Uncharted: Legacy of Thieves Collection (Versão PC)

Análise por Gonçalo Martins. 

Nos últimos anos têm-se vindo a intensificar o lançamento de ports para PC de títulos first-party da Sony numa clara mudança de direção por parte da mesma que tem vindo a ser suportada pela grande receção que títulos como Horizon: Zero Dawn, God of War ou Marvel’s Spider-Man Remastered têm tido nesta plataforma. 

Chega a vez de Uncharted: Legacy of Thieves Collection ser disponibilizado no PC.

Esta edição é uma espécie de “remaster” que foi lançada para PS5 no ano transacto e que contém “Uncharted 4: Thief’s End” e o standalone DLC “Uncharted: The Lost Legacy” trazendo consigo para a mais recente consola da Sony total suporte para o novo comando DualSense, tempos mais rápidos de loading, áudio 3D e novos modos gráficos; modo Fidelidade (4k a 30fps), modo Performance (que permite jogar a 60 fps seja a 4K ou Full HD) e modo Performance+ (Full HD a 120fps).

Penso que não será necessário deambular muito pela análise dos jogos em si, já foram alvos de análise variadíssimas vezes desde o lançamento das suas versões originais, que remontam a 2016 e 2017 respetivamente. No entanto, contexto é sempre necessário, principalmente para quem nunca jogou.

Em “Uncharted 4: Thief’s End” voltamos a vestir a pele de Nathan Drake, o infame caçador de tesouros, agora a gozar a sua “reforma” e a viver uma vida pacífica com a sua esposa. Rapidamente Drake vê a sua pacata vida ser abalada pelo aparecimento do seu irmão Sam, julgado morto, que o incita para mais uma aventura à procura de tesouros perdidos que o vão levar a reencontrar-se com velhos amigos e a regressos aos mais misteriosos e paradisíacos destinos. Um jogo carregado de momentos hollywoodescos, resolução de puzzles, ação interminável e uma história e personagens cativantes. Thief’s End acaba em grande uma saga que durante anos angariou fãs e se tornou num porta estandarte da qualidade dos jogos que os estúdios da Sony lançam.

Uncharted: The Lost Legacy chegou ao mercado cerca de um ano depois de Thief’s End como DLC independente e onde encarnamos uma personagem muito querida dos fãs da saga e que teve a sua primeira aparição em Uncharted 2: Among Thieves, Chloe Frazer, que juntamente com a famosa mercenária Nadine Ross tentam recuperar um artefacto perdido ao mesmo tempo que lutam contra a força opressora daquela região. Ao contrário dos outros Uncharted em que viajamos e nos aventuramos por vários continentes a ação neste jogo centra-se na índia e explora um pouco mais o conceito de “open-world” contrariando a habitual forma mais linear dos outros jogos da saga mantendo na mesma toda a mesma base que garantiu o sucesso da saga até aos dias de hoje.

Para análises mais detalhadas, encaminho essa parte para as mui capazes mãos dos meus companheiros do Meus Jogos; Telmo Couto que fez a review dos 2 jogos em questão e Pedro Almeida que analisou esta mesma coleção, mas para a PS5 (links no fim desta análise). Tendo jogado ambos os jogos e lido as reviews que referi, atesto que elas representam a 100% a minha opinião sobre esta edição que agora chega ao PC.

(Captura de imagem PC)

A versão PC desta coleção concretizada pelo estúdio Iron Galaxy apenas conta com as versões single player dos jogos, tendo sido deixado de fora a componente online multiplayer (infelizmente!) mas traz consigo muitas funcionalidades novas direcionadas para esta plataforma. Desde novo interface mais direcionado para rato e teclado, a inclusão de suporte para monitores ultrawide, suporte RGB para várias marcas de acessórios, a adição de um sem número de opções gráficas incluindo as opção de utilizar as novas tecnologias de upscaling quer da AMD (FSR 2) quer da Nvidia (DLSS) e suporte para comando DualSense.

Instalado num PC equipado com um processador AMD R5 3600, kit memórias 16GB DDR4 3200mhz e uma placa gráfica Nvidia RTX 3070 ambos os jogos apresentaram semelhantes performances a nível de contagem de FPS. A 1080p com os settings completamente no máximo sem DLSS ou FR2 a média dos frames andou pelos 100/120fps variando consoante a iluminação estivesse mais presente na tela ou não. Durante alturas em que o combate era mais intenso a leitura baixava por vezes para os 85fps. Obviamente que, com este nível de contagem de frames, estas discrepâncias não influenciam muito em termos de fluidez apresentada pois nunca estive sequer perto da barreira dos 60fps. A 1440p o comportamento do jogo foi proporcional nos frames apresentados baixando cerca de 20/30fps em relação às leituras feitas em Full HD mas nunca dei conta de ter ido abaixo da barreira dos 60fps. Com uma resolução de 4k obviamente as coisas complicaram-se e só mesmo com o DLSS a fazer a sua magia negra e a fazer concessões a nível gráfico pude chegar a frames aceitáveis mas, nunca chegando a uns constantes 60fps, experiência que para mim é o mínimo aceitável para um jogo nesta plataforma. Aqui faltou uma gráfica melhor!

Embora não tenha sido utilizado como bandeira aquando do anúncio das especificações deste port para PC nota-se um pequeno update nas texturas e detalhe na iluminação e jogo de sombras. Um pequeno upgrade em relação à versão PS5.

Rato e teclado funcionam bastante bem neste jogo e o comando Dual Sense da PS5, tal como anunciado, funciona exatamente da mesma maneira no PC que na PS5, tendo no entanto de estar sempre ligado através de um cabo USB. Pelo menos está sempre carregado.

Uncharted: Legacy of Thieves Collection tem um leque generoso de opções gráficas, sonoras, jogabilidade e de acessibilidade para que possamos adaptar o jogo à nossa maneira e à nossa máquina.

Realço que a versão do jogo que nos foi fornecida inicialmente não esteva prístina em termos de bugs. Uns mais recorrentes e erráticos que outros mas nenhum deles estragou, nem a experiência nem a performance do jogo. Entretanto, o jogo já recebeu uma atualização de software com a qual, desde então, não me deparei com mais nenhum bug.

(Captura de imagem PC)

Não posso deixar escapar esta oportunidade para realçar algo que me foi assolando o pensamento enquanto regressava outra vez a este universo… Onde anda o port para PC da edição “Uncharted: Nathan Drake Collection” que contém a versão single player dos 3 primeiros jogos da saga em versão remasterizada?

É estranho o 4º jogo e respetivo DLC chegarem ao PC e deixar no esquecimento todo o começo desta brilhante saga. Certo que cada Uncharted tem a sua própria aventura e nesse campo não é estritamente necessário jogar os anteriores para de certa forma “entender” este “Thief’s End” mas existe todo um historial de relacionamentos e eventos entre as personagens desta saga que vai passar ao lado dos jogadores que vão pela primeira vez experienciar o que é jogar Uncharted. Parece-me um pouco inexplicável que, nos dias de hoje, onde tanto recurso é alocado para remasters e remakes, a coleção com a trilogia original nem sequer tenha sido posto em cima da cima aquando da decisão de trazer precisamente a última iteração para uma plataforma que não tem nenhum dos jogos disponíveis até à data.

Tal como os anteriores ports da Sony, esta edição Uncharted tem tudo para ser mais um sucesso no PC. Os jogos em si são de uma qualidade extrema, com o selo Naughty Dog do costume que aliados a todas estas novas opções gráficas, que só a plataforma PC pode trazer, irão elevar ainda mais a experiência do jogador.

Uncharted: Legacy of Thieves Collection sai dia 19 de outubro de 2022 para PC na Epic Store* e na Steam.
* Com a pré-reserva feita na Epic Store, está incluído o glider do avião do Sully para o jogo Fortnite.

Para uma análise mais detalhada a cada um destes jogos, recordamos os nossos artigos:

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC via Steam, gentilmente cedido pela SIEE.


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