A Plague Tale: Requiem
É-me impossível esquecer a emoção que vivi ao jogar A Plague Tale: Innocence, sem dúvida alguma que foi uma das melhores experiências de sempre na minha vida. É claro que há muitos jogos emocionantes mas este teve uma narrativa, personagens, música e originalidade que me deixou completamente arrepiado... Recordo-me de ter sido a melhor surpresa do ano, mesmo tendo jogos de alto calibre como era o caso de Resident Evil 2: Remake. Foi e continua a ser um dos jogos que mais gostei de jogar e facilmente vou voltar a jogar, o que significa que as minhas expectativas para a sequela eram altíssimas. Será que A Plague Tale: Requiem cumpriu?
Vou começar de imediato por dizer que não esteve à altura das minhas expectativas. Com isto, não quero dizer que o jogo é fraco ou mau, mas toda a emoção que vivi no primeiro jogo não consegui nem um terço na sequela e existem várias razões para tal.
Requiem tem os seus momentos, não se pode negar, no entanto há vários aspetos a apontar que com o tempo de jogo toda a gente vai aperceber-se, a falta de novidades relevantes. É verdade que é uma sequela, há aspetos que devem ser mantidos, a arma principal ser a fisga é uma delas, é natural que a arma base seriam as pedras mas pouco a pouco tudo volta a ser mais do mesmo. Amicia, a nossa protagonista, é relembrada do crafting a fazer para criar um ignifier, claro que é algo que teria de fazer parte visto que temos de iluminar com o fogo tudo aquilo que seja possível no cenário, no entanto podiam ter inventado algo mais, novas armas e materiais para crafting para novos objetos de arremesso, tudo parece um copy paste do jogo anterior.
Quanto a narrativa, se alguns dizem que é horrível, este é mais um daqueles casos que não há meio termo, ou se gosta ou se odeia. No meu caso, sendo a minha opinião, gostei, não tanto como o primeiro jogo que para mim é na verdade incomparável, mas aqui nota-se a maturidade dos dois protagonistas principais, os irmão De Rune, Amicia e Hugo. Por vezes Amicia tem atitudes que me deixaram um pouco perplexo, mas o ser humano é capaz de tudo e são opções que eu respeito por parte dos desenvolvedores, já Hugo tem maturidade suficiente para compreender coisas que anteriormente para ele, não faziam sentido sendo ele uma criança.
Uma das novidades e bons aspetos do jogo foi a introdução de mais personagens ao longo da jornada, todas elas com os seus atributos especiais para ultrapassar certas zonas, se Arnaud é um soldado e com as nossas ordens podia atacar os soldados que nos ameaçavam, Sophia tinha um objeto em vidro que poderia usar para fazer queimar arbustos ou usar como forma de emitir luz em locais envolvidos pela escuridão.
Como o nome indica, vive-se uma era de peste negra, as ratazanas vivem na escuridão, nas sombras, se alguém estiver perto delas sem qualquer tocha ou tipo de luz, é atacado e morto vivo de imediato. A missão dos nossos protagonistas é encontrar uma cura para o pequeno Hugo e evitar serem atacados por estas ratazanas e soldados que vão estar por todos os cantos das aldeias e castelos.
Os puzzles são simples, talvez um ou outro que possa dar mais que pensar mas nada de complicado, sendo que o jogo flui perfeitamente bem e são 17 capítulos longos, uns mais que outros mas vão encontrar muitas horas de jogo em A Plague Tale: Requiem. A música é de longe um dos aspetos mais formidáveis de toda a jornada, haverá uma música em específico (No Turning Back) que certamente ficará no ouvido dos jogadores e torna cada momento mais envolvente, o que acho como de costume, de extrema importância.
Já no que diz respeito ao grafismo, podem encontrar um jogo com uma qualidade bastante boa e além disso cenários de fazerem cair o queixo, não será sempre, mas há momentos que são realmente belíssimos e vão fazer com que o jogador pare e aprecie paisagens maravilhosas, desde o mar e o grafismo das ondas, como as montanhas enormes e edifícios com um design espetacular.
A jogabilidade não tem realmente muito que se lhe diga, é exatamente igual ao do seu antecessor, inclui pequenos quick time events em certos momentos, muito de longe a longe, por isso o jogador terá de estar atento porque é imprevisível, contudo se jogarem no normal não vão ter dificuldades porque há tempo suficiente para premir os botões. Excluindo esse aspeto, vão ter novamente de interagir da mesma forma e executando no fundo, as mesmas ações que no jogo anterior, por isso, nada de novo nem de revolucionário nesse campo.
Resumindo, é um jogo muito bom mas não está ao nível do excelente
Innocence, deixando a desejar por ser um jogo muito parecido ao
primeiro e até em termos de narrativa não ser tão especial. O próprio
confronto final é incomparável, há muitos aspetos que me deixaram um pouco
desiludido mas isso deve-se à expectativa que acumulei depois de ter jogado o original, que se tornou num jogo marcante da minha vida. Para quem o jogou, não deve deixar passar ao lado este A Plague Tale: Requiem, mas não esperem nada
de épico. De referir que podem aproveitar e jogar através do serviço GamePass
da Xbox.
Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PS5, gentilmente cedido pela Ecoplay.