Abyssus

Abyssus é um FPS Shooter Roguelite que nos leva a mergulhar nas mais profundas e densas paisagens subaquáticas, num mundo carregado de mistério e onde cada esquina tem grandes probabilidades de trazer consigo o perigo iminente.

Esta proposta é trazida pelo estúdio DoubleMoose Games e é publicada pela The Arcade Crew que já tem na sua carteira jogos como Shuffle Tactics ou Drop Duchy. Abyssus apresenta-nos um mundo chamado “Brinepunk” onde os restos mortais de uma civilização outrora pujante, mas agora moribunda, se misturam com tecnologia retro futurista. É neste universo que o nosso papel como membro de uma expedição que tem por missão tentar saber o que aconteceu a anteriores exploradores que entram neste mundo e nunca mais voltaram.

Não é de todo a narrativa mais brilhante que nos foi oferecida num videojogo, mas parece-me que esse aspeto também não será das coisas mais importantes para o tipo de jogo que é embora considere relevante ressalvar que uma narrativa pouco desenvolvida será sempre isso… independentemente do tipo de jogo que for.

O objetivo é, como já referi, descobrir o destino da missão anterior e (obviamente) desvendar os segredos ocultos nas profundezas. Este universo criado para Abyssus é uma mescla de mitodologia "Lovecraftiana" com uma atmosfera retro-futurista, criando um ambiente visual muito próprio que é muito bem conseguido. Aqui a arte visual acrescenta, de certa maneira, mais contexto do que a narrativa em si, chamando para si o papel de “contadora de histórias” através dos cenários e de apontamentos visuais.

Sem sombra de dúvidas que a jogabilidade de Abyssus é um dos seus pontos mais fortes.

A vertente roguelite neste jogo apresenta-se na sua forma mais original; cada sessão inicia-se numa base subaquática onde personalizamos o personagem com "soul fragments", desbloqueamos armas e acrescentamos atributos, antes de mergulhar rumo à aventura que nos oferece com um conjunto de 64 salas apresentadas de forma aleatória. A jogabilidade varia entre eliminar torres, ativar placas de pressão ou sobreviver a hordas de inimigos. Sempre a um ritmo bem rasgadinho e cheio de intensidade.

O nosso arsenal poderia ser maior, mas para as oito armas disponíveis existem um número bastante generoso de upgrades o que torna a experiência bélica bastante costumizável, proporcionando sinergia com os elementos disponíveis (fogo, gelo, etc..)

Mais do que impressionar visualmente a nível técnico, Abyssus eleva-se mais visualmente através do estilo que apresenta; níveis subaquáticos repletos de vegetação marinha, estruturas corroídas, tudo isto enaltecido com uma abordagem bastante conseguida ao nível de luzes/sombras. Este design ambiental acrescenta profundidade e vai evoluindo conforme conseguirmos chegar cada vez mais longe, proporcionando novas paisagens e paletas de cores.

Sonoramente, Abyssus cumpre, mas é pouco memorável. Os efeitos sonoros das armas existem, a música não sendo a mais original de sempre, vai criando tensão. Nada de mais mas também... nada de menos.

O desempenho gráfico foi sempre sólido no meu PC e os requisitos apresentados na página de Steam confirmam-se realistas e qualquer PC média gama correrá sem qualquer tipo de problemas este jogo.

Com um estilo visual muito próprio e uma jogabilidade frenética que exige do jogador estratégia e habilidade, Abyssus é uma proposta robusta no imenso e povoado universo roguelite. A personalização de armas e a evolução da base de operações conferem profundidade à experiência e os imensos níveis existentes trazem variedade na progressão e convidam o jogador e voltar para mais uma run.

Abyssus não é isento de aspetos menos positivos. A progressão inicial pode lenta demais na minha opinião, a narrativa podia e deveria ter mais substância e quem não for fã de roguelites e derivados pode acusar um cansaço prematuro devido à repetição inerente a este género.

Mesmo com estes pequenos percalços, Abyssus é uma expêriencia muito boa que merece a atenção dos fãs de FPS, roguelites e não só.