Guilty Gear -Strive-


Já são 20 anos de Guilty Gear e, ainda assim, nos dias de hoje, só se ouve falar em Tekken, Street Fighter e Mortal Kombat quando o tema são os grandes jogos de luta. Na verdade, há muito mais para ser jogado, especialmente no que diz respeito à Arc System Works, que agora nos vem brindar com o novo Guilty Gear -Strive-.

É sabido que a Arc System Works tem jogos de luta que principalmente nos anos recentes, tem demonstrado a sua soberba qualidade, são na verdade imensos mas nem toda a gente está a par disso, o mais famoso, criado pelo mesmo estúdio é, Dragon Ball FighterZ, o jogo da série anime mais famosa do mundo que conquistou o coração de todos os fãs do herói Goku mas, a Arc System Works sempre teve nas suas mãos o falado entre os mais sábios, Guilty Gear. Finalizei recentemente Guilty Gear Xrd REV2 e lembrei-me logo do potencial do jogo e que é tão facilmente ignorado pelos ditos fãs de jogos do género mas, talvez as coisas mudem com o novo título Strive que veio para afirmar-se como o melhor jogo de sempre dentro deste género, coisa que provavelmente viria a acontecer mais cedo ou mais tarde, apenas faltava tornar-se mais popular para colocar a coroa de melhor de sempre até à data de hoje.

Guilty Gear Strive é no fundo, 3 coisas que os amantes de videojogos normalmente adoram. Este Strive é primeiramente um jogo como é evidente, mas é também uma luxuosa banda sonora e um anime fantástico, podemos dizer que é um 3 em 1, pacote completo e repleto de conteúdo.


A primeira coisa a destacar mal se inicia uma só luta é o grafismo perfeito, podemos sublinhar a palavra perfeito ou dentro daquilo que se pode chamar de roçar a perfeição, nunca até à data de hoje se viu um jogo tão belo graficamente, é verdade que é ligeiramente diferente de um Tekken com um grafismo mais realista já que Strive é um jogo todo anime, mas esse anime é melhor que muita série televisiva e o esplendor é chocante e arrepiante de forma positiva, cada movimento, cenários, personagens e especialmente os ataques especiais são de fazer cair o queixo a qualquer pessoa no mundo, a nível visual nunca nenhum jogo de luta esteve a neste patamar, a última vez que tinha ficado com esta sensação foi precisamente com o Dragon Ball FighterZ que ainda nos dias de hoje jogo online ou com o primeiro título da Cyber Connect 2 baseado no anime/manga Nartuo Shippuden nos tempos do Ultimate Ninja Storm.

Nada consegue até hoje, superar o grafismo deste jogo, se não acreditam, têm de jogar, os vídeos na internet não lhe fazem justiça, é uma autêntica dádiva assistir a algo assim nos dias de hoje honestamente, aumentaram a faísca a um nível tão alto que aguardo com ansiedade o que se pode fazer melhor para superar esta qualidade surreal de Strive, uma apresentação esplêndida que dificilmente será superado nos tempos que aí chegam.

Colocando de lado o seu aspeto visual porque nem tudo é feito de gráficos, a série é conhecida por cada personagem ter os seus ataques específicos e masterizar cada personagem não é tarefa nada fácil, pode-se dizer que isso se mantém em Strive mas o jogador poderá sempre treinar e com o tempo aprender a jogar porque no fim, o investimento na aprendizagem irá compensar e muito, o gameplay acaba por ser do melhor que há e o jogador vai ficar agarrado horas a fio, até porque em outros jogos talvez as pessoas estejam mais cansadas dos mesmos movimentos e quiçá das personagens em si, Guilty Gear tem esse truque na manga, por não ser tão famoso isso jogará em seu favor e quem adora o género vai querer explorar.


Por falar em explorar, são 20 anos de Guilty Gear embora não pareça, a verdade é que este título tem uma enciclopédica e cronologia com tanto, mas tanto para ler que irá certamente levar um bom tempo para conhecer toda a sua história, são 7 jogos fora os spin off. A verdade é que a história é realmente boa e para tal, existe um anime com horas de visualização para conhecer toda a história, o que recomendamos assistir apenas após jogarem um pouco do jogo em si.

Este modo história é somente um anime, literalmente, a diferença é que usa o motor gráfico do jogo e por isso, toda a animação é apresentada com o belíssimo grafismo e visuais que o jogador irá assistir por horas enquanto joga. O modo árcade também está presente, mas pouco revela sobre a história, daí aconselharmos a ver o anime para esclarecer qualquer dúvida que tenham.

Não se pode dizer que os modos são muitos, na verdade até não é dos jogos com um conteúdo abundante, mas é sim um jogo que vicia e após completar o modo árcade com todas as personagens, o modo predominante será o online, é aí que Guilty Gear brilha de forma abismal. As personagens são variadas e com um design tão único que é fascinante, incluindo duas novas personagens, Giovanna e Nagoryuki, mas inclui muitos conhecidos dos outros jogos como a I-NO e a sua famosa guitarra e a fofa May como os dois protagonistas Sol Badguy e Ky Kiske como seria de esperar.


Nem é só o anime ou a arte ou a própria jogabilidade de Guilty Gear que torna este jogo excepcional, a própria banda sonora é um mimo, desde o poderoso rock que este sempre teve às músicas menos pesadas de títulos anteriores que podem ser “pescadas” no modo de pesca que iremos falar no parágrafo seguinte, no entanto toda a música de Guilty Gear é puro espetáculo e não como negar que torna a experiência muito melhor e é uma pura injeção de adrenalina.

Estávamos a referir à pesca, um modo em que o jogador pode adquirir dezenas de prémios, tais como músicas para adicionar à biblioteca, avatars e acessórios, é aqui que se gastam os créditos e obtemos itens de personalização. As músicas podem ser selecionadas para tocarem nas lutas, músicas essas que são de títulos anteriores, podem personalizar da forma que desejarem, já com o vosso avatar a mesma coisa.


O Avatar é de início personalizado e usado para entrar nas salas online, onde o jogador entrará numa torre com vários pisos que classificam a dificuldade e o nível em que se encontra, quanto mais forte, mais pisos da torre subirá para enfrentar os mais profissionais e habilidosos em Guilty Gear. Os modos restantes são para assistir aos replays gravados, personalizar o nosso cartão online, um modo Survival como acontece em vários jogos e o modo para 2 jogadores. Há um modo de missões que ensina truques básicos no qual o jogador terá de efetuar 5 vezes seguidas os comandos demonstrados no ecrã, é uma boa forma de treinar muitos dos ataques para a realização de combos.

Para os interessados em adquirir este título, existem várias versões à venda, a edição Ultimate e Deluxe para a Playstation 4 e 5. De referir que a versão Deluxe também inclui o Season Pass bem como uma cor especial para os protagonistas do jogo Sol Badguy e Ky Kiske, já a Ultimate Edition contém uma banda sonora livro de arte e outras cores adicionais especiais.


Por fim, Guilty Gear Strive é já o meu jogo do género preferido, ligeiramente acima de Dragon Ball FighterZ que acaba por se dever ao amor que tenho pela série. Olhando como um fighting game, Guilty Gear é a conquista mais impressionante dos últimos tempos no que diz respeito a videojogos do género, a Arc Sytem Works está de parabéns pelo trabalho esplêndido que acaba assim por colocar a coroa e afirmar-se como o melhor do género até à data, este é o título obrigatório para a pancadaria no mundo dos videojogos.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pena Bandai Namco Ent.

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