioso com a mecânica de andar a rodar o cenário e tirar melhor partido das formações dos inimigos.
A aventura conta com regiões distintas pela frente, levando Mario a pontos nunca antes vistos do Mushroom Kingdom e deixando-me a questionar afinal como é a sua geografia. Cada um dos cenários parece ter sido construído com detalhe, com surpresas em todos eles desde tesouros e blocos de itens escondidos, partes do cenário que temos de cobrir com confetti e imensos Toads para resgatar. A história vai-se desenrolando aos poucos com várias sequências de história a acontecer enquanto exploramos. Na prática acabamos por andar a martelar o cenário todo à espera que aconteça alguma coisa e, quando não surge um Toad ou inimigo, temos confetti para apanhar ou até mesmo dinheiro.
Outro problema é o equipamento ser à base de armas mais forte que vamos comprando e gastando, embora não exista propriamente uma falta de itens, é apenas desinteressante. É pena pois certos combates deixaram-me a pensar bastante antes de tomar algumas decisões e podiam muito bem juntar isso ao sistema de combate, estatística e equipamento que os primeiros 2 jogos da série deram a conhecer. Existem ainda acessórios que nos dão um boost significativo à nossa defesa, vida e tempo para organizar o terreno, mas os mais úteis são os que nos ajudam a encontrar as coisas escondidas que estão no cenário.
Relativamente à exploração, é capaz de ser o ponto que mais gostei do jogo não só devido à diversidade de cenários e experiências diferentes em cada um deles, como os puzzles a resolver em cada área. Não que sejam propriamente difíceis e o jogo até dá um empurrão extra a quem estiver encravado, mas desde as cidades aos templos soube bem encontrar pequenos enigmas, algo que já não encontro com frequência em RPGs tradicionais. Foi algo que me motivou bastante a avançar no jogo, ter áreas distintas com elementos diferentes entre elas sem muita repetição e sempre sem perder muito tempo nos mesmos sítios pois o jogo avança a bom ritmo. Cada área tem também uma espécie de achievement que nos avisa quando encontramos todos os Toads, tesouros, blocos ou tapamos os buracos com confetti. É um extra que nos incentiva a concluir todos estes pontos mesmo quando as recompensas são praticamente inúteis, embora salvar todos os Toads vá aumentando a plateia quando combatemos.
Nota-se bem que houve muita atenção em vários pontos, desde a banda sonora com várias músicas de combate diferentes, os cenários todos eles feitos em papel, mas sem parecerem repetitivos e os visuais recheados de detalhe! A história é divertida, cheia de surpresas e momentos que se tornaram dos meus favoritos da série, desde momentos bizarros com o tipo de humor que a série nos habituou, a outros que me apanharam desprevenido. O próprio mundo é rico, mantendo a exploração tradicional entre cenários mas ao mesmo tempo incluíndo uma ou outra zona mais aberta que exploramos de modo diferente. Tudo fez com que quisesse explorar todos os pontos dele, avançando só quando tivesse completado a 100% cada cenário, sem que ficasse aborrecido a meio.
Concluindo, Paper Mario: Origami King é um bom jogo, volta às raízes da série através da sua narrativa e evolui muito bem no modo como exploramos o Mushroom Kingdom, tentando entregar sempre algo diferente em cada área que visitamos. Infelizmente o sistema de combate podia ter apostado numa fórmula mais tradicional levando o jogo às origens da série, a pedido dos fãs.
Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.