Super Mario Galaxy + Super Mario Galaxy 2
Ok, antes de começar, notar o seguinte: sim, é batota celebrar novamente um aniversário importante com Super Mario Galaxy. Já o tivemos incluído (por algum tempo limitado) há cinco anos com Super Mario 3D All Stars, que na altura questionamos todos porque raio a sua sequela não estava incluída neste lançamento, algo que agora foi retificado agora. É esta a desculpa necessária para jogar novamente o primeiro jogo? Bem, sim, e tal como aconteceu em 2020 joguei-o com a maior das tranquilidades por conhecer o jogo de cor, de uma ponta à outra, entre as inúmeras vidas perdidas nos níveis mais avançados, que agora já consigo lidar relativamente melhor.
Mas, isto não é bem, bem o mesmo lançamento que tivemos então, embora novamente um jogo para a Nintendo Switch traz alguns benefícios para a Nintendo Switch 2, melhorando a experiência do jogo num todo. A viagem pelos cosmos em duplicado continua tão fantástica como há cinco anos, como nos lançamentos de ambos os jogos em 2007 e 2010, respetivamente, onde ambos exploram mundos incríveis onde a mestria do level design das plataformas é notória, com imensos momentos incríveis, desafios e vários níveis que nos tiram do sério. Ambos os jogos ainda hoje nos surpreendem, sendo que vos convido a jogarem seguidos, pois a sequela foi feita a pensar naqueles que já tinham terminado o primeiro.
A Nintendo Wii foi pensada com o curioso comando que moldou a indústria, que fez tudo e todos levantarem o rabo do sofá para umas partidas de ténis ou bowling, sendo que Super Mario Galaxy (e sequela) optaram por um estilo de jogo mais relaxado, onde podíamos usar o movimento do Wii Remote para ataques, sendo que todo o resto era um esquema mais tradicional. O meu elemento favorito era poder usar o comando como uma mira, interagindo com os níveis, colecionando os pequenos Star Bits com o simples apontar do comando, podendo usá-los também como uma espécie de arma.
Honestamente, em Super Mario 3D All Stars senti que esta adaptação para os Joy-Con não tinha corrido tão bem como esperado, a mira não parecia recriar tão bem como queria o Wii Remote, algo que muda agora com este novo lançamento. Talvez seja por estar a jogar na Nintendo Switch 2 com comandos melhorados, mas a sensação de apontar o comando para a TV (figuradamente falando, porque não estamos a apontar coisa nenhuma) está tal e qual como me recordo na Nintendo Wii, tornando-se de imediato o modo como explorei ambos os jogos, trazendo-me de novo as memórias que tinha a jogar o original há quase vinte anos. Dá para jogar com os controlos mais tradicionais, usando o giroscópio do comando para controlar a mira, ou no modo portátil usamos o ecrã tátil para interagir com o jogo, que funcionam bem, só não foram tão práticos como "à Nintendo Wii".
Dizia que os jogos ganharam nova vida na Nintendo Swich 2, sendo que uma das novidades é um segundo jogador poder usar o Joy-Con 2 em modo rato, com uma precisão incrível no movimento. A segunda melhoria é poder jogar estes dois jogos em 4K, um bom salto de resolução, mesmo não tão notório de quando passamos do original para a resolução HD em Super Mario Galaxy na anterior coleção, jogos que apesar de mostrarem a sua idade, envelheceram muito bem, algo que se deve muito à jogabilidade ainda hoje tão diferente. Ambos os jogos estão devidamente acompanhados por uma banda sonora fantástica, toda orquestrada, que grita aventura por todas as notas tocadas, que podemos ouvir no menu inicial de cada jogo.
São dois jogos numa coleção, que podem também comprar o segundo em separado (digitalmente) caso já tenham na vossa coleção o primeiro. Uma novidade é o capítulo adicional no livro de contos de Rosalina, que desenvolve um pouco melhor a história por detrás do primeiro Super Mario Galaxy, enquanto que no segundo temos agora toda uma nova história contada através do seu próprio livro de contos. Pequenas coisas, é certo, mas que me encheram de nostalgia mais do que o suficiente.
Super Mario Galaxy
A primeira (enorme) aventura de Mario e companhia pelo cosmos, o jogo que nos introduziu Rosalina e os Luma, numa aventura que ia muito mais além do que simplesmente salvar Peach pela milésima vez. Desafiamos a gravidade em níveis esféricos, ao mesmo tempo que a nossa perícia era posta em causa fosse pelos inimigos sempre prontos a atacar-nos, como as surpresas dos níveis, algumas delas impiedosas como mais para o final, onde o próprio terreno nos prega partidas.
Pegando nas palavras do Telmo, que sei bem o quão importante foi este jogo para ele, este jogo "entrou diretamente para a lista dos jogos mais memoráveis de sempre. Destruindo por completo todo o conceito de gravidade, passando a fazer desta mais uma mecânica de jogo, Mario levou os jogadores consigo até algo nunca antes visto".
Entre power-ups que nos "transformam" numa mola, a flor de gelo para sessões perigosas de patinagem no gelo, a vestir Mario como uma abelha para voar e subir paredes com a maior das facilidades, tudo foi criado para nos dar experiências únicas em cada nível, mesmo naqueles que utilizam as mesmas galáxias, mas levam-nos a novos locais e desafios.
Super Mario Galaxy 2
Depois do sucesso do primeiro jogo, três anos depois surgia esta sequela que nos apanhou desprevenidos, até porque não era costume a Nintendo criar assim sequelas diretas. Somos logo atirados para a ação, Bowser estava de regresso (e com um tamanho bem maior) e, no meio da destruição, somos atirados para o cosmos onde conhecemos Lubba, um enorme luma. Capitão de uma nave com a cara de Mario, temos uma grande dose de novos níveis a explorar, com desafios bem diferentes do primeiro jogo.
A grande adição é, sem dúvida, a presença de Yoshi, que às suas cavalitas usamos a sua língua para atacar e engolir inimigos, usar o cenário ou comer fruta, esta que por vezes tinham power-ups especiais, mudando Yoshi para correr a toda a velocidade, iluminar a escuridão ou voar como um balão. Falando em poderes especiais, Mario também conta com algumas novidades, como criar e saltitar pelas nuvens ou transformar-se numa pedra rolante e, ainda, as transformações do primeiro jogo estão também de regresso.
Se Super Mario Galaxy já era incrível, este veio superar o seu antecessor por conseguir mostrar que ainda era possível criar muito mais com a fórmula do primeiro, sem a repetir, com muitas novas surpresas. São ambos jogos separados, mas jogá-los seguidos como uma aventura só tem o seu quê de incrível!
Senti, no entanto, que se perdeu a oportunidade de ter celebrado não só o aniversário de Mario, como dar ainda mais devida atenção a ambos os Super Mario Galaxy. Esta tinha sido a oportunidade perfeita de dar um tratamento mais de "remaster" ao jogo, atualizando os modelos das personagens, retocando os cenários aqui e acolá e, quem sabe, dar voz às personagens (pelo menos às mais importantes), até porque os jogos nem têm assim tantos diálogos. Houve um tratamento de texturas, tornando personagens e mundos mais detalhados, coisas aproveitadas da anterior coleção, mas também há algumas inconcistências com algumas partes que parece que se esqueceram de trabalhar nelas. Outra adição que gostava de ter era poder jogá-los com 120 frames por segundo, mais do que resoluções "ultra HD", tendo a opção vou sempre para a experiência mais fluída.
De resto, vivi novamente a excitação de cada um dos níveis em ambos os jogos, principalmente os desafios de Super Mario Galaxy 2 que, num ou noutro nível larguei um "oh não" ao lembrar-me que não seria tarefa fácil conseguir a estrela no fim. É também um jogo perfeito para os pais partilharem a aventura com os seus filhos, com o comando que assiste o primeiro jogador, onde a única decisão é quem vai controlar Mario.
Dos primeiros níveis onde ao pensar no jogo, fico logo a cantarolar a sua música, ao bosses fantásticos, todos eles diferentes com desafios acrescidos à medida que avançamos, a galáxias que nos ficam para sempre na memória, têm aqui a dose perfeita de jogos de plataformas para jogar agora que chegamos (aos poucos) ao fim de ano, trocando os passeios com bom tempo pelas tardes de chuva, agarrados ao comando. Um jogo acessível, também ele disponível em português do Brasil, onde lamento não estar também em português de Portugal, já que nem tem assim tanto texto, e seria uma adição bem vinda.
Terminando, sabendo que já me estiquei (na minha defesa, foram dois jogos, ok?), Super Mario Galaxy e Super Mario Galaxy 2 continuam tão memoráveis como sempre, mesmo mostrando alguns anos de idade, ainda ensinam a sua mestria como jogos de plataformas, com um excelente equilíbrio entre o desafio e serem jogos acessíveis. Também em muito diferentes quando comparados com Super Mario Odyssey ou até mesmo Donkey Kong Bananza, pois são bem lineares em comparação, cujo foco é o desafio.
"Seria impossível falar destes jogos sem mencionar o Telmo, pois todos os que o conhecem de perto sabem o quão importantes foram ambos os jogos para ele. Em destaque o segundo que, dizia persistentemente, ser um dos seus jogos favoritos de sempre, e também dos mais importantes. Dos respetivos dias em que mergulhamos em cada um dos jogos, para passar horas a falar de tudo o que havíamos jogado, são memórias que quero manter bem vivas. Memórias essas que vieram umas atrás das outras à medida que avançava galáxia a galáxia, que em parte, foi como se ele estivesse cá a jogá-los."
Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.