Biomutant
Um mundo pós apocalíptico colorido, onde a natureza tomou o lugar dos poluidores que estavam lá antes. Os pequenos mamíferos (bastante mutantes e faladores) são agora os personagens principais, tanto numa guerra pelo controlo do território como pela decisão de salvar ou não a árvore da vida e manter a vida como a conhecem.
Pouco depois de darmos os primeiros passos, vem a primeira escolha entre o que é certo e errado. Estas decisões que vão aparecendo em diálogos importantes influenciam diretamente como os outros personagens nos encaram, alguma disponibilidade de habilidades e eventualmente qual o final para que trabalhamos: salvação ou destruição. Para além desta decisão, podemos sempre mudar a nossa orientação conforme as preferências ao longo do tempo, o que também pode influenciar quem fala e como fala connosco a nível das 6 tribos que lutam pelo território. Num jogo com algum foco nesta dualidade peca pela falta de impacto para além de decisões principais.
Após um pequeno e cómico diálogo com nosso anjo e demónio interior, temos o tutorial de combate e exploração. O combate é fluído e divertido, ainda que tenha algumas inconsistências por vezes. No entanto os combos e opções vão abrindo com o progresso e torna-se rapidamente intuitivo. As animações juntamente com os efeitos à livro de BD assentam muito bem nesta história e dão outro efeito ao combate. Podemos usar armas de fogo, artes marciais com armas ou até só com os nossos mini-punhos e por fim, poderes psíquicos e mutações. Combinar os vários elementos torna todo o processo mais dinâmico e contribui para o combate não ser aborrecido.
Ao longo da exploração existem vários ambientes distintos, tanto no perigo (para o qual têm que se equipar devidamente) como nos habitantes e aspeto. De resquícios de habitações dos poluidores prévios, a centrais nucleares e a zonas completamente áridas e cobertas de petróleo há um pouco de tudo. Há também uma série de NPCs que contribuem para a nossa aventura, todos eles com a sua filosofia e maneira de encarar esta realidade. Os genéricos (que não contribuem diretamente para a história) são assim mesmo, genéricos, mas o jogo prima pela sua simplicidade e leveza do que por ser um jogo demasiado denso. Alguns deles oferecem-nos conhecimento sobre a zona circundante, facilitando a descoberta de segredos.
Com o decorrer da aventura aprendemos também a alterar e até criar as nossas próprias armas, um sistema muito bem conseguido e onde a alteração das peças não só se reflete nos efeitos da arma como no seu aspeto. Uma espada com chaves de fendas coladas ou uma saia com vários rodas dentadas aparafusadas são algumas das ínfimas e divertidas combinações que poderão usar para melhor se protegerem e derrotar quem se opõe no vosso caminho. Há imensas missões secundárias e puzzles, todos relativamente simples de resolver (no caso dos puzzles podem tentar se voltarem a falhar). Não tem o mesmo tipo de missões que encontraríamos nos open world modernos narrativamente, mas permite encher o mapa de segredos e objetivos sem ficar exaustivo.