The Longest Road on Earth


Isto é um videojogo? Esta é a pergunta que fazem no trailer de apresentação de The Longest Road on Earth, cuja resposta é, certamente ambígua daquilo que, mais facilmente, se poderá considerar uma experiência interativa. Se é difícil definir onde encaixar este jogo, porém, é ainda mais difícil explicar do que se trata. Mas vamos tentar.

The Longest Road on Earth é uma coleção de 4 histórias sem qualquer texto ou diálogo a acompanhar, onde o jogador irá acompanhar diferentes personagens, em diferentes contextos, mas com alguns temas em comum: o dia-a-dia, as rotinas, as ligações entre pessoas...

Toda esta experiência foi criada em ambientes 2D de pixel-art e em tons monocromáticos, mas recheados de detalhes. Este é um mundo em tudo semelhante ao nosso, mas numa sociedada composta por animais antropomórficos, videos de todo o tipo de espécies. A jogabilidade é tão simples como movimentar as personagens pelos cenários e, ocasionalmente premir um botão quando solicitado no ecrã. Daí ser tão questionável se é ou não um "videojogo" por si só, pois o que está aqui em jogo são mesmo as interpretações, as emoções do jogador.



Honestamente, é difícil de explicar, mas esta é mesmo uma viagem de emoções, que são acompanhadas desde o primeiro ao último momento por uma excelente banda sonora, criada de propósito para o jogo e as suas personagens pela artista Beícoli. A sua voz, as letras, as melodias, são uma componente inseparável de tudo o resto, mas o resultado, esse, irá depender imenso da interpretação, da experiência de vida de cada jogador.

O difícil será, por isso, ficar-se indiferente. A estrada mais longa de todas é, afinal, a vida, o dia-a-dia e a forma como se lida com o que vai acontecendo.

Com uma duração de 1h e 20 minutos, a melhor comparação que consigo fazer é a de se ir ao cinema ver um filme, assistir a uma peça de teatro ou ir a um concerto, no qual grande parte da experiência irá depender também das emoções e interpretações do espectador. A principal diferença é que, aqui, estamos na pele das próprias personagens, tentando captar as suas emoções.



Se é um videojogo, no seu sentido tradicional? Talvez não, mas fica a questão. Se há coisa da qual não há dúvida, porém, é que esta é uma verdadeira obra de arte. E mesmo sem querer atruibuir uma "nota", não posso deixar de o recomendar.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC via Steam, gentilmente cedido pela Raw Fury.

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