Power Rangers: Battle for the Grid Super Edition


Go Go Power Rangers! Para quem andar agora na casa dos 30 e tais, esta frase é suficiente para ficar com toda uma música na cabeça, recordando tanto os populares heróis da altura, como a grande vilã Rita Repulsa. Mas sabiam que, ainda hoje, a série permanece viva e com novos episódios? Ao todo, já vai na sua 28ª temporada, em Power Rangers: Dino Fury.

Já na área dos videojogos, o título mais recente é Power Rangers: Battle for the Grid, lançada em 2019 a propósito dos 25 anos desta saga, e que acaba de receber uma Super Edition, com todos os conteúdos de DLC já incluídos.

Battle for the Grid é um jogo de luta 2D relativamente tradicional para dois jogadores, onde cada um forma uma equipa com 3 personagens à escolha, ao estilo Marvel vs. Capcom. Embora o mais comum será ver duas personagens frente a frente, é possivel alternar livremente entre os membros da equipa e, em movimentos especiais, convocá-los para ajudar contra o adversário. Não sendo propriamente inovador, serviu como uma boa base para adaptar as diversas personagens a um jogo de luta, que como não poderia deixar de ser, também conta com um modo de história.



O jogo passa-se num cenário multiverso onde se cruzam personagens de diversas temporadas, desde grandes clássicos como o Ranger Vermelho original e o seu "rival" Verde que depois se torna Branco, até novos rangers cujo design deixa a dúvida se seriam mesmo heróis ou não (obrigado Google, pela ajuda!), incluindo, claro, alguns dos vilões mais icónicos como o Lord Zedd. A história, criada para este jogo, conta com um Lord Drakkon (o Tommy) de uma realidade alternativa, na qual se tornou um grande vilão e matou todos os adversários que não conseguiu converter para a sua legião. Agora, vem fazer das suas na realidade "actual", mas os nossos heróis não o deixarão levar a melhor.

Para uma saga que já conta com tantas temporadas, porém, o catálogo limitado a 23 personagens irá natualmente deixar de fora alguns favoritos. Curiosamente, conta com duas personagens convidadas que, sem dúvida, chamaram à atenção de todos os jogadores: Ryu, o Crimson Hawk Ranger, e Chun-Li, a Blue Phoenix Ranger, dois lutadores de Street Fighter que já tinham entrado em Power Rangers: Legacy Wars, um beat'em up para dispositivos móveis. Neste caso, incluir tanto o Ryu como a Chun-Li parece quase um carimbo a dizer "sim, é mesmo um bom jogo de luta". E até é.

Em termos de gameplay, o jogo leva-nos rapidamente ao estilo dos clássicos de arcadas onde, com um pequeno conjunto de botões, se podem fazer imensas combinações. Jogadores que habitualmente vão carregando à toa e até conseguem ganhar, porém, não irão apreciar o nível de dificuldade deste título. Antes do modo Versus, ou até mesmo do modo de história, é importante ir ao tutorial e praticar o suficiente para se interior os básicos. Depois disso, sim, poderá ser considerado um jogo relativamente acessível aos iniciados, mas que levará bastante a dominar. Os diferentes movimentos e combos variam bastante de personagem para personagem, o que também incentiva a experimentar cada uma até escolher um ou mais trios de favoritos. O facto de serem 3 contra 3 também dá uma boa duração aos combates, nem muito curtos, nem demasiado cansativos.

Visualmente, porém, o jogo poderia ter ido muito mais além. Os cenários, embora nostálgicos, são poucos, bastante básicos e, pelo menos na Nintendo Switch, de baixa resolução. Em termos de loadings e menus, há também alguns soluços estranhos, mas felizmente é bastante estável no que diz respeito aos combates propriamente ditos. Em termos multiplayer, o jogo permite combates entre dois jogadores em modo local ou online. Infelizmente, como é habitual em jogos menos populares, atualmente é bastante difícil encontrar adversários online, mesmo tendo o cross-play entre todas as plataformas, pelo que não foi possível testar o quão bem (ou não) funcionará.

Uma festa festa para os fãs de Power Rangers que, infelizmente, fica aquém do seu potencial para uma celebração de uma longa saga com mais de 25 anos. Mesmo nesta "Super Edition", acaba por saber a pouco em termos de conteúdos naquilo que, para todos os efeitos é um bom jogo de luta com boa jogabilidade. 

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Amplifier Group.

Latest in Sports